Sentia como se estivesse indo ao meu primeiro encontro. Meu coração estava acelerado, as borboletas no estômago se faziam presente e minhas mãos soavam frio enquanto me olhava no espelho pela milésima vez no dia.
Olhei para o relógio quase tantas vezes quanto mudei de ideia sobre qual roupa eu usaria.
Por fim, escolhi um vestido vermelho que tinham alguns detalhes além de um decote, não tão discreto.
Dei um jeito no meu cabelo que não colaborava, deixei os cachos soltos caindo até o meio das costas.
Passei uma maquiagem simples e gostei do que vi.Exatamente às oito horas, eu estava na frente da porta de seu apartamento.
O mesmo sentimento tomou conta de mim.
Pensei várias vezes em dar meia volta e dirigir-me novamente até minha casa, mas quando eu ia fazer isso a porta se abriu revelando o jogador do Palmeiras.Joaquín usava apenas uma bermuda, deixando a amostra seu abdômen bem definido.
Uau.
— Oi. — sua voz me tirou do transe, quer dizer, do paraíso.
Ele abriu um sorriso e seu olhar passou a analisar todo o meu corpo assim como fiz com ele alguns segundos atrás.
— Você está incrivelmente linda. — descaradamente ele levou um tempo antes de levantar o olhar para meu rosto.
— Obrigada. — eu disse timidamente e ele aproximou-se beijando meus lábios em um selinho demorado.
O uruguaio abriu um sorriso provocativo talvez pelo feito de ter percebido que havia me deixado com as bochechas vermelhas.
Ainda sorrindo, ele me deu passagem para que eu adentrasse em seu apartamento.
— Que cheiro é esse? — perguntei, o cheiro de queimado estava por todo local.
— Caralho! — apressado, Piquerez correu até a cozinha e pude ouvir barulhos de panelas. Não me segurei e gargalhei assim que o vi de frente para o balcão com uma panela extremamente preta que saia fumaça.
— Você é um péssimo cozinheiro. — eu disse e ele sorriu.
— Não queimou tudo, acho que ainda dá para comer. — comentou e eu neguei com a cabeça sorrindo.
— Nem ferrando eu vou comer isso aí.
— Qual é? Não está com uma cara tão ruim.
— disse enquanto observava a gororoba.Tão ruim...
— Não. Obrigada. — nego novamente.
— Você não vai fazer essa desfeita, vai? — ele inclinou a cabeça para o lado e pegou uma colher — E outra, eu gosto, então obviamente é bom.
— Come você primeiro. Quando eu tiver a certeza de que isso não vai me fazer explodir irei experimentar. — a virada de olho foi automática, mas ele logo coloca a colher na boca.