Capítulo 17

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Quando Aurora termina o banho, ela abre o box e vê uma blusa e uma cueca em cima da pia. Ela veste e sai do banheiro, dando de cara com Matteo sentado na cama de cabeça baixa.

— Você está melhor? — Ele pergunta levantando a cabeça para olhá-la.

— Estou sim, obrigado por me tirar de lá e cuidar de mim, mesmo não tendo nenhuma obrigação. — Ela diz enquanto caminha em direção à janela e fica encarando as luzes da cidade.

— O que aconteceu com seu rosto? Quem bateu em você, Aurora? — Ela engole em seco ao ouvir a pergunta dele.

— Não foi nada, Matteo, pelo menos nada com que você precise se preocupar. — Ela suspira e dirige seu olhar para o homem ao seu lado.

— Não minta para mim, Ragazza, estou lhe perguntando porque quero saber a verdade. Então me diga, quem fez isso com você? — Ele diz se aproximando e levando as mãos ao rosto da ruiva, que permanece o encarando.

— Por favor, Matteo, esqueça isso. — Ela diz com os olhos cheios de lágrimas.

— Tutto bene, vamos dormir. — Ele diz, e ela assente, dando um mínimo sorriso.

— Onde eu vou dormir? — Aurora pergunta, passando o olhar por todo o cômodo.

— Aqui.

— E você?

— Você não está pensando que eu vou dormir no sofá, né?

— É o mínimo, eu durmo na cama e você na sala. — Ela diz, dando um sorriso convencido.

— Deite logo, estou com sono e não planejo passar o resto da minha noite discutindo.

— Você é chato, hein?! — Ela diz, revirando os olhos e se deita. Matteo apaga a luz e dá a volta na cama, deitando-se ao lado da ruiva.

— Dormi bene, Aurora. — Ele diz, virando de costas para ela.

— Obrigada, você também, Matteo. — Ela diz e fecha os olhos, deixando que seu corpo se entregue ao cansaço do dia exaustivo.

Na mansão Ricci, Carlo entra no quarto da filha sem bater e percebe que ela não está. Ele vai até o closet e percebe espaços vazios e uma mala faltando.

— CAZZO. LORENZO. — Ele grita pelo loiro, que logo aparece correndo segurando uma arma.

— O que aconteceu?

— Aurora, ela fugiu de novo. CAZZO, ESSA GAROTA NÃO ENTENDE.

— Calma, pai, ela foi apenas se divertir, ela não fugiu.

— Como tem tanta certeza?

— Eu encontrei com ela, e ela própria me disse que ia passar na casa dos pais da amiga e de lá iria para uma balada.

— Espero que ela não tenha mentido para você.

— Ela não faria isso, ela confia em mim.

— Será mesmo que confia? Nós mentimos para ela, filho, Aurora tem todos os motivos para fazer isso.

— Por que tanto medo?

— Só estou preocupado com o futuro da nossa família, Lorenzo, medo que ela faça alguma besteira depois do que aconteceu.

— O que aconteceu? O que você fez? — Lorenzo pergunta sério.

— Eu não fiz nada, foi só um modo de falar.

— Espero que não esteja mentindo.

— Cuidado com como fala comigo, ainda sou seu pai. — Carlo fala rude e sai, deixando o loiro sozinho.

Lorenzo vai para seu quarto e pega a foto de sua mãe, deixando algumas lágrimas escaparem.

— Eu sinto falta de você, mamá. — Ele diz, deitando agarrado ao porta-retrato e dorme em meio ao choro.

No dia seguinte, Matteo acorda sentindo um peso em seu peito. Ele abre os olhos e observa uma cabeleira ruiva deitada em seus braços.

— Aurora. — Ele a chama baixinho, mas ela apenas resmunga e vira de costas para ele. Matteo aproveita para se levantar e vai ao banheiro fazer sua higiene, saindo logo em seguida do quarto. Indo em direção à cozinha, ele escuta a campainha tocar e abre a porta, dando de cara com o amigo.

— O que você está fazendo aqui, Lorenzo?

— Bom dia para você também, Matteo, posso entrar?

— Eu poderia fechar a porta e te deixar no corredor, mas como sou uma pessoa de bom coração, entra. — Ele diz sarcástico.

— Eu queria te dar uma notícia, é que...

— Fala, Lorenzo, sem enrolação.

— A minha irmã, ela... ela fugiu. — O loiro fala nervoso.

— Quando isso aconteceu?

— Ela saiu ontem. Ela me disse que iria apenas para uma balada, mas ela saiu com uma mala...

— Ela saiu com uma mala e você acreditou que ela iria para uma balada? Você já foi mais inteligente, Lorenzo. — Matteo debocha.

— Eu acreditei porque ela me disse que iria deixar essa mala na casa dos pais de uma amiga dela.

— Você pode ter ajudado ela a fugir e agora está aqui tentando me enrolar, não é?

— Eu não a ajudei a fugir, eu sequer sabia dessa ideia. Depois do que aconteceu na casa dos seus pais, imaginei que ela fosse desistir.

— Mas você já fez uma vez, por que não faria de novo?

— Claro que eu ajudei, é a minha irmã, se a Lunna estivesse aqui, você também ajudaria. Você não permitiria que ela casasse por um maldito contrato e que mentissem para ela o tempo todo, porra, você não me entende porque você não está na porra da situação que eu estou.

— Primeiro, que eu nunca permitiria que meu pai fizesse algo desse tipo com ela. A Lunna foi e sempre será a pessoa mais importante da minha vida, você sabe disso, e sabe que eu também não queria casar, mas não tem como desistir agora, o contrato já foi assinado e o conselho já está ciente de tudo. Você não poderia ter permitido que ela fugisse, Lorenzo, nem a primeira vez e muito menos a segunda.

— Você sabe muito bem que eu não tinha como impedir, eu não sabia da porra desse contrato, e eu não podia ir contra o Don. Eu só fiz o que a Aurora me pediu porque eu vi o quanto ela estava mal com isso, Matteo. Eu jamais deixaria minha irmã de lado sabendo que ela estava sofrendo. Dessa vez eu não a ajudei, mas se ela pedisse, eu faria mil vezes sem nem questionar. — Eu amei a Lunna todos os dias e continuo amando mesmo depois de ela não estar mais aqui, eu faria qualquer coisa por ela, e você sabe. — Lorenzo diz com a voz embargada.

— Quem é Lunna? — Eles se viram ao escutarem a voz doce adentrando o ambiente. Lorenzo sente seu sangue ferver ao ver a irmã vestida nas roupas de Matteo.

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