Capítulo 38| Pertencentes Um Ao Outro

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Alyssa White

— Vá embora... — sussurro mais uma vez.

Eu queria ficar longe dele, longe das suas acusações e do seu sadismo.

No que eu havia me metido?

Damon é um assassino.

O certo seria ir até a polícia, denunciar o crime. E depois prestar ajuda a família de Daniel.

Mas eu não queria que ele fosse preso, ou talvez queria, estava confusa demais para saber.

— Você está linda... — ele sussurra embriagado, olhando para os meus seios desnudos.

Cruzo os meus braços, os cobrindo. Ele me olha chateado, mas apenas lambe os lábios, sem discutir.

O clima estava estranho, e eu estava com frio, medo e cansada. Apesar do sono começar a me consumir, estava mais acordada que nunca, estava alerta.

— Não vou te machucar. — ele diz, sério.

Minha pele arrepia com o seu tom de voz. Grave e sempre cheio de si.

— Já machucou... — sussurro, chateada com a sua acusação.

— Me perdoe, passarinho. — ele diz, suplicante.

Damon se aproxima de mim, mas não me movo. Sua enorme mão indo diretamente a minha bochecha, ele estava gelado.

Sua pele estava vermelha por conta do sangue, mas muito gelada, provavelmente por conta da chuva. E não deixo de temer pela sua saúde, ele vai acabar ficando doente se não se livrar dessas roupas molhadas.

— Estava com tanta raiva por ter visto vocês juntos... Não pensei outra coisa se não em matá-ló. — ele acariciava levemente a minha bochecha, limpando as lágrimas com o dedão. — Por favor, me perdoe por insinuar aquilo, sei que você jamais faria. Sei que não o queria... —

— E se eu quisesse? — Damon uni as sobrancelhas, confuso. — E se eu tivesse mesmo beijado ele? Ou se eu já tivesse beijado outra pessoa? —

Damon me olhou pacífico, mas respirou profundamente e continuou acariciando a minha bochecha.

— Provavelmente os mataria também. — ele responde, sério. — Mas não importa mais, o que importa é que estamos aqui novamente. Você e eu. Como tem que ser. —

Damon se aproxima, receoso, mas encosta levemente os lábios em minha testa.

Tinha algo esquisito entre nós, algo que eu não conseguia explicar.

— Não importa se você beijou outro, o que importa é que só vai beijar os meus lábios daqui pra frente. Voltei para ter você de volta, voltei para onde eu nunca deveria ter saído. —

Fecho os olhos, sentindo a proximidade dele. Sua voz gostosa. Tudo nele era tão bom.

— Nós terminamos... — sussurro, atômica.

— Não. Não terminamos. —

— Você disse que queria que eu me fodesse. —

— Foi na hora da raiva. Desculpe. —

— Me xingou. —

— Estava furioso, não estava pensando direito. —

Eu não sabia mais o que dizer, estava novamente sendo arrebatada por aquela força eletromagnética que ele exercia sobre mim.

Seu corpo próximo... Sua mão acariciando minha bochecha... Sua respiração profunda.

— É melhor tomar um banho... Vai ficar doente... — falo, preocupada com a frieza de sua pele.

Hot as HellOnde histórias criam vida. Descubra agora