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𝗥𝘂𝗲 𝗕𝗹𝗮𝗸𝗲;

[...]

Hoje completa uma semana desde que acordei, e durante esse tempo, uma avalanche de coisas aconteceram. Como por exemplo:

Aaron passou a vir me visitar todos os dias e me fazer companhia, o que, consequentemente, fez com que nos aproximássemos. Mas ao contrário de Aaron, Ayumi parou se responder ás minhas mensagens e de vir ao hospital para me ver. E sinceramente, a sua ausência foi algo que me decepcionou bastante.

—Qual é, Blake? Você, mais do que ninguém, sabe que quando se é um bom corredor dinheiro não é um problema.— Eu reviro os olhos.

Neste exato momento, eu e Aaron estamos discutindo sobre o fato de ele ter enviado minha moto até um mecânico e ter pago o concerto do veículo. O que, inclusive, é o motivo de eu ter aceitado sua carona para me deixar em casa, já que o mesmo se ofereceu para tal tarefa quando eu recebesse alta. Mas não foi só isso. Ele também me levava flores sempre que ia ao hospital e me comprou um celular novo porque descobriu que o meu quebrou.

Aaron fez mais por mim em uma semana, do que minha mãe em anos, e fez tudo isso me odiando.

—E desde quando você é um bom corredor?— Brinco. 

—Engraçadinha.

—Aaron, agora falando sério... Nós... Nós precisamos conversar.— Meu tom sai sério.

Aaron solta apenas um suspiro, como se já soubesse o que viria em seguida.

—Vá em frente.— O garoto fala, penteando os fios brancos para trás com os seus dedos tatuados.

Eu respiro fundo, receosa.

—Por que você está fazendo tudo isso por mim? Digo, eu lhe conheço tem duas semanas. Três, no máximo.— Indago.

Ele encara a estrada por um tempo e posso notar o seu maxilar travado, mas não o apresso para que responda.

—Porque eu te devo, Blake.— O garoto responde, encarando-me pelo retrovisor.

—O que você me deve?! Eu quero uma resposta que faça sentido, e não uma que me deixe mais confusa!

—Chegamos.— Ele ignora minha pergunta, estacionando em frente á minha casa.

—Eu só vou embora quando você me responder.

—Blake, saia do carro.— Aaron repete e seu timbre continua calmo.

—Não.

—Saia.— Ele insiste.

—Me tire á força.— Retruco-o.

—Sabe que não vou machucar você.

—E sabe que não vou embora.

Nós começamos a nos encarar e apesar de Aaron ser intimidante, eu me recusava a desviar o olhar primeiro.

—Você está começando a ficar divertida.— Ele bufa, abrindo um sorriso.

—E você mais insuportável. O que é uma pena, porque eu estava começando a achar que você era legal.

—Esteja pronta hoje ás nove.— O grisalho dispara, voltando sua atenção para frente.

—E o que te faz pensar que eu vou sair com você?

—Você vai sair comigo.— Ele fala, confiante.

—Você tem certeza?— Questiono, com o cenho franzido.

𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora