capítulo 15

491 41 9
                                    

As garotas ficaram na Villa François, e o lugar era tão chique quanto Gabriela imaginava. Não que estivesse surpresa. Tinha visto a casa onde a família de Breno morava e o chalé nos fundos do terreno onde o próprio noivo vivia. Conheceu a mãe dele. Viu como suas camisas eram lavadas. Havia ordem e precisão em toda a família Blassioli. Essa casa não era deles, mas Sheilla comentou que pertencia a velhos amigos que amavam o estilo moderno. isso ficou evidente no momento em que a minivan entrou pelos portões e o grupo viu o local.

Os funcionários guardaram tudo, e o grupo estava voltando para a casa depois da primeira noitada, que foi um sucesso. Gabriela se sentiu aliviada conforme andava pela varanda com vista para a piscina, iluminada de forma elegante por luzes fracas e velas. Abaixo delas, a vizinhança exclusiva reluzia e o ar da Riviera francesa as abraçava. Até mesmo a atmosfera tinha aroma francês, se é que isso era possível.

— Não sei quanto a vocês, mas estou cheia. — Sheilla acariciou a barriga assim que se aproximou da mesa onde Gabriela havia separado uma cadeira para ela. Usava calça culote, blusa verde e um lenço de chifon. Parecia uma socialite dos anos 1950. A moça não pôde deixar de admirar a combinação. Sheilla sorriu para ela enquanto se sentava.

— Obrigada, madrinha desaparecida. — Gabriela fez uma reverência.

— Qualquer coisa pela noiva — respondeu. — Posso pegar uma bebida para você? — Uma pessoa se aproximou.

— Alguém disse bebida? — O sotaque escocês de Tereza ficava mais acentuado conforme a noite se estendia. — Os empregados já foram? — Gabriela assentiu.

— Eles saem às nove. Já são dez, então estamos por conta própria. Mas como madrinha, sou toda da Sheilla.

— Está ouvindo isso, Gattaz? — Sheilla gritou, se inclinando na cadeira. — Gabriela está se oferecendo para fazer o que eu quiser, porque é minha madrinha. — Elas ouviram a risada de Carol quando ela apareceu na varanda, seguida pelo resto do grupo.

— Isso porque ela está sendo paga...

O estômago de Gabriela se apertou conforme as palavras morreram na língua da amiga. Ela se virou e encarou a moça, mas tinha quase certeza de que a outra não conseguia enxergá-la sob a luz fraca. Será que ela contaria tudo logo no primeiro dia?

Carol foi até elas, com o resto das garotas atrás.

— Ela está pagando o preço por ter te abandonado há anos. Já peguei um milhão de taças de vinho para Sheilla nas últimas décadas, quando Gabriela esteve ausente. Ela precisa recuperar o tempo perdido.

Boa, Caroline. Gabriela estalou os dedos e apontou em sua direção.

— Ela tem razão. Se eu pegar vinho branco e algumas taças, todas bebem? — Gritos de alegria foram a resposta de que Gabriela precisava para ir até a cozinha.

— Onde está a Thaisa? — Sheilla perguntou. — Ela poderia ajudar. — Tereza revirou os olhos.

— Está conversando com o Rafael. — Elas estavam ali há apenas doze horas, mas já era evidente que Thaisa e o marido não conseguiam ficar sem se falar. Tereza acrescentou: — Vou com você. — Chegaram à cozinha, toda branca e livre do estrago feito durante a tarde.

— Deus abençoe os funcionários — Tereza disse. — Precisamos dar uma boa gorjeta a eles.

— Concordo. — Gabriela se ocupou pegando o vinho branco da geladeira enquanto Tereza pegava as taças. Estavam juntas há apenas um dia, mas já trabalhavam em sincronia como uma máquina.

— Só queria acrescentar — Tereza falou, colocando as coisas em uma bandeja de metal. — Obrigada por tudo que fez até agora. Sei que tirou um peso dos ombros de Sheilla e até fez com que ela gostasse dos preparativos do casamento. Há algumas semanas, eu não achava que isso seria possível. — Gabriela a olhou nos olhos.

before you say i do - sheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora