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Fazem duas horas que cheguei em casa e ainda estou do mesmo jeito: avoada, nas nuvens, no mundo da lua. Tentei ligar pra Mel e desabafar, mas minha amiga só atendeu pra dizer que iria se ocupar o resto da noite.

Então o que eu fiz? Aceitei minha realidade e abri o pote de sorvete que comprei faz pouco tempo. Deito no sofá já com meu conjunto de dormir e o sabor flocos me faz companhia. Cogito ligar a tv, mas com o silêncio eu consigo pensar melhor.

Depois que Leonardo e eu nos beijamos, foi difícil querer e conseguir voltar pro restaurante. Eu mal pude olhar nos olhos dele depois daquilo, mas tudo o que eu queria é que aquele momento não acabasse nunca. Só que infelizmente acabou...

Ele voltou pra mesa da ruiva e eu voltei pra mesa do grupo de Mike. Tentei agir normalmente, mas óbvio que as pessoas estranharam — se agora eu tô nas nuvens, imagina na hora. Todos pensaram que eu me estressei demais com a provável discussão e acho que nem imaginaram o que de fato tinha ocorrido.

Quando largamos, eu fui a primeira à ir embora. Entrei no meu carro às pressas e no meio do trânsito, selecionei uma playlist romântica pra tocar. Eu precisava.

Olho pra colher cheia e deixo um sorrisinho apaixonado escapar, lembrando de um momento em específico. Ninguém nunca mexeu assim comigo como o Leonardo, e isso me assusta num nível absurdo.

Meu celular toca e eu fecho o pote de sorvete antes de atender. É o loiro. Claro que é ele.

— Alô. — digo cordialmente.

— Posso ir aí, fujona?

— Se eu disser que não, você vem do mesmo jeito?

— Sim. — Leonardo afirma de uma forma engraçada.

— Então não. — respondo e desligo em seguida.

Em pouco tempo a campainha toca e eu levanto. Ao abrir a porta, automaticamente o homem me beija. Eu me entrego ao momento mas depois de raciocinar, o empurro de leve e ele me encara paralisado.

— Que foi?

— E você ainda pergunta? — cruzo os braços. — Foi só um beijo no estacionamento, e aconteceu sem querer.

— "Sem querer"? Shel, você tava mesmo lá? — Leonardo entra e eu fecho a porta. — A gente ainda se gosta.

Eu suspiro.

— Eu gosto de você, mesmo. — murmuro. — Mas-

— Eu fui injusto e insensível contigo sim, eu sei. Eu admito. — ele me interrompe, se aproximando. — Me desculpa.

— Você não tá dizendo isso só pra dormir comigo não, né? — pergunto e Leonardo olha pro lado, incomodado.

— Shelby, o que eu preciso fazer pra você acreditar que eu gosto de você de verdade?! Eu posso não ter conseguido te dizer isso antes, mas eu só quero você. Eu só penso em você. Não quero a Rebecca, não quero nenhuma outra. Só dei meu número pra Daphne e chamei ela lá no restaurante pra você ficar com ciúme, sua chata! — ele fala como se tivesse tirando uma angústia de dentro de si.

Eu arregalo os olhos.

— Sério? — digo como se ainda duvidasse e ele bufa, me fazendo gargalhar e beijar seu rosto com carinho. — Eu acredito em você, Leo. Não tem como não acreditar depois disso e...daquilo.

— Gostou do beijo, né safada? — ele brinca, caindo na risada e me apertando contra si.

— Mas olha, eu não quero que você pense que eu sou uma desesperada por namoro. — seguro seu rosto, querendo que ele compreenda. — Só preciso saber que posso confiar em quem levo pra minha cama.

— Eu te garanto, Shel. Não quero ficar sem você. — Leo diz, eu sorrio. — E sem eles... — ele olha pros meus peitos e eu dou um leve peteleco em sua testa.

— Te manca, eu hein! — reclamo e o loiro me põe no colo aos risos, posteriormente se jogando no sofá comigo junto. 

𝐖𝐇𝐘 𝐖𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐈 𝐃𝐀𝐓𝐄 𝐘𝐎𝐔? [leonardo dicaprio]Onde histórias criam vida. Descubra agora