15 - He's back. (pt. 1)

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𝗔𝗮𝗿𝗼𝗻 𝗞𝗮𝗶;

[...]

Minha visão se desfoca e meu coração começa a acelerar em um ritmo frenético, fazendo com que eu me questione se estou bem.

Não, eu definitivamente não estou bem!

—Como... Como... Que porra é essa?!— Indago, em choque.

Rue está segurando o seu taco de beisebol e o garoto está jogado no chão, protegendo o próprio rosto.

—É bom ver você também, Aaron.— O timbre me causa uma onda de calafrios e eu sinto meus lábios secarem.

Ele se levanta do chão e vem até mim. Eu o examino por completo, notando o cabelo maior e mais escuro, além de estar com um corte diferente.

—Eu matei você...— Minha voz sai embargada e quase inaudível.

Levi não diz uma única palavra, apenas se aproxima e me abraça. O seu cheiro amadeirado invade minhas narinas e eu tenho a confirmação de que não estou alucinando.

Direciono minha atenção para Rue e noto que ela está no mesmo lugar de quando entrei, segurando o taco de beisebol em suas mãos e encarando o local no qual Levi estava estirado no piso.

—Cara...— Separo-nos e faço um sinal para que ele olhe para trás.

O garoto vai até a irmã mais nova e para à sua frente, segurando os seus ombros.

—Você... Você estava vivo todo esse tempo?!— A pergunta sai como um sussurro de seus lábios.

—Estava, e eu sinto muito por ter deixado você com a mamãe...— Levi é interrompido por um empurrão.

—Você sabia o quê eu estava passando?!— Ele franze o cenho e assente.— Você sabia o quê mamãe estava fazendo comigo e não fez nada?!

—Rue...

—Não! Sem essa de Rue, caralho! Durante todos esses anos eu apanhei que nem uma cadela por nada?!— Os olhos da garota se enchem de lágrimas.— Tem noção de quantas vezes eu não consegui nem levantar de tanto ser agredida, Levi?! Ou de quantas vezes eu passei a noite na rua, por não poder voltar para casa com medo de ser morta?! Ou de ter que ver nosso pai ir embora?!

—Eu não podia voltar de imediato, maninha.

—Não...— Ela engasga com as palavras.— Não me chame assim!— Rue se aproxima do irmão e o empurra novamente, até que ele cole as costas na parede.

Em uma ação repentina, começa a desferir socos no abdômen do garoto, que apenas se encolhe.

—Não sabe qual foi a sensação de ter que se drogar para sentir algo! A sensação de que não pertence a esse maldito mundo, Levi! Você não tem ideia do que é abrir os olhos e sentir a decepção de ter que viver mais uma droga de dia!— Ela continua batendo no garoto, que não reage de nenhum jeito.

Vou em direção à ambos e seguro os cotovelos de Rue, afastando-a do seu irmão.

—Respira.— Murmuro em seu ouvido, enquanto a mesma se debate.

Lentamente ela cede ao meu toque, virando-se para mim e envolvendo fortemente os seus braços em minha cintura.

Não reajo. Não consigo reagir. A culpa que sinto não permite.

O único movimento que consigo fazer é acariciar seus cabelos, enquanto Blake molha minha roupa com suas lágrimas.

—Eu vou deixar vocês dois à sós.— Levi quebra o silêncio, indo até a porta.

𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora