𝗔𝗮𝗿𝗼𝗻 𝗞𝗮𝗶;
[...]
Observo atentamente Will e Rue na sala, tentando acertar petiscos um na boca do outro.
—Nunca imaginei que fosse ver você de novo.— Ayumi diz, pegando duas garrafas de cerveja na geladeira.
—Surpresa.— Brinco, tirando quatro copos de vidro do armário.
—Levi sofreu bastante quando você foi embora.— A sua fala faz um bolo se formar em minha garganta e eu pigarreio.
—Ayumi, você e o Will estão ficando?— Indago, mudando o foco da conversa.
A garota para ao meu lado e suas bochechas ganham uma coloração avermelhada.
—Ah, faz pouco tempo.— Olha para baixo.
—Lembro que antes de eu ir embora, você já gostava dele.— Ela faz uma cara de desentendida.
—Não gostava não.— Eu arqueio minhas sobrancelhas para a morena.— Não me olhe desse jeito!
—Não tenho culpa se você é uma sonsa.— Dou de ombros e um leve soco é desferido em meu ombro.
—E você e Rue?
—O que tem nós?— Pergunto, descontraidamente.
—Estão ficando a muito tempo?
—Não. Ela sequer sabia quem eu era até hoje de madrugada.
—Mas é claro, mudou o corte e a cor do cabelo, está cheio de tatuagens e cresceu para um caralho. A última vez que o vimos, você tinha 12 anos.
—Mas eu reconheci vocês duas.— Franzo meu cenho.
—Eu e Rue não mudamos praticamente nada.
—Vão demorar muito?! Estamos com sede!— Will grita da sala e Ayumi revira os olhos.
Nós andamos em direção ao cômodo e deixamos as bebidas e copos em cima da mesinha de centro.
—Demoraram demais.— Will fala, pegando um copo.
—Quer que a gente dê a cerveja na sua boca também, princesa?— Questiono o garoto, me sentando no chão e encostando as costas no sofá.
Rue, que está sentada atrás de mim no assento confortável, começa a acariciar meus cabelos brancos. Eu estico meu braço até o cupcake no centro da mesa e o levo até minha boca.
—Ficaram sabendo? O corpo do Nicolas vai ser velado amanhã.— Sinto o cupcake descer para o lado errado ao escutar Ayumi.
—Eu espero que ele esteja bem aquecido no colo do capeta.— Will se pronuncia e um sorriso ladino surge em meu rosto, enquanto eu dou leves tapas em meu peito para me desentalar.
—O infeliz fazia da vida de todo mundo um inferno.— Rue para de acariciar meu cabelo, fazendo com que eu me remexa contra o sofá e arqueie levemente minhas costas, inquieto.
No mesmo instante, o som de um isqueiro sendo riscado se faz presente, acompanhado do cheiro de maconha.
—Acho que quem o matou fez um favor para a sociedade.— Articulo, encolhendo minhas pernas e aproximando meus joelhos de meu peito.

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𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐒𝐌
AventuraA vida de Rue Blake vira de cabeça para baixo quando um novo corredor de rachas chega a cidade, e piora ainda mais quando ela descobre que ele é o seu novo vizinho. Desde a sua mudança, assassinatos e mensagens misteriosas começam a aparecer, o quê...