Hot as Hell

Capítulo 36| Saudades

Alyssa White

Caminhava preguiçosamente em direção ao pequeno sofá da área. Estava na área de laser do prédio, um local para os moradores se divertirem.

Me sento no sofá abrindo o meu novo livro, na verdade não é tão novo, já que é a quinta vez que releio ele.

Não consigo evitar, Adam e Oliver ficam o tempo inteiro me chamando, implorando para que eu releia sua história novamente.

— Que capa fofinha... — uma voz fina e infantil surge e abaixo o livro, olhando em direção a ela.

Uma garotinha de, não mais do que nove anos, estava parada a minha frente, olhando atentamente a capa do meu livro.

Eu a conheço, ela é filha dos meus vizinhos.

— É sim. — falo, sorrindo.

A garotinha sorri, e vaga seus olhos para mim. Ela é muito linda, tem um enorme cabelo castanho claro, que cai pelos seus ombros e cobrem suas costas. E ela tem uma franjinha também, lhe deixando ainda mais fofa.

— Eu nunca te vi por aqui... — ela diz, seus olhos azuis me observavam com curiosidade.

— Fico a maior parte do tempo em casa. Não desço muito aqui. — explico e ela assente.

— Posso me sentar com você? —

— Claro. — sorrio gentil, lhe dando espaço no sofá.

— Você é a moça que está sempre trancada em casa? Mamãe me falou de você, disse que você é nova aqui. —

— É, mas já faz alguns meses que moro aqui. — a garotinha assente novamente.

— Eu me chamo Ginna. — ela se apresenta e sorrio.

— Sou Alyssa, é um prazer te conhecer, Ginna. —

A garotinha sorri e meche as mãozinhas, ajeitando a franja.

— Aquele garoto gigante é seu namorado? — ela pergunta inocente, balançando as perninhas no ar.

Meu coração dá um solavanco e respiro mais fundo.

Damon.

Já fazia tantos dias... Sentia sua falta, ele ainda não voltou da Itália. Não nos falamos, mas isso está me matando.

Mas é assim que tem que ser.

— Não, não mais... —

— Que pena... Ele é muito bonito... — ela diz e suas bochechas coram, como se tivesse acabado de falar uma coisa absurda.

— Ele é. — sorrio, tentando conforta-lá.

— Vi ele saindo daqui várias vezes... Mamãe disse que ele devia ser seu namorado, já que estava sempre aqui. Mas já tem um tempo que ele não vem. — ela dizia tudo inocentemente.

Sorrio para a sua curiosidade, mas uma parte de mim se irrita por saber que minha vizinha anda fofocando sobre a minha vida.

Mas quase como se eu tivesse levado um soco e acordado só agora, minha mente desperta para algo.

E se eles ouviram meus gemidos?

Ah não! Não! Não!

Minhas bochechas coram e sinto o ar fugir dos meus pulmões. Seria extremamente desrespeitoso uma coisa dessas, principalmente com crianças morando no prédio.

— Vocês... e-escutaram... a-algo? — gaguejo e a olho desconfiada. Ginna me olha confusa.

— Não... Nada estranho. Por que? Você escutou? —