Capítulo 41

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Aurora encara em silêncio a mulher à sua frente. A conversa da noite anterior reflete em sua memória.

— Eloise Meyer. — O nome deixa os lábios de Aurora com um tom de deboche. — Ouvi falar de você.

— Não vai me convidar para entrar? Aliás, não preciso de convite. Meu namorado está aí? — A ruiva gargalha ao ouvir a pergunta, e Eloise a observa calada.

— Seu namorado? Você só pode estar maluca. Meu noivo está dormindo, no nosso quarto. — Fala enquanto arruma as madeixas ruivas em um coque desajeitado.

— Queridinha, você está ocupando um lugar que não é seu. Eu sou a futura senhora Giordano. — Debocha e se aproxima tentando entrar; nesse momento, Aurora dá um passo à frente, impedindo a passagem da mulher.

— Aqui, você não passa nem da porta de entrada. Não deveria nem mesmo ter sido liberada para subir.

— O porteiro me conhece; já frequentei esse lugar por muito tempo, tive várias noites maravilhosas. — Fala maliciosamente, e Aurora sente seu estômago embrulhar ao imaginar seu noivo com essa mulher.

— Você faz parte de um passado, do qual o meu noivo faz questão de esquecer. — A loira tenta novamente entrar no apartamento, e Aurora a empurra, fazendo com que ela se choque na parede detrás dela. — Não ouse tentar entrar aqui; você não é bem-vinda. Deveria pegar o mínimo de dignidade que tem e ir embora e nunca mais aparecer.

— Saia da minha frente, sua nojenta, ruiva sem sal.

— Cuidado com as palavras, Srta. Meyer.

— O que irá fazer? Se tentar algo contra mim, meu homem não vai permitir que continue viva. Pode não acreditar, mas ele me ama e faria tudo por mim. — Zomba confiante de suas palavras.

— Você se acha muito para quem faz parte do passado, não acha que se você fosse tão importante ele teria ficado com você ao invés de voltar correndo para cá quando soube que eu estava no hospital?

— Não se iluda, fofinha, Matteo é completamente apaixonado por mim; ele me ama. Você foi apenas uma qualquer que ele encontrou para se divertir enquanto eu não voltava para a vida dele. — A voz carregada de sotaque alemão soa repleta de deboche, e Aurora gargalha.

— Você está se iludindo, ele não te ama. Do contrário, estaria com você e não comigo. Se ele te amasse mesmo, ele teria passado a noite com você lá em Nova York. Ao contrário disso, ele voltou para cuidar de mim, porque nós nos amamos, estamos completamente felizes juntos, e não vai ser você que vai estragar isso. — A ruiva fala com um sorriso debochado brincando em seus lábios. No andar de cima, Matteo escuta atentamente cada palavra dita por sua noiva. — Eu o amo da mesma maneira que ele me ama; eu faria tudo por ele, do mesmo jeito que ele faria por mim.

— Du bist nur ein kleines Mädchen. (Você é apenas uma garotinha.) — Debocha Eloise, perdendo-se em seus falsos argumentos sobre Matteo a amar.

— Não sou apenas uma garotinha, sou uma mulher. Você que está agindo como uma criança; você o usou, não o ama, apenas deseja dinheiro e status. — Esbraveja, controlando seu ódio. — Faça o mísero favor de sumir das nossas vidas.

— Dinheiro não é problema, e status eu já tenho. Eu amo o Matteo, e ele também me ama. Chame ele, e então verá que eu sou a mulher dele.

Antes que Aurora responda, passos são ouvidos, logo a voz de Matteo preenche o ambiente.

— Amor? — Eloise sorri debochada, e Aurora o fuzila com o olhar por vê-lo vestido apenas em uma calça moletom, destacando seu corpo definido. — Essa senhorita está lhe importunando? — Fala abraçando a cintura de Aurora, vendo o sorriso de Eloise se desfazer rapidamente diante da indiferença dele sobre ela.

— Não se preocupe, amor, já estou resolvendo isso. — Fala olhando debochadamente para a loira que mantém a postura.

— Lieb, essa mulherzinha acha que você a ama. — A loira ri debochada, e Matteo gargalha.

— Ela não acha, ela tem certeza. Eu a amo mais que qualquer coisa existente no cazzo desse mundo. — Dispara as palavras, fazendo a modelo cessar a risada e o olhar antes debochado, exala ódio. — Vá embora, Eloise, eu não amo você; para falar a verdade, não me importo com nada que venha de você.

— Ela não ama você, Lieb. Eu sim te amo, e você me ama; nós temos que ficar juntos. — Fala fingindo um choro diante de Matteo, que apenas dá um passo à frente e a segura em seu braço.

— Eu não amo você; pare de tentar me manipular, sua desgraçada. Vai embora daqui. — Ele esbraveja, e Eloise o encara com raiva.

— Isso não ficará assim; ela não vai atrapalhar as nossas vidas, Lieb. Você é meu. — Diz e sai andando.

— Amor? Está tudo bem? — Aurora pergunta se aproximando e envolvendo o em um abraço carinhoso.

— Estou; ela não significa absolutamente nada na minha vida. — Se afasta para encarar as íris azuis. — Amo você, mia ragazza.

— Eu amo você, Matteo. — A afirmação agora cara a cara faz o coração do homem acelerar, e um sorriso feliz brota em seus lábios, dissipando quaisquer resquícios da discussão de minutos atrás.

— Você é a mulher mais linda deste mundo; eu te amo tanto, linda. — Ele a envolve em um abraço, tirando seus pés do chão e a rodando, fazendo a gargalhada dela ecoar pelo corredor e trazer paz ao seu coração.

— Seu doido. — Diz rindo quando já está no chão, e eles entram para o apartamento, deixando para depois os problemas, desejando apenas aproveitar o momento de amor.

Fora do prédio, Eloise caminha em direção ao seu carro. Assim que entra, pega seu celular e disca o número de seu mais novo aliado.

— A desgraçada da sua filhinha me empurrou, e aquele idiota do Matteo vai demorar a acreditar no amor que sinto. — Fala exalando raiva e controlando o desejo de matar Aurora. — Eu teria a matado facilmente, mas seguirei com o nosso plano.

— Você não vai encostar um dedo nela, eu cuidarei pessoalmente da minha menininha. — A risada assustadora ecoa pela linha, e Eloise sorri.

— Como quiser, senhor. — A ligação é encerrada, e a loira dirige seu carro até um hotel.

— Você vai pagar caro, sua ruiva desgraçada. Matteo é meu. Nem você, nem ninguém vai tirá-lo de mim. — Profere as palavras carregadas de ódio.


Surpresinha bebês... Eloise tá dando um trabalho né? Mas é só o começo. 🤭

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