Hot as Hell

Capítulo 03| Hoje a noite

Damon Blackwood

— Você não vai dar festas e não vai arrumar problemas, entendeu? — o homem de cabelos, antes escuros como os meus, agora cinza, diz repetindo pela milésima vez o mesmo aviso.

Meu pai, o grandioso empresário Filipe Blackwood, estava na minha frente em pé, enquanto eu estava largado no sofá.

Ele me dava uma ordem severa como se eu fosse uma criança que tinha acabado de aprontar uma das boas com algum colega da escola.

— Está me escutando Damon? — ele pergunta com raiva e eu reviro os olhos.

— Não sou surdo, Filipe. — falo e o vejo ficar com mais raiva ainda, ele odiava quando eu o chamava pelo nome — Eu já escutei, sem festas, sem brigas e sem problemas com a polícia. Eu já entendi! — falo entediado.

— Pai. Eu sou seu pai, Damon. — ele diz e eu reviro os olhos de novo. Estava começando a ficar cansado desse papo.

— E estou falando sério garoto, se eu for chamado pela polícia mais uma vez pra te tirar da cadeia.....— ele dá uma pausa tentando sufocar a raiva — Eu te deixo lá me entendeu? Você anda ultrapassando todos os limites, e eu não vou mais aliviar pra você! —

— Tá legal pai, eu já entendi! Pode ir sua viagem tranquilo — digo forçando um sorriso. Gostaria que essa conversa acabasse logo e ele fosse embora de uma vez.

— Está bem, confiarei em você. Os empregados estarão aqui caso precise, e se houver algum problema é só me ligar. Tchau! — aceno para ele quando o vejo finalmente atravessar a porta saindo de casa. Finalmente em paz.

O Filipe vivia viajando, e tava sempre no trabalho ou fodendo alguma prostituta.

E geralmente ele era sempre de bom humor, bom, quando estava fora de casa, do qual eu gostava de chamar de nosso inferno pessoal.

Quando ele estava em casa, era sempre uma tortura. Jantares em "família" e ele sempre tentando alguma conversa que sempre tinha o mesmo fim, ele querendo socar minha cara e eu o ofendendo. Ele sempre estava muito bravo comigo, mesmo quando eu não fazia nada, aparentemente minha simples presença o deixava irritado, talvez porque eu fosse uma decepção completa para ele.

Mas nada no mundo o deixava com tanta raiva, do que ter que cuidar do seu próprio filho. Claro que eu não era um exemplo de bom filho, mas ele detestava ter que sair de seus gloriosos compromissos para ter que resolver algum problema que eu causei.

Afinal, ele estava ocupado demais dando entrevistas de como ser o melhor empresário, e de como foi difícil ter que criar um filho sozinho, mas que apesar disso nós tínhamos uma pequena "família unida e éramos o melhor amigo um do outro".

E era horrível para a imagem de bom homem dele que ele tivesse um filho problemático que gostava de aprontar de vez enquanto e destruía toda a imagem que ele criou de nós.

A mídia adorava ter o que falar, e nessa cidade pequena e monótona que quase não acontece nada, eu e minhas confusões éramos um prato cheio para os abutres loucos por fofoca.

Mas meu pai não ia me segurar nessa casa sem fazer nada.

Pego meu celular indo nos contatos e clicando no nome do abusado do Josh.

— Alô! — Josh atende no terceiro toque e me pergunto o que ele estava fazendo pra demorar tanto assim a atender minha ligação, ele geralmente atendia minhas ligações do primeiro toque.

— O que você quer Damon? Eu estou meio ocupado agora. —

— Tá fodendo por um acaso? Por que demorou me atender? —