Ela já era um Rouxinol em uma gaiola muito antes de ser capturada por um pirata com cara de palhaço, porém, quando um peculiar trio é levado até o circo de horrores e faz com que o mundinho de Buggy desmorone, Luna finalmente tem a oportunidade que...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
• LUNA •
A escuridão me cercava, quilômetros e quilômetros de nada mais que o breu profundo e denso que parecia decidido a me engolir. A realidade me atingiu rápido: Rike estava morto. E, sendo assim, eu também.
Então aquilo era morrer? Quieto, escuro e... solitário?
Assenti para mim mesma, tentando me conformar com o meu destino. Nunca tive medo do escuro ou do silêncio, meus lugares seguros eram mesmo lugares escuros, silenciosos e isolados. Enquanto crescia eu ansiava por um momento de solidão, porque era só assim que eu podia ter paz. Porém, sendo bem honesta, nunca gostei de ficar sozinha. Só parecia muito melhor do que estar com alguém que nunca me permitiria ser eu mesma.
Aprendi a aceitar a solidão como uma amiga, afinal era a única amiga que eu podia ter, porque sempre achei que não pertencia a nada, que nunca me encaixaria em lugar algum. Mas agora eu tinha meus amigos, o bando que escolhi como família. Agora eu me encaixava. Portanto a solidão deixou de ser uma amiga acolhedora e se tornou apenas essa lembrança melancólica de tudo que eu não desejava mais ser.
Porém, que escolha eu tinha? Meu destino era a morte e eu morri, pronto. Não era como se eu pudesse vencer isso...
Respirei fundo e me sentei ali mesmo, no chão frio no meio do escuro. Estava acabado e eu podia descansar. Pelo menos meus amigos estavam à salvo, provavelmente de volta ao mar, bem longe do Arquipélago, indo em direção à Grand Line.
— Ei, Luna... — O sopro de uma voz chegou aos meus ouvidos e eu olhei ao redor, mas nada tinha mudado.
— Luffy? — Chamei, mas não houve resposta.
— A gente conseguiu. — Meu Capitão falou com seu timbre otimista. — Salvamos a ilha. Vai estar tudo bem quando você acordar, eles vão nos ajudar a arrumar o Going Merry. Mas estamos te esperando, não vamos pra Grand Line sem você.
Meus olhos se encheram de lágrimas e um nó se formou na minha garganta por causa da emoção. Eu não sabia como estava ouvindo aquilo, mas não me importei, porque me senti menos solitária. Foi uma pena quando o silêncio voltou outra vez.
Ali dentro daquele lugar, que não era um lugar de fato, o tempo demorava muito a passar. Às vezes eu ouvia alguns sussurros inteligíveis, mas sempre que as vozes vinham eu me sentia acolhida de alguma forma.
A próxima coisa que ouvi com clareza foi Usopp lendo para mim. Era um livro que eu já conhecia, mas não me importei, porque meu amigo parava no meio das cenas para inserir seus comentários aleatórios e isso me divertia.
— Essa história está chata. — Ele disse em certo ponto. — Quem precisa disso quando a fofoca é muito melhor, não é, Luninha? — Sorri involuntariamente. — Você sabia que só estou aqui agora porque o Zoro teve que ser praticamente obrigado a tomar banho? Ele não queria arredar o pé do seu lado e só foi porque o Sanji disse que você provavelmente não acordou ainda por causa do fedor. Santo Sanji.
