25 - Final arc. (pt. 2)

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𝗔𝗮𝗿𝗼𝗻 𝗞𝗮𝗶;

[...]

Meu coração erra uma batida ao ver minha garota inconsciente no chão imundo, com a brisa gélida da madrugada soprando seus cabelos bagunçados.

—Rue!— Chamo-a, desesperadamente.— O quê aquele desgraçado fez com você?!— Minha fala sai quase inaudível.

Sacudo a morena algumas vezes, o quê é inútil pois a mesma continua desacordada.

—O quê minha irmã está fazendo aqui?! Cadê o canalha do seu padrasto?!— Levi indaga, confuso.

—Espero que morto!— Exclamo, pegando Rue no colo e nos levando até o banco de trás do carro.

Apoio a cabeça da mesma em minhas pernas, afagando os seus cabelos enquanto controlo a ardência avassaladora em meus olhos.

—Aaron, isso não foi sua culpa, tá legal?— A fala de Levi faz com que eu mantenha meu olhar baixo, sem conseguir encará-lo.— Tá legal?!— O garoto reforça.

—Agora não, Levi. Nos leve o mais rápido que conseguir para um hospital, depois conversamos.— Exijo, respirando fundo.

{...}

De acordo com a enfermeira, se demorássemos mais um pouco a morena poderia ter morrido. Contudo, Rue ficará bem. O nosso único papel agora é mantê-la aquecida e bem alimentada para que seu estado não piore.

Ver a garota daquela forma me deixou atordoado. Seus lábios pálidos, a pele fria e a respiração quase inexistente... Era como se a minha garota estivesse morta.

Pela segunda vez em minha vida, fui obrigado a assistir uma pessoa que eu amo quase morrer. Por minha culpa.

—Aaron?— Ela murmura, com a voz enfraquecida e arrastada.

—Sim?! Estou aqui, estou bem aqui...— Respondo, correndo até sua cama.

—Aaron...— Seus olhos se enchem de lágrimas.— Eu fiz uma coisa horrível.

—Pode me contar quando ficar melhor, mas agora precisa descansar.

—Eu matei seu padrasto.— Rue confessa com a fala atropelada, em um sussurro.

Arregalo meus olhos, surpreso. Levo alguns breves instantes para digerir a informação inesperada, mas me recomponho rapidamente para não deixar Rue mais aflita do que já está.

—Você não tinha escolha.— Digo, em uma tentativa de consolá-la.

—Você não sabe disso!

—É, mas eu sei que se você não tivesse colocado um ponto final nisso, eu mesmo teria! Você quase morreu, cacete!

Minha respiração se torna irregular, e o medo que senti de perdê-la mais cedo retorna.

—Eu não me importo de ter que matar outra pessoa para manter você bem. Rue, se alguma coisa oferecer o mínimo perigo à você, meu único objetivo é acabar com ela.— Um silêncio paira entre nós.

—Você... Não está chateado comigo?

—Claro que não! Estou chateado é comigo por não conseguir proteger você.— Exclamo, depositando um beijo em sua testa.

𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora