Sheilla se adiantou para entrar no Jaguar branco vintage, com a ajuda da mãe. Tereza estava incrível, usando roupas monocromáticas, com chapéu preto e branco colocado à perfeição no cabelo recém-cortado. A porta do carro se fechou, e então só ficaram as duas. O para-choque estava enfeitado com fitas divertidas na cor de creme. As madrinhas já tinham ido em um carro diferente. O motorista estava de uniforme com um quepe. Fazia com que Sheilla pensasse em Michelle.
No avião.
Em Gabriela.
Pare.
Atravessaram a avenida principal, passando pela agência bancária e o parque, cujas árvores floresciam. O sol era como um botão amarelo alegre costurado no céu, mas não importava para onde Sheilla olhava, tudo parecia ter um filtro tristeza. Estava com o cabelo, maquiagem e vestido perfeitos. No entanto, era como se sua pele não lhe pertencesse mais. Estava dentro do corpo de outra pessoa.
— Tem certeza de que o papai não se chateou por não vir com a gente no carro? — Tereza assentiu.
— Ele não se ofendeu. Alguém precisava ficar com a mãe dele, então tudo certo. — Ela fez uma pausa. — Sorria, amor. Você vai se casar. Deve ser uma ocasião feliz. — Sheilla ofereceu a ela um sorriso tenso.
— Todos me dizem isso, mas será que é assim? Essa parte de se arrumar, ficar nervosa por ter que falar seus votos para todo mundo... Alguém acha isso divertido? — Tereza segurou sua mão e a apertou.
— É claro que é estressante. Mas também é empolgante. Esse é o dia que você vai declarar para todo mundo que ama o Breno. Que você o escolheu como parceiro de vida. É enervante, mas também é o começo da sua nova vida. — Ela apertou sua mão de novo.
Sheilla engoliu em seco. Não ousaria olhar diretamente para a mãe por medo de deixar transparecer o que estava sentindo. Que não tinha tanta certeza de que queria mesmo essa nova vida. Então ficou em silêncio e encarou a moto que parou ao lado do carro. A mulher estava toda vestida de couro. Quando virou o rosto e viu que Sheilla estava de vestido branco e véu, fez um sinal de joinha. A noiva retribuiu o gesto. Não era a coisa mais absurda que estava fazendo naquele dia.
Tereza acariciou sua mão.
Ela piscou, e então se virou, sustentando o olhar da mãe. Quando viu a preocupação nos olhos dela, desviou o olhar.
— Sei que todos dizem que é o melhor dia da sua vida, e estão certos, porque deveria ser — Tereza disse. — Mas às vezes, está longe disso. — Sheilla respirou fundo. Será que a mãe tinha aprendido a ler mentes? — E se não é o melhor dia, nem mesmo um dia muito bom, você ainda pode mudar de ideia. Não é tarde demais, Sheilla. — Seu estômago tensionou e a bile subiu pelo esôfago. Do que ela estava falando? — Muito pelo contrário, é a hora perfeita para mudar de ideia. Melhor agora do que depois de se casar. Não se esqueça de que você está falando com alguém experiente. Meu primeiro casamento era ótimo no papel, mas a realidade não dizia o mesmo. — Sheilla se virou. Não era a primeira vez que ouvia essa história, mas dessa vez, naquele instante, era muito mais potente.
— Me lembro de ir para o meu primeiro casamento, mesmo quando tento esquecer. Eu estava com muito medo no carro. Chovia muito. Eu estava com a sensação incômoda de que não deveria fazer aquilo, mas não a ouvi. — Ela acenou para a filha. — Olhe só para você. Está linda. Seu vestido é perfeito, assim como você, mas não acho que esse vai ser o dia mais feliz da sua vida. E com certeza não quero que seja um dos piores. Nesse instante, estou com medo de que isso vá acontecer. — Sheilla não conseguia acreditar no que estava ouvindo. — Vi o jeito como você olhava para a Gabriela no final de semana. Vi como ela olhava para você. Não sei se alguma coisa aconteceu. Isso é entre vocês. Também sei que ela não estava lá hoje de manhã e que não vem ao seu casamento. Essas coisas estão conectadas?
Sheilla respirou fundo e olhou para a mãe. Não podia mentir. Assentiu e cobriu a boca. Não ia chorar. Ia arruinar toda a maquiagem.
— Fiquei de fora para deixar que tudo corresse bem, mas não posso virar as costas e deixar que cometa o pior erro da sua vida. E, acredite em mim, isso não tem nada a ver com o Breno. Todo mundo o ama, mas esse não é um motivo bom para se casar com ele. Você precisa seguir seu coração, Sheilla. Sempre siga o seu coração. Não sei se você ama a Gabriela ou não. Ou se o que vocês têm pode se tornar algo mais. Só você pode saber. Mas isso aqui é sobre você e o Breno. Se não o ama, não se case com ele. Independentemente do que decidir, você tem o meu apoio. — Tereza fez uma pausa. — Ele suspeita de alguma coisa? — O peito de Sheilla se contraiu.
— Acho que não. — Sua mãe deixou alguns momentos passarem.
— Aconteceu alguma coisa entre vocês duas? — A respiração de Sheilla acelerou, e então ela assentiu.
— Sim. — Saiu como um sussurro, rodeado por vergonha e saudade.
— Poderia ser mais do que foi? — Sheilla suspirou.
— Não sei. Sim. Talvez. Se ela quiser alguma coisa comigo depois de eu tê-la tratado tão mal.
Se pudesse voltar no tempo, Sheilla o faria. Mas será que teria coragem para fazer essa mudança agora?
— É só dizer, Sheilla. — A mãe segurou sua mão. — Hoje pode ser o que você quiser. O começo de uma nova vida. Seja se casando com o Breno ou não. Seu pai e eu te amamos, e estaremos ao seu lado, não importa o que você decida.
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O QUE FOI ESSE CAPÍTULO????? Mãe sente né? Hihihi 👀
a meta hoje vai ser diferente, pois como vocês sabem a história está quase no fim, porém eu pretendo trazer mais histórias para cá e que vocês só vão saber se me seguirem... então, 35 seguidores e eu volto com mais um capítulo, beijinhos 🤍
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before you say i do - sheibi
FanfictionSheilla Castro tem o emprego dos sonhos e o noivo perfeito. Mas quando se vê sobrecarregada com os preparativos do casamento, seu noivo contrata Gabriela Guimarães, uma madrinha profissional para ajudá-la. E é aí que seu mundo vira de pernas para o...