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𝗔𝗮𝗿𝗼𝗻 𝗞𝗮𝗶;

[...]

Quando a explicação de Levi chegou ao fim, Rue e a ruiva chamada Aélis já haviam até mesmo se juntado à nós. Apesar de tudo, algumas coisas ainda ficaram bastantes confusas, então concordamos em sair para beber depois da corrida e esclarecer todas nossas dúvidas.

—Aí, Aaron?— Levi me chama, batendo a porta da Ferrari.

—Sim?

—Sabe que a gente vai perder, não sabe?— Eu comprimo meus lábios, segurando a vontade de xingá-lo pela pouca fé em mim.

Minha mulher é uma corredora boa pra caralho. E eu odeio ter que admitir isso, mas sim, eu sei que vamos perder. Rue Blake não precisa nem se esforçar quando o assunto é rachas, e cacete... Só de pensar consigo sentir a calça que estou usando apertar meu pau.

Eu e os outros competidores nos acomodamos em nossos veículos, apenas esperando o disparo do revólver sinalizar o início da corrida.

Só porque não temos chances, não significa que vou facilitar, amor.

São meus últimos pensamentos, antes de recebermos a confirmação de que precisávamos e um couro de gritos e pneus cantando iniciar.

Rue carrega ao seu lado Aélis, e nos assentos traseiros, Ayumi e Will. Eu rio, porque no momento em que a morena faz uma curva, os seus corpos são jogados para o lado oposto e eu consigo captar alguns xingamentos dos mesmos.

—Aaron, estão nos ultrapassando!— Eros exclama, apoiando seu antebraço no meu banco.

Automaticamente eu afundo meus pés no acelerador, e os ponteiros no painel se movem gradativamente, indicando o aumento de velocidade. Um sorriso ladino toma conta de meus lábios assim que eu semicerro meus olhos e vejo que estamos apenas à 190 Km/h.

—Caralho, eu tinha esquecido o quão fodidamente boa era essa sensação!— Levi comenta, pressionando suas costas contra o banco.

Imagino que o garoto realmente tenha sentido saudade das corridas, já que costumamos frequentá-las desde que éramos bem novos. Mas ao contrário de mim, que comparecia às rachas para não precisar ficar em casa, Levi marcava sua presença porque realmente gostava daquilo e de toda a adrenalina que envolvia.

Umedeço meu lábio inferior, enquanto penteio meus fios brancos para trás com a mão livre. Quando noto que Rue está me encarando, meu peito se aperta e eu me apresso em descer os vidros.

—Olhe para frente, porra!— Ordeno, e mesmo relutante, a mesma obedece.

Se minha garota sofresse um acidente à essa velocidade, a coisa seria feia.

Ao cruzarmos a linha de chegada em segundo lugar, os resmungos dos garotos começam a soar sem parar pelo veículo. Porém, ao contrário deles, eu não reclamo de absolutamente nada. Ver minha mulher assim me deixa excitado, do quê diabos eu reclamaria, porra?

[...]

𝗥𝘂𝗲 𝗕𝗹𝗮𝗸𝗲;

[...]

—Não acredito que em apenas três anos você conseguiu se tornar uma corredora melhor que o Aaron.— Meu irmão resmunga, ainda inconformado com sua derrota.

—Não é muito difícil vencer vocês.— Respondo, curvando meus lábios em um sorriso ladino.

Para algo eu tinha que servir.

𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora