Love of my life don't leave me

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(Muriel usa pronomes neutros)

*1 mês e meio depois do Aziraphale ter deixado a terra*

Desde a partida do Arcanjo Gabriel que deixou o Céu para se juntar a Belzebu, e a sua subsequente substituição pelo Anjo do Portão de Leste, o clima em Londres piorou. É bastante comum haver temporais de chuva agressiva, especialmente nas estações mais frias, mas desde então, a frequência de chuva tem aumentado severamente, causando inundações em várias cidades, especialmente em Soho.

Entre as ruelas de paralelepípedos e os edifícios antigos, existia uma rua em particular em que chovia intensamente, mais intensamente do que em qualquer lugar em Londres. No entanto nenhumas das lojas, casas ou cafés lá situados pareciam afetados com a mesma.

Mas entre todos os edifícios desta rua apenas um se destacava, uma velha livraria que continha livros de uma raridade tão notável que era surpreendente que o dono da mesma nunca tenha vendido nenhum deles. Dentro da mesma encontrava-se um homem alto e magro com cabelos cor de cereja, usando roupas escuras e elegantes. Curiosamente, usava óculos de sol apesar do tempo chuvoso e nublado.

O homem, sentado na secretária ao pé da janela, observava a chuva com um ar pensativo "Tem chovido assim desde que ele foi" pensou enquanto bebia um pouco do seu vinho.

- Senhor Crowley? - uma voz entusiástica chamou.

Crowley virou-se e olhou para a figura vestida de branco.

- Sim, Muriel? - disse o Demônio.

Muriel costumava ser um dos Anjos do mais inferior grau no Paraíso, mas com a promoção de Aziraphale, elu foi encarregado com tomar conta da livraria. Muriel era um Anjo ingênuo e curioso sobre a terra, Crowley o ajudara a aprender coisas básicas, especialmente sobre como Aziraphale costumava gerenciar a sua loja.

- Como é que organizo os novos livros? - perguntou o Anjo.

- Por autor. - Declarou o demónio. - Era assim que o Aziraphale os organizava.

O coração do Anjo caído doía ao citar o nome do Arcanjo supremo, mas ele não permitia que sua mágoa transparecesse, ele sabia que se Muriel visse só um pouco de tristeza na sua expressão ficaria logo preocupade.

Crowley ergueu-se da poltrona pegou o seu casaco e saiu da livraria sem dizer nada. Muriel já estava acustomade a este tipo de comportamento por parte de Crowley. Durante o ultimo mês Crowley havia visitado a loja em dias e horários aleatórios, sem qualquer aviso prévio, e com intervalos irregulares, ele poderia visitar a livraria Hoje e voltar amanhã, na próxima semana ou talvez só no próximo mês.

Muriel não fazia ideia de onde o Demônio ia quando desaparecia assim, mas esperava sinceramente que Crowley estivesse bem.

*

Crowley entrou em seu Bentley e ligou o rádio. O carro ressoou o som de "Love of my life" dos Queen, o demónio encostou sua cabeça ao volante, fechou os olhos e respirou fundo.

Ergueu a cabeça e tentou desligar o rádio, mas sem sucesso, respirou fundo mais uma vez e ligou o motor.

Chuva Ácida (Good omens)Onde histórias criam vida. Descubra agora