17

4.7K 535 347
                                    

~ 𝐴𝑢𝑡𝑜𝑟𝑎 ~

𝑁𝑎̃𝑜 𝑐𝑜𝑠𝑡𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒𝑟 𝑎𝑞𝑢𝑖, 𝑚𝑎𝑠 𝑒𝑢 𝑖𝑚𝑝𝑙𝑜𝑟𝑜: 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑜 𝐴𝑎𝑟𝑜𝑛 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒𝑟, 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑐𝑒𝑚 𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑢𝑡𝑎𝑟 𝑎 𝑚𝑢́𝑠𝑖𝑐𝑎!

[...]

𝗥𝘂𝗲 𝗕𝗹𝗮𝗸𝗲;

[...]

Assim que algo frio entra em contato com meu braço, abro meus olhos e me sento com uma velocidade impressionante na cama. Em um impulso, empurro a pessoa ao meu lado e grito de pavor, mas sou envolvida em um abraço.

—Respira, Rue. Sou eu aqui, maninha.— Levi murmura, acariciando meus fios de cabelo.

Lentamente cedo ao seu carinho e examino o ambiente, ainda tentando assimilar o quê está acontecendo ao meu redor.

Emily não está aqui. Não tem ninguém tentando me bater. Não preciso me proteger de nada.

Respiro fundo antes de responder o meu irmão.

—Desculpe por isso. Eu estou bem, não foi nada.— Me deito novamente, esfregando o rosto.

—Que horas Emily chega?

—"Emily", é?— Solto uma risada abafada.— Da última vez que o vi, ainda a chamava de "Mamãe".

—Da última vez que me viu, ainda conseguia dormir sem ter que se preocupar com a sua integridade física.— Franzo meu cenho.

As palavras de Levi me abalam mais do que eu gostaria, então desvio minha atenção e me deito de costas para ele.

—Depois que você supostamente virou um gasparzinho, Emily parou de dormir aqui em casa.— Digo, baixinho.

—E onde ela passa as noites?— Se eu não o conhecesse tão bem, diria que está apenas curioso. Mas, como não é o caso, consigo notar a preocupação em sua voz, mesmo que ele tente escondê-la.

Não posso culpá-lo, já que Emily nunca foi uma má mãe para Levi. Sempre o tratou de forma carinhosa e paciente. Ainda assim, meu irmão odiava a forma que eu era desprezada por nossa "mãe", então fazia de tudo para me alegrar e me dar o máximo de atenção possível. Então, no fim do dia eu sempre pensava:

Não preciso de Emily. Não se eu tiver Levi ao meu lado.

Acho que foi esse o motivo de ficar tão perdida quando ele se foi.

—Não é como seu eu me preocupasse com ela à ponto de perguntar tal coisa. Emily pode passar a noite em um bueiro, se quiser. Não me importo. Acho que ela se adaptaria bem, afinal. Ratos gostam de bueiros, não gostam?— Rio com minha própria fala.

Mesmo de costas, sinto a tensão de meu irmão.

—Arrume suas coisas.—Ele manda, afundando o seu rosto em meus cabelos.

—Por quê?

—Você vai morar comigo à partir de agora.— Me responde, indiferente.

Meu irmão nasceu com essa característica ridícula de falar as coisas de um modo indiferente, as fazendo parecer insignificantes, independentemente do que se tratam.

—Ok.— Assinto, sem pensar duas vezes.

Já eu, nasci com o defeito de aceitar sem me preocupar com as consequências dos absurdos que ele propõe.

𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora