Capítulo 51

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Uma semana depois de receber o bilhete, Aurora retornou às suas aulas. Aparentemente, tudo estava indo bem, exceto por Matteo, que ultimamente se mostrava mais ausente e sempre dizia estar cuidando de tudo.

— Eu simplesmente cansei, Matteo Giordano. — Aurora esbravejou ao entrar na sala dele, surpreendendo-o.

— Amor, não imaginei que te veria aqui tão cedo. — Ele disse, deixando de lado o notebook onde revisava alguns documentos.

— Eu tive que vir. Mal te vi nos últimos três dias. — Ela falou ainda alterada. — Olha, eu sei que você anda preocupado com o que aconteceu, mas por favor, não se afaste. Sinto falta de você.

Naquele momento, Matteo percebeu que estava negligenciando seu casamento, pois saía cedo de casa e, quando chegava, a esposa já estava dormindo, tornando raras as ocasiões em que se viam.

— Me perdoe, meu amor. Estou tentando de tudo para te proteger e manter o Petrov longe, acabei ficando longe de você. Eu te amo, minha rainha. — Ele disse aproximando-se dela e a envolvendo em um abraço apertado seguido de um beijo carinhoso.

— Eu te amo, e tudo que mais quero é que tenhamos paz. — Aurora olhou fixamente nos olhos do marido enquanto falava. — Você ainda nem assumiu o cargo de don e já tem tanto trabalho. Me pergunto se, ao assumir, continuará na empresa. — Indagou acariciando o rosto dele.

— Sim, aqui eu tenho Stefano e em Milão tenho seu irmão, que assumirá o cargo de consigliere. — Ele disse, caminhando até o sofá em sua sala. — Estamos investigando o Petrov. Depois daquele bilhete, ele sumiu. Tenho medo de que esteja armando algo para nos pegar desprevenidos.

Aurora sentiu seu coração apertar. Ela pensava ser apenas pelo medo, mas havia um sentimento desconhecido até o momento.

— Tudo bem, amor, mas não esqueça que precisamos, de uma maneira ou de outra, ir para Milão. Seu pai já adiou demais, não acha? — Ela perguntou, aproximando-se dele e parando à sua frente.

— Sim, sim, eu concordo. Será uma cerimônia "chata", mas muito importante. — Ele disse com certo orgulho na voz. Ser Don da N’Dranguetha era algo que almejava desde que seu pai começou a treiná-lo.

— Será um prazer ser a primeira-dama do meu Don. — Aurora simulou uma reverência, instigando um riso em Matteo, que a puxou para o colo.

— Eu poderia te fazer minha aqui mesmo, mas aí todos veriam você aqui em cima dessa mesa, sem nenhuma roupa, e isso eu não admito. Você é só minha.

— Ciúmes, Sr. Giordano? — Perguntou em tom provocativo.

— Sempre, Sra. Giordano. — Ele disse e puxou levemente os cabelos da nuca dela, beijando-a com desejo.

O momento do casal foi interrompido quando a porta foi aberta, e a voz do homem preencheu o ambiente.

— Matteo, nós precisamos ir para... — Stefano cortou sua fala, virando de costas rapidamente ao perceber que atrapalhara o momento íntimo do casal. — Me desculpem, não quis interromper. Não sabia que estava aqui, Sra. Giordano.

— Não se preocupe com isso, Sr. Bianchi. — Ela disse, reprimindo um riso ao ver a cara de desgosto de Matteo. — Se meu marido e o senhor têm assuntos a tratar, irei me retirar. Vim apenas fazer uma visita rápida.

Já de pé, Aurora deixou um beijo casto nos lábios do marido, que segurou sua cintura e deixou um último beijo em seu pescoço, inalando o cheiro das madeixas ruivas.

— À noite sairemos para jantar. Esteja pronta às 19h. — Ele disse, e ela concordou, afastando-se e pegando a sua bolsa.

— Até mais, bom rever você, Stefano. — Ela disse simpática, e o homem retribuiu o sorriso genuíno.

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