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𝗥𝘂𝗲 𝗕𝗹𝗮𝗸𝗲;

[...]

Não, não, não, não, não! Merda, merda, merda, merda, merda!

—Aaron, me desculpa!— Eu imploro, vendo o garoto jogado no chão.

Minha cabeça lateja de tanta dor e eu sinto um líquido escorrer pela lateral do meu rosto.

—Sua cabeça...— O grisalho tosse, se encolhendo.

Ele rasteja em minha direção e limpa meu sangue com a manga do seu moletom.

—Aaron, é tudo minha culpa...

—Cale a boca, eu ajudei você por conta própria.— O garoto me interrompe.

—Mas eu trouxe você comigo.— Choramingo, fitando sua face arranhada e ensanguentada.

Por que quem se aproxima de mim sempre acaba se machucando?! Eu sou a porra de um desastre.

—Rue, não!— A voz de Aaron se torna abafada e mais baixa a cada segundo.

Gradativamente eu perco meus sentidos e a última coisa que vejo são sirenes vermelhas e azuis, dando vida e cor ao cabelo branco de Aaron, que está desmaiado ao meu lado no momento em que eu apago.

2 horas antes:

Por um longo período de tempo, Aaron ficou observando as ondas se chocando contras as rochas em silêncio. O mar estava calmo e a praia não estava muito lotada, apesar dos resorts ao redor.

—Blake— O grisalho me chama—, você vem muito aqui?— Eu nego com a cabeça.

—Eu costumava vir aqui com frequência, mas parei depois que meu irmão...— Engulo em seco.

Falar sobre a morte de Levi não é algo fácil para mim. Já fazem dois anos e parece que eu nunca vou conseguir superar.

Para ser sincera, ninguém conseguiu superar meu irmão já que minha mãe se afogou no álcool, meu pai foi embora por não conseguir olhar nos meus olhos, Ayumi começou a se enfiar em festas sem fundo e eu, eu arranjei consolo nas drogas. Levi era protetor, corajoso e o responsável por nos animar quando estávamos tristes. Sem ele, todos nós acabamos ficando perdidos.

—Que merda.— Aaron disse, chamando minha atenção.

O garoto me ofereceu o baseado que possuía entre os dedos e eu me dei conta de que fiquei tão perdida em meus pensamentos, que nem percebi o garoto fumando. Apenas peguei o baseado de sua mão e levei até minha boca, dando um trago.

—Agora estamos quites.— Ele fala, encarando o horizonte.

O vento balançava nossos cabelos enquanto eu me preparava mentalmente para a discussão que ia se iniciar quando eu chegasse em casa.

—Obrigada, Aaron.— Eu o agradeci.

—Por salvar a sua pele ou pelo baseado?— O grisalho perguntou, ainda sem me olhar nos olhos.

—Você não me salvou, convencido.

—Admita, Rue: sem mim você estaria ferrada.

—Eu sempre estou ferrada, de um jeito ou de outro.— Respondo inconscientemente, com um aperto no peito. 

Noto que depois da minha fala, a atenção de Aaron se voltou para mim e eu recebi um olhar familiar; o mesmo olhar que Ayumi possuía quando viu meus cortes e descobriu o que eu passava.

𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora