capítulo 38

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— UAU. — Gabriela foi até a janela e encarou o mar. — Sua mãe não economizou no quarto. Nada menos do que uma suíte. — Olhou para a mesinha de centro e viu a garrafa de champagne em um balde prateado cheio de gelo. Através de uma porta grande aberta, uma cama king-size com lençóis brancos as esperava. — É quase como se ela estivesse nos parabenizando. Como se fosse o nosso grande dia. — Sheilla se aproximou por trás, colocando uma mão em seu ombro. O calor subiu por suas costas.

— De certa forma, é.

Sheilla ainda não conseguia compreender o que tinha acontecido. Será que deveria estar mais arrependida? Mais triste por tudo ter acabado? Em partes, estava. Mas ao mentir sobre como se sentia de verdade, a pessoa que mais machucou foi ela mesma. Em pé ao lado de Gabriela, não estava mais triste. Poderia ter começado o dia tomada por medo, mas agora estava renovada com uma paz interior. Como se a partir de agora, nada pudesse dar errado. Gabriela se virou e encontrou seu olhar.

— Estou exatamente onde quero estar, então não tenho reclamações. Envolveu a cintura dela.

— Tem certeza? Sei que é muita coisa. — Ela riu da própria piada. — Ou esse foi o maior eufemismo do ano? — Sheilla riu alto.

— Humm, vamos ver. Meu vestido de noiva está na sua cama, e eu estou aqui, usando seu jeans e sua camiseta. E nesse momento, eu deveria estar dançando a primeira valsa com o meu marido. — Gabriela a puxou para mais perto.

— Você está linda no meu jeans, se isso ajudar.

— Estou? — Sheilla olhou para baixo. — Ficou um pouco curto.

— É como os jovens usam. Está na moda — Gabriela respondeu. Sheilla se inclinou. Estavam tão perto que quase podia sentir seu gosto. — Mas você prefere que eu esteja vestida ou sem as roupas? — O desejo percorreu todo seu corpo.

Sua mãe havia dito para que seguisse o coração. Hoje era o primeiro dia que faria isso. Cruzou o espaço entre elas e pressionou os lábios contra os de Gabriela. Sentiu uma explosão em seu coração. De um dia manchado por feridas, alguma coisa muito melhor estava florescendo. Algo que parecia como um abraço do universo. Gabriela colocou a língua na boca de Sheilla, e ela aproveitou. Queria Gabriela por inteiro. A desejava naquele momento. Mas elas tinham tempo. Não havia motivos para pressa. Precisava ficar repetindo isso para si mesma. Não precisavam mais se esconder. Estavam livres, e isso significava que poderiam fazer o que quisessem. Juntas. Chega de beijos no escuro. De sexo em espaços confinados. Esse dia era para se curtirem. Tocar e beijar cada parte de Gabriela.

Sheilla se afastou, com o cérebro atordoado pelos beijos. Encarou os olhos castanhos. Se inclinou e a beijou na pálpebra.

— Nem posso acreditar que estamos aqui — disse. — Nem que você fez o que fez. — Ela balançou a cabeça. — Quase me casei hoje. Com alguém cujos beijos nunca fizeram minha cabeça rodopiar. — Gabriela lhe deu mais um beijo. Olhou para a mesinha de centro.

— Quer abrir o champanhe? — Sheilla a encarou, sentindo o desejo se alastrar por seu centro.

— Prefiro te abrir. — Gabriela sorriu.

— Bem, já que é assim...

Colocou uma mão embaixo da camiseta de Sheilla, tocando as costas dela. A pele da moça formigou. Beijou Gabriela novamente, e dessa vez deixaria seu corpo falar. O dia foi difícil. Era hora de melhorar as coisas. Os beijos de Sheilla ficaram mais urgentes. Só havia se passado cinco dias desde o avião, mas parecia uma eternidade. Cambalearam pela sala, com Gabriela tirando a blusa e Sheilla jogando a dela para o lado.

Gabriela não se demorou com o sutiã de Sheilla. A peça caiu no chão, deixando os seios expostos. Quando os viu por inteiro, ficou imóvel. Passou a mão por cima deles antes de abocanhar um deles e depois o outro. Os músculos de Sheilla se contraíram. Respirou fundo enquanto Gabriela a sugava. Passou uma mão pelos cachos da outra, se apoiando nela para não cair. Se era isso que acontecia quando ela beijava os seus seios, não conseguia imaginar o resto. Gabriela se ajeitou para ficar na altura de Sheilla, com um sorriso malicioso no rosto.

— Vamos para a cama? — Sheilla assentiu.

— Caramba, sim.

Foram para o quarto antes de descartar o jeans e em seguida tirou a calça e a calcinha de Sheilla. Ela se afastou, aproveitando para admirar o corpo da outra mulher.

— Eu disse que você ficaria melhor sem roupa nenhuma. — Gabriela se inclinou. — E estava certa. — Sheilla balançou a cabeça, gesticulando.

— Eu estou nua e você está aí de pé, vestida com renda preta como se fosse modelo da Victoria's Secret. — Gabriela olhou para baixo.

— Não gostou?

— Ah, não, gostei muito. — Sheilla a puxou para mais perto e passou um dedo por dentro da calcinha de Gabriela, que arfou.

— Achei que valia tentar a sorte hoje. A Bella compra lingeries na M&S. É bom ter contatos. — Sheilla desceu um pouco mais a mão.

— Diga a ela que da próxima vez, quero uma aberta em baixo, tá? — Gabriela piscou, fechando os olhos.

— O que você está fazendo comigo, Sheilla Castro? — Ela abriu os olhos. — Mas você vai ter que esperar. Fez o que queria no avião. Agora é a minha vez, não acha? — Sheilla não ia contestar.

— Você é quem manda. Desde que fique de calcinha para transar comigo.

— Seu desejo é uma ordem.

Gabriela moveu Sheilla mais para cima antes de cobrir cada centímetro do

seu corpo com beijos quentes e urgentes. Ela fechou os olhos e aproveitou o momento. A atenção que Gabriela estava dando e o brilho no olhar quando se encararam era de puro desejo. Ela se sentia a mulher mais desejada do mundo.

Isso não acontecia há muito tempo.

Quando Gabriela lambeu suas coxas, Sheilla suspirou. Quando brincou com os mamilos novamente, ela viu estrelas. Quando percorreu seu pescoço com beijos, ela ronronou. E então, quando as mãos de Gabriela pairaram acima do seu íntimo, seu corpo inteiro entrou em chamas. Todos os amantes que teve foram esquecidos. Assim como todos os sentimentos que não compreendia e a indiferença que sentia em relações passadas.

Tudo se foi.

Sumiu.

Sheilla era um quadro em branco.

Gabriela deslizou um dedo no seu centro quente. Se contorceu e foi de bom grado. Quando a outra mulher acrescentou mais um dedo, seu corpo estremeceu. No momento em que o polegar encontrou o clitóris e o acariciou em um ritmo perfeito, Sheilla se perguntou se algum dia superaria isso.

E quando superasse, como seria a vida?

Não sabia que precisava de uma mudança. Nem o que a vida guardava para ela até que Gabriela a encontrou naquele café, há seis semanas. Se soubesse, será que teria concordado em contratá-la para ser a sua madrinha profissional?

Mil vezes, sim.

Porque Gabriela havia iluminado a sua vida. Havia acendido uma luz e feito Sheilla reconsiderar todas as áreas. O trabalho. Os relacionamentos. A si mesma. Gabriela fez Sheilla olhar para o mundo de uma forma diferente.

Estava experimentando coisas diferentes. Principalmente quando a moça subiu em cima dela, pressionando uma coxa na mão, aplicando uma pressão maior. Isso fez com que Sheilla gemesse. Os dedos hábeis de Gabriela fizeram o fogo dentro dela arder. Com os estímulos da outra mulher, Sheilla soltou um gemido gutural ao chegar ao clímax, sentindo tudo estremecer dentro de si, como um caleidoscópio de desejo cintilando em seus olhos. Enquanto seu corpo tremia e os dedos de Gabriela a levavam ao ápice novamente, soube que sua vida jamais seria a mesma.

Gabriela a mudou para sempre.

Ela se desfez em um ímpeto de espasmos deliciosos. Continuaram juntas, com as bocas unidas, os corpos entrelaçados e cada movimento aprofundando a intimidade. Abriu os olhos e focou em Gabriela, curvando os lábios em um sorriso incandescente. As decisões que tomou nos últimos anos nem sempre foram as melhores.

Mas escolher Gabriela? Essa decisão foi mais do que acertada.

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Capítulo quente e fofinho, amando ver Sheilla apaixonada e livre para amar nossa Gabi 🥹🖤

Já que vocês bateram no outro e a história está quase no fim, a meta vai ser 50 likes e 40 comentários.
beijinhos, M 🤍

before you say i do - sheibiOnde histórias criam vida. Descubra agora