01. PRISIONEIROS

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"Vou começar só em novembro" eu disse, kkkkkkkkk mas a gente sabia que não era verdade.

Eu fiquei muito feliz por vocês terem recebido a história com tanto carinho e por isso já vim atualizar com o primeiro encontro dos dois. 

Espero que gostem!

Espero que gostem!

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• LUNA •

É interessante pensar nas ironias e trapaças da vida. Seis meses antes eu havia me jogado no mar, pronta para morrer, apenas para escapar do meu próprio destino e agora estava ali, viva, e, ainda assim, prisioneira de alguém.

No entanto as barras da minha prisão passaram a ser literais, não apenas uma figura de linguagem ou um estado mental.

Quando fui resgatada das águas furiosas do East Blue naquela fatídica noite, imaginei que estava diante de uma promessa de liberdade. Meu salvador era um Pirata Palhaço com um circo para renegados e deslocados. Parecia um lugar perfeito para recomeçar a vida.

Ou melhor, o lugar perfeito para ter uma vida.

Me tornei parte da tripulação de Buggy. Não que houvesse algo de especial nas poucas coisas que eu sabia fazer, nunca fui uma lutadora, sequer saberia a forma certa de segurar uma espada, porém as exaustivas aulas de balé e canto que minha tia me obrigava a praticar acabaram por ser úteis dentro de um circo.

Me apresentava como acrobata, dançando suspensa no picadeiro em tecidos esvoaçantes ou bambolês. Às vezes eu cantava também, segundo os pedidos do Capitão Buggy. E, de início, parecia tudo que eu poderia desejar da vida. Realmente gostava de me concentrar em minha dança aérea, a sensação disso era o mais perto de liberdade que eu já havia experimentado um dia.

Não durou muito, infelizmente. Logo descobri que Buggy era um homemzinho cruel, capaz de atrocidades com um grande sorriso no rosto. Tentei fugir assim que a oportunidade surgiu, mas não obtive sucesso.

Suspirei longamente ao recordar daquela noite, mas emergi das lembranças e foquei em meu reflexo no espelho de forma melancólica. Era quase engraçado que a tristeza me caísse tão bem naquele instante, dando algo a mais para o figurino digno da extravagância do meu captor.

Eu usava um vestido todo trabalhado em penas de vários tons de azul misturado com roxo e delicados detalhes dourados. A saia curta era volumosa, lembrando uma bailarina, e o corpete bem acinturado subia se dividindo em um profundo decote em formato de V, com penas sobre os bustos de forma que, embora escandaloso, não chegava a ser vulgar. Pelo menos não sobre os meus seios pequenos.

Parei de lamentar as reviravoltas cruéis do meu destino e prendi um arranjo no meu cabelo — que agora estava tingido em um tom mais claro de loiro e cortado em comprimento médio, — antes de começar a aplicar a maquiagem que destacaria a cor dos meus olhos, fazendo com que as íris cor de âmbar parecessem ainda mais claras, quase douradas.

WILDEST DREAMS  | Roronoa Zoro ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora