Capítulo 41| Família

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Alyssa White

Uma vez, tive um sonho onde eu estava flutuando. Um sonho que expressava o meu mais puro desejo de deixar esse mundo.

De que o meu inferno pessoal acabasse.

E de fato achei que ele fosse acabar, nesse momento.

Mas não foi isso que aconteceu.

Não flutuei.

Não senti a água densa, ou a vida me deixando. Senti a dor do concreto, meu corpo se enchendo de dor no instante em que me sinto ser jogada contra o chão.

Mas que porra...

— Sua louca! Que merda pensa que ia fazer? — ouço a voz rouca de Damon.

Abro meus olhos, encarando uma faceta sombria e muito zangada.

Não estávamos lá embaixo, não morremos, estávamos no chão. Vivos.

— Você ia se jogar!? — ele ralha novamente.

Você ia se jogar. — retruco, me sentando no chão frio.

— Mas você.... Porra, que garota maluca, não acredito que ia se jogar por mim! — ele discute, mas sua voz tinha uma camada de emoção.

— Claro que ia! — encaro seus olhos — Não ia te deixar sozinho... —

Damon nega com a cabeça, lágrimas molhavam seu belo rosto.

— Que merda, Alyssa. Por que fez isso? — Damon diz, sua voz era de um tom frustado.

Ele esconde a cabeça entre os joelhos, abraçando o próprio corpo.

Gostaria de estar em qualquer lugar do mundo que não fosse aqui, a dor de saber pelo o que Damon estava passando, me fazia sentir vazia e sem forças.

Abraço meus joelhos também, me sentia fraca, estava me sentindo a mesma garota de anos atrás, impotente contra a dor.

Fraca e perdida, vazia.

— Josh e Jane devem estar nos procurando... — sussurro, depois de um tempo.

— Josh e Jane estão aqui? — Damon pergunta, surpreso.

— É óbvio... São seus amigos. Eles... Eu... Todos nós estávamos procurando por você. — falo, encarando seu rosto triste. —

Damon desvia o olhar, parecendo envergonhado.

— Sinto muito... Por essa merda toda. —

— Não é sua culpa... — descanso minha cabeça sobre meus joelhos. — Por que não me ligou... Por que não me procurou... — questiono, decepcionada.

— Você tem problemas o suficiente. — ele responde, vagando seus olhos para mim novamente.

— Você também, e mesmo assim esteve me ajudando... Por que não me deixa te ajudar também? — minha voz era fina, chorosa.

— Desculpe... — ele sussurra, a voz embargada.

— Me deixe te ajudar... Me deixe ser sua luz... — suplico, chegando perto do seu corpo.

Você já é a minha luz, anjo... — ele diz, encostando a testa na minha.

— Então me siga, vamos pra casa. Não ceda a isso. —

Abraço Damon, ele enfia seu rosto no meu pescoço, fungando e me abraçando forte.

Não sabia ao certo o que fazer, só que gostaria de ir para casa, com Damon. Gostaria de ajudá-lo.

Hot as HellOnde histórias criam vida. Descubra agora