Capítulo 27

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Em São Petersburgo.

— Olá, lindinha. — Assim que ouve aquela voz, Lunna sente uma vontade imensa de chorar. — Está tão feliz em ver que está até emocionada. — Maxim debocha.

— Eu tenho nojo de você, meu noivo vai acabar com você. — Ela diz com a voz embargada, lembrando de Lorenzo.

— Ah, querida, ele nem lembra de você, ele já está até namorando, fofinha. — Diz ele se aproximando e tentando alisar a bochecha dela, que vira o rosto.

— Maledetto bugiardo, disgraziato figlio di puttana. Lorenzo me ama, ele me ama. — Ela fala em meio às lágrimas que escorrem de seu rosto. E Maxim ri por ter conseguido torturá-la psicologicamente.

— Será mesmo que ama? Depois que eu matei seu pai e seu irmãozinho, ele casou e assumiu a máfia. — Mente ele com a intenção de vê-la sofrer mais uma vez.

Naquele momento, Lunna chora descontroladamente por imaginar que o pai e Matteo estão mortos. Ainda naquele dia, ela escuta Maxim conversar com o pai e descobre que tudo é armação para torturá-la. Num descuido, ela pega o celular de um dos guardas que a vigia e disca o número do irmão.

— Alô? — Ela chora baixinho ao ouvir a voz de Matteo. — Você é mudo, porra? — Dito isso, ele desliga, e Lunna se entrega ao choro e à saudade.

Aquela noite ela foi mais uma vez alvo dos abusos de Maxim Petrov. Depois que ele usou seu corpo para satisfazer seu prazer, Lunna começou novamente a planejar a fuga, e um fio de esperança surgiu ao saber que tudo que Petrov falou era mentira: sua família está viva e seu noivo a ama imensamente.

— Eu vou voltar, meu loirinho. — Ela sussurra chorando. — Estou com tantas saudades. — Diz passando a mão por cima da tatuagem que fez com o noivo e com o irmão.

Alguns dias passaram e o sofrimento de Lunna continuou. Depois de abusada e espancada, ela pega novamente o celular e liga para o irmão.

— Alô? — Ela ouve a voz rouca. — Quem é? — A morena percebe a irritação no tom de voz do irmão.

— Mi aiuti per favore (me ajude por favor) — Ela cria coragem e consegue falar.

— Não, não pode ser. — Ela chora. — Lua? É você? — Lunna escuta o irmão, mas não consegue responder pelas dores que está sentindo. — Per favore, piccolo, parlami. (Por favor, pequena, fala comigo)

— Frate… — Antes que ela termine de falar, escuta o barulho da chave na porta e encerra a ligação, escondendo novamente o celular.

— COM QUEM VOCÊ ESTAVA FALANDO, SUA VADIA? — Nikolai Petrov, pai de Maxim, pergunta.

— Para de me machucar, seu velho nojento. — Ela fala com ódio.

— Vejo que não aprendeu nada nesses sete meses, não é, princesinha Giordano. — Ele diz e passa as mãos pelo corpo dela, que se sente enojada.

— Sai de perto de mim. — Ela diz com dificuldade quando ele começa a beijar seu pescoço e apalpar seus seios.

— Meu filho não está educando a vadia dele direito, então eu faço. — Ele diz e começa a retirar as suas próprias roupas enquanto Lunna chora desesperadamente. — Não chore, vai ser maravilhoso, igual a primeira vez.

— Por favor, não, não faça isso. — Ela suplica.

Lunna chora incontrolavelmente enquanto Nikolai satisfaz seu prazer e desejo com o corpo da morena. Ela, por outro lado, suplica a Deus mentalmente que essa tortura acabe e que sua família a salve.

Em Milão, Lorenzo sente um aperto no peito e uma vontade de chorar o atinge. Ele não entende o porquê, mas vai até o banheiro e entra embaixo do chuveiro, permitindo que as lágrimas caiam, sem saber o motivo, apenas coloca pra fora aquela dor que ele não consegue descrever.

— Lorenzo? — Ele reconhece a voz do cunhado e sai do banheiro com uma toalha enrolada na cintura. — Você estava chorando? — Matteo pergunta ao ver os olhos do amigo vermelhos.

— Eu não consigo mais, Matteo, ela faz tanta falta. Hoje eu tive a mesma sensação do dia que ela foi sequestrada. — Ele diz passando as mãos no rosto. — Mas o que você está fazendo aqui?

— Preciso conversar com você. — Matteo fala, e ele assente indo até o closet e vestindo uma calça moletom e uma camiseta.

— Pode dizer. — Ele diz quando volta ao quarto e encontra seu amigo sentado na poltrona perto da varanda.

— Eu recebi uma ligação hoje, e demorei a acreditar em quem era a pessoa me ligando. — Ele fala com cautela enquanto analisa o rosto de Lorenzo, vendo semelhança do loiro com a Aurora.

— E onde eu entro nessa história?

— A pessoa que me ligou foi a Lua. — Lorenzo fica em choque ao ouvir a fala de Matteo.

— Você ficou maluco? — Ele pergunta indignado. — A Lunna está morta. — Ele fala sentindo um nó se formar em sua garganta.

— Não, Lorenzo, eu não fiquei maluco. Ela me ligou e me pediu ajuda. — O moreno fala com lágrimas nos olhos. — Você precisa acreditar em mim, a gente precisa salvar ela.

— Isso é impossível. — Ele fala ainda em choque buscando acreditar nas palavras do amigo. — Se ela está viva, onde ela está?

— Provavelmente ela ainda está com o Petrov, Lorenzo. Aquele bastardo está mantendo ela presa em algum lugar da Rússia.

— Precisamos falar com o Pietro, temos que mandar ele descobrir onde o figlio di puttana do Maxim está se escondendo.

— Pietro já está trabalhando nisso, eu e meu pai já começamos a planejar o resgate da Lunna, mas eu precisava te avisar, preciso do meu consigliere ao meu lado. — Ele diz levantando e colocando a mão no ombro do loiro.

— Eu não sei o que dizer, Matteo, a minha ragazza está viva?! — Ele fala enquanto mais lágrimas escorrem por seu rosto e Matteo o abraça também permitindo que suas lágrimas caiam.

— A nossa ragazza está viva, Lorenzo. — Ele diz, e o loiro retribui o abraço, que é separado quando a porta do quarto é aberta.

— Ah, me desculpe. Não sabia que estava ocupado. — Aurora fala ao ver ambos enxugando as lágrimas. — Você está bem, fratello? — Ela pergunta preocupada ao ver Lorenzo com os olhos e rosto vermelhos.

— Sim e não, mas logo tudo vai ficar bem, sol. — Matteo olha para a ruiva e dá um sorriso gentil.

— Bom dia, querida noiva. — Ele diz quebrando o clima tenso.

— Bom dia, Matteo. — Ela responde e volta a olhar para o irmão.

— Você precisa de alguma coisa? — Lorenzo pergunta olhando para a irmã.

— Eu só queria avisar que vou sair com o Edu, nós vamos buscar a Bella no aeroporto, ela decidiu voltar antes.

— Tudo bem, só tomem cuidado, por favor, os seguranças vão com vocês. — Ele diz dando um beijo na testa dela, e ela sorri assentindo. Matteo observa tudo em silêncio e fica encantado ao ver o sorriso da noiva.

"Você é completamente linda, ruiva." — Ele pensa e a observa sair do quarto, deixando apenas ele e Lorenzo no ambiente.

— Vamos para a sede?

— Sim, só preciso trocar de roupa.

— Vou esperar você lá embaixo. — Dito isso, ele sai do quarto, e o loiro vai ao closet, vestindo um terno preto, com uma camisa social branca.

— Minha ragazza, onde você está? — Lorenzo murmura para si mesmo enquanto olha a foto da noiva ao lado de sua cama.






N/A: Não sejam leitoras fantasmas, comentem e votem nos capítulos para que eu possa saber se estão gostando e trazer mais capitulos ❣️

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