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𝗔𝗮𝗿𝗼𝗻 𝗞𝗮𝗶;

[...]

Quando entramos novamente na sala, Rue ficou puta comigo por estar sentado no seu lugar e eu acabei recebendo adjetivos bastantes carinhosos como: "insuportável", "enxerido" e "convencido". Mas continuei sentado atrás da garota japonesa, que eu acho ser o motivo de Rue querer sentar em meu lugar, já que ambas também estavam juntas na última racha.

Assim que o sinal indicando o início do horário de almoço soou, eu fiquei bastante surpreso pela rapidez na qual as aulas passaram e talvez eu tenha tido essa percepção por perder uma aula fumando e dormir nas outra duas restantes, mas que se importa?

Durante o tempo que passei no refeitório, um garoto chamado Will acabou se sentando ao meu lado. Fiquei incomodado com a sua presença no início, já que eu não havia o convidado para se sentar comigo, mas com o tempo me acostumei.

Will estava presente na racha onde, infelizmente, conheci a insuportável Rue Blake. Ele tentou me consolar e ficou bajulando a garota, enquanto eu apenas revirava os olhos e me concentrava em não surtar com a figura ao meu lado. De acordo com o garoto, "Rue é a melhor corredora de rachas do colégio, se não da cidade" e eu fui quem chegou mais perto de vencê-la desde... Desde muito tempo.

—Primeiramente, ela não é isso tudo. Segundamente, eu vou beber água.— Eu disse, me levantando do banco.

—Qual é, cara?! Eu sei que você está frustrado, mas não pode negar que Rue corre bem para caralho!

—Ou talvez você corra ruim para caralho.— Respondo-o, saindo do refeitório.

Enquanto eu seguia pelo corredor, acabei avistando Rue com dois garotos. Ambos estavam com sorrisos estampados no rosto, mas a garota estava com uma expressão fechada.

—E essa marca no seu pescoço, Rue Rue?—Um deles pergunta e eu o reconheço.

Nicolas, um metido que estuda na nossa sala.

—Tira a mão de mim!— Ela dá um tapa no braço do garoto e o empurra para longe.

—Olha só, a vadia reagiu.— Ele continua rindo e eu fecho a cara.

O garoto se aproxima, enquanto Noah, melhor amigo de  Nicolas que está sempre o seguindo, prensa Rue contra os armários.

—Sabe, Rue, quando o seu maldito irmão estava vivo, ele me espancou com a merda de um taco de beisebol.— Nicolas fala, próximo ao ouvido da garota.

—Então você devia agradecer só por ter a sorte de estar vivo. Mas não se preocupe, quando eu sair daqui, eu vou matá-lo com o mesmo taco que meu irmão usou para bater em você!

—Pelo visto você criou garras!— Ele zomba, mas então, desfere um tapa no rosto da morena.

Ao ver a cena de Rue se debatendo e tentando sair do aperto de Noah, enquanto Nicolas desfere vários tapas e socos em seu rosto e abdômen, eu corro em direção as três figuras.

—Solte-a!— Exclamei, agarrando os ombros de Nicolas por trás e o derrubando no chão.

Eu montei em cima do garoto e comecei a socar seu rosto, mas Noah veio até nós e me tirou de cima do seu amigo.

—Isso não tem nada a ver com você, novato!— Noah diz, me desferindo um chute na costela.

—Filho da puta!— Xingo Noah, que cai no chão quando eu agarro sua perna e puxo com força, vendo que ele me chutaria novamente.

Eu subo em cima de Noah e soco o seu rosto como fiz com seu amigo, mas quando Nicolas tenta fazer com que eu pare, eu tento resistir. Me canso mais rápido do que o esperado, já que bater em Noah e não ceder aos puxões de Nicolas exige o dobro de esforço que eu estava fazendo.

—Ai, sua cadela!— Sinto Nicolas afrouxar o aperto em meu moletom e quando me viro, Rue está nas costas do garoto.

Ela puxa o cabelo do loiro, que cambaleia para trás e faz com que Rue choque as própria costas contra o armário.

—Porra!— Ela grita.

Eu volto minha atenção a Noah, que continua jogado no chão, embaixo de mim.

—Não...— Ele pede, ao ver que voltaria a apanhar.

—Olha só que engraçado, ela também pediu para vocês se afastarem, mas vocês não fizeram.— Eu digo, dando um soco no garoto novamente.

O som de algo se chocando contra os armários chama minha atenção e, em seguida, um grito ecoa pelo corredor. Quando me viro em direção ao som, vejo Rue no chão.

—Depois eu cuido de você!— Disparo, cuspindo no rosto do garoto e o chutando uma última vez.

Eu corro em direção á Nicolas, que está segurando Rue pela gola do moletom, fazendo com que a garota fique de joelhos.

—Me solta!— Ele fala assim que agarro sua cintura e o jogo para longe.

—Rue, a Srta. White está vindo!— Uma voz feminina grita e eu vejo ser a japonesa sentada á minha frente na aula.

—Obrigada, Yumi!— Rue agradece e me puxa de cima de Nicolas.

Ela agarra o capuz de meu moletom e nos leva até o estacionamento da escola.

—Aonde nós vamos?!— Pergunto ofegante devido a corrida.

—Eu vou embora, mas você pode ficar aqui e pegar um esporro da Velha White, se quiser.— A garota me responde.

Rue estende um capacete para mim, enquanto põe outro em sua cabeça.

—A gente vai na sua moto?— Questiono, observando a morena subir no veículo.

—Não, não a gente vai voando mesmo.— Ela diz.

—Por que você é tão grossa?!— Indago, desferindo um tapa no capacete da garota.

—Porque você me estressa!— Rue dá um tapa em meu braço.

—Ai!— Exclamo de dor, devolvendo o tapa no capacete novamente.

—Você me bateu primeiro, imbecil!— Ela retruca.

Eu reviro os olhos e subo na garupa da moto, quase caindo quando Rue acelera o veículo sem aviso prévio.

Eu já esperava que a morena dirigisse que nem doida, mas a sensação é totalmente diferente da que eu imaginei. Neste exato momento, eu e Rue estamos correndo pelas ruas de Las Vegas enquanto meu peito acelera e meu corpo queima, como se a adrenalina fosse um combustível altamente inflamável.

—Aonde você está nos levando?

—Você vai descobrir, Jack Frost.

Ela acelera mais, criando um alto barulho e fazendo um frio envolver meu estômago; não posso conter o sorriso que se forma em meus lábios.

𝙏𝙤 𝙗𝙚 𝙘𝙤𝙣𝙩𝙞𝙣𝙪𝙚...

𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora