Seção 2: Manicômio

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Acorda Vini!

Disse sua mãe Ana, já puxando seu edredon vendo seu filho acordar bravo como sempre, acordar cedo nunca foi uma coisa que lhe agradava muito.

Vinicius ou apenas Vini era um estudante de psicologia que estava prestes a se formar em pouco tempo, menino bom com seus 23 anos, focou em estudar e deixar de lado as festas, as baladas e a diversão costumeira dos estudantes que fazem faculdade.

Não que ele fosse pobre, na verdade seu pai tinha sido um militar que faleceu em exercício e por isso sua mãe recebia uma gorda pensão o que lhe permitia pagar seu curso e levar uma vida sossegada sem passar perrengue. Mas agora ele teria que se apressar pois ele teria uma tarefa muito importante pra tirar uma boa nota na escola, ele faria uma visita ao manicômio que ficava bem no interior da sua cidade, um lugar esquecido pelo tempo, igual as pessoas que lá vivem.

Mas ele não iria sozinho, iria com sua professora Carla, uma já renomada psicóloga que tinha sua própria clinica e também trabalhava na prefeitura da cidade, era uma mulher madura, não muito alta, cabelos até o ombros castanhos escuros, óculos de armação grande...fetiche de homem kkk, ele queria muito tentar algo com ela mas o medo de tomar um pé na bunda era mais forte que a vontade de ter algo com ela.

Enfim toca a buzina de carro, Vini da um beijo em sua mãe diz que a ama e que logo volta, Carla está com seu carro estacionado e  aproveita pra retocar seu batom com o retrovisor do carro ali, Vini então entra no carro, dá um oi e aproveita pra dar um beijo no rosto de Carla   ele sempre beija ela no canto da boca com certa malícia  mas ela não enxerga maldade nisso e sim um garoto doido pra fazer coisinhas...mas ela já é um mulher madura e vivida então nem esquentava com isso.

- Olha Vini, hoje você vai aprender a escutar,o que é algo essencial para a nossa profissão, a gente vai chegar lá e ouvir o que aquelas pessoas tem a falar, muitas podem estar totalmente confusas mas quero que tenha empatia por elas..

- Tudo bem doutora, espero que não tenha muitas surpresas, pois vai ser a primeira vez!

- Olha pacientes dessa forma são como criminosos, moradores de rua e prostitutas....com todo o respeito claro mas sempre tem histórias tristes para contar como sempre são vítimas da sociedade.

- Imagino que vamos ver muita coisa por lá...

E Vini tinha razão...

Era uma estrada de terra, vegetação dos dois lados, com  muita árvores frutíferas também, provavelmente eles usavam como alimento no local, era uma prédio de uns 4 andares, bem grande mas desgastado com o tempo, um grande portão de ferro o encobria e o cercava, um guardinha nos esperava na entrada, ele abriu o portão e estacionamos o carro ali nas vagas, não tinha muitas vagas de carro e só tinha mais dois carros fora o de Carla, provavelmente esse lugar era o berço dos esquecidos, ninguém ia ali! Descemos do carro e botamos nossos jalecos e adentramos no recinto e na porta principal o cara que parecia o diretor nos esperava, era um senhor de uns 40 e poucos anos, alto, branco, cabelos grisalhos e bem forte, nitidamente era adepto de atividade física, ele cumprimentou Vini e deu um abraço em Carla e disse:

- Bem vindos aos inferno!

Eu olhei pra Carla assustado e ela riu, era combinado essa brincadeira.

- Olha fiquem a vontade, aqui é um lugar meio hostil mas nada de ruim vai lhes acontecer !- disse o diretor.

Então ele nos conduziu até um corredor, ela vimos um pátio tipo de escola onde os pacientes ficavam ouvidos música, a direita tinha o refeitório, e continuamos no corredor, escuro, velho e fedido foram até uma sala, essa bem arejada, ar condicionado, uma mesa de centro, banheiro dentro, uma grande estante com vários livros preciosos com certeza, um divã no canto e o diretor disse:

- Vão fazer o trabalho aqui por favor, podem ficar a vontade! Aqui é aconchegante e tem uma companhia que vocês podem pedir ajuda, já vou trazer o café da manhã pra vocês e depois tem um pré almoço, almoço e pré jantar!

- Olha amigo eu acho que não vamos ficar pro jantar não! No máximo vamos ouvir uns 2 ou 3 pacientes e vamos embora! - falou Carla.

- Como quiser doutora! Já selecionei alguns pacientes que querem cooperar com a pesquisa e vou mandar entrar!

Eles ali se aconchegaram dentro da sala, tomaram aquele café reforçado com pão, bolo, pães de queijo, frios, chá, café, leite, ovos...

Nisso entra o primeiro paciente um rapaz novo até, o guarda o trouxe, ele com roupa de paciente hospitalar, mas não estava algemado ou coisa assim, ele pede licença e se senta no divã e começa a contar sua história...

Amor destrutívelOnde histórias criam vida. Descubra agora