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Alguns minutos depois da meia-noite passam e a campainha toca. Eu acabei de vestir minha roupa de dormir, mas curiosamente não estou com sono ainda. Merda, já tenho vinte e dois anos...

Nem penso direito e já vou logo abrindo a porta, me deparando com uma imagem linda à minha frente. Leonardo segurando um cupcake de chocolate com uma velinha acesa em cima.

— Meu Deus... — solto um risinho.

— Feliz aniversário, Shel. — o loiro diz aproximando o doce de mim.

Eu seguro o mesmo, ele insiste que eu assopre a vela e faça um pedido, então assim faço.

— Obrigada. Só você mesmo, hein? — comento dando espaço pra que Leo entre.

— Achou que eu ia esquecer? — ele me puxa pra sentar ao seu lado no sofá.

— Achei que não viria aqui essa hora, isso sim. — rebato, dando uma mordida no cupcake e lambendo meu lábio sujo em seguida. — Quer?

— Não, é seu. — Leonardo diz, me olhando fixamente.

— Adorei o presente.

— Ih, tá achando que acabou por aqui? — ele se mexe pra conseguir retirar algo do seu bolso, o que demora mais do que ele pensava. — Calma...

Eu gargalho e Leo finalmente consegue pegar o que queria. Ele me entrega um pacotinho vermelho e pequeno, eu coloco o cupcake de lado e seguro o que suponho ser o meu presente.

— Caralho, que lindo...! — fico impressionada ao desembrulhar o pacote e ver uma caixinha transparente com um colar dentro. Eu abro-a e vejo o acessório com detalhes, trata-se de uma corrente dourada com um pingente lilás brilhante em formato de estrela. — Eu amei, lindo. Muito obrigada!

— De nada. Tô guardando desde o mês passado. — Leonardo fala coçando o nariz, ele está tímido. Parece mais que quer falar alguma coisa. — Gostou mesmo?

— Lógico. Foi muito caro?

— Que feio, Shel. Isso é pergunta que se faça? — ele finge ofensa, cruzando os braços. — Foi, sim.

— Leonardo. — pronuncio seu nome, um pouco sem graça.

— Quem foi que comprou? Eu, então você não tem que se importar com preço. Sua xereta...

— Hm, sei. — trocamos caretas sarcásticas. — Eu falei porque você já devia saber que não precisa necessariamente me dar um presente assim.

— Tô sabendo de nada, não. — Leonardo vira a cara, eu movo seu rosto pra que ele me olhe nos olhos.

— Só de você estar aqui me falando suas besteiras, eu já me sinto completamente presenteada.

— Porra, garota... — um sorriso se forma lentamente no rosto do rapaz. — te amo tanto.

— Eu te amo, também. — sorrio de volta, ficamos nos olhando como dois tontos. Começo à guardar o colar de volta na caixinha e deixo-a na mesinha de centro.

— O que vai fazer amanhã? — sua voz baixa e sedutora pergunta.

— Trabalhar. E antes que me questione, é por vontade própria.

— Eu sei, você é empolgada demais com a sua loja e blá-blá-blá... — Leonardo faz um gesto tagarela com sua mão, levando ela até meu rosto e mordendo minha bochecha com a mesma.

Dou risada e lembro do cupcake, próximo à mim.

— Você acha ruim? — provoco, dando uma enorme mordida no doce.

— Claro que não, você tá certa. Aliás, acho super sexy essa sua independência. — Leo acerca seu rosto do meu e quando eu penso que ele vai me beijar, o homem abocanha o cupcake, acabando com ele em poucos segundos.

— Idiota. Pensei que fosse meu. — falo entre risos, me referindo ao bolinho.

— Mas é. Todo seu. — Leonardo lambe seu dedo com cobertura, me deixando excitada, óbvio. — Que foi? — ele estranha quando eu me afasto.

— Nada. — dou de ombros, me sentindo uma palhaça com tesão. Se ao menos eu estivesse de lingerie.

— Olha só, a camisola de velha que você comprou na Shein... — Leo relembra.

Merda.

— Olha só, ninguém se importa! — retruco em ironia, ficando de pé na frente dele.

— Nada disso, eu me importo. Me importo muito. Porque não tá combinando. — Leonardo fala, eu já me preparo pra dá-lo um fora, até que ele continua. — Vem aqui e me deixa tirar...

— Ih, começou... — rio, à essa altura já está mais que óbvio que é o que eu mais quero agora.

Ele me conhece tanto, e vice-versa. Estamos nos importunando porque desejamos um ao outro.

— Hora do próximo presente, aniversariante. — Leo segura meu punho e sem esforço algum consegue me fazer subir em seu colo.

Ele junta nossos lábios e eu introduzo minha língua. Faz tempo que não temos esse tipo de contato. Desde que terminamos de vez nosso namoro, transamos em casos raros e específicos. É como quando sentimos uma enxaqueca fora do comum e somente um remédio pode aliviar nossa dor. Porém de uma forma muito mais forte e complexa.

Até porque mesmo sem a enxaqueca, eu ainda amo Leonardo DiCaprio.

𝐖𝐇𝐘 𝐖𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐈 𝐃𝐀𝐓𝐄 𝐘𝐎𝐔? [leonardo dicaprio]Onde histórias criam vida. Descubra agora