Culpa

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Surpresaaa! Boa noite, amadas leitoras! Capítulo mais curtinho hoje, é isto, não tenho muito o que falar sobre ele... só espero que apreciem :)


Luiza POV


Dias atuais...


Desperto do mesmo maldito pesadelo. Eu já não tenho forças, ele já nem me abala mais. Observo aquele quarto branco demais que tem sido minha moradia na última semana. É até irônico pensar que eu esteja passando por isso de novo. Olho para minha namorada imóvel naquela cama, com um tubo saindo de sua boca e cheia de fios e agulhas conectadas em seu corpo. De repente, um riso sarcástico e incrédulo me atinge.

– Eu não acredito que você tá fazendo comigo exatamente o que ele fez.

Eu vou ficar louca...


Novembro de 2022


Duda e eu saímos cedo, um pouco depois de Lucas ter saído lá de casa. Sim, ele dormiu comigo. Não era um hábito corriqueiro, ele não se sentia muito à vontade de dormir lá em casa, por mais moderno e mente aberta que ele fosse, achava que não era muito respeitoso com meus pais dormir lá em casa.

Optamos por ir de carro mesmo, o histórico de voos super atrasados e cancelados ultimamente, foi crucial nessa tomada de decisão. Saímos do Rio por volta das oito da manhã, a viagem era longa e não poderíamos nos demorar, já que voltaríamos ao entardecer. Estávamos na Dutra, adentrando o perímetro urbano da cidade de Resende, quando o meu celular e o de Duda tocaram ao mesmo tempo, após termos sinal. Nos olhamos intrigadas pela coincidência, checamos as telas, no dela era Igor quem ligava e no meu, era meu pai. Duda silenciou o meu e atendeu o dela, já que eu estava ao volante.

– Oi, amor. – ela atende sorridente. – Estamos chegando em Resende. – seu semblante muda automaticamente de risonho para atento. – Por que? O que houve? – mantenho minha atenção na estrada, mas minha visão periférica capta o exato momento em que Duda leva a mão à boca. – Não pode ser!

– O que foi? – começo a entrar em alerta.

– Tá, tá bom. – ela se recompõe. – Tá, beijo, te amo.

– O que foi? – repito a pergunta desviando rapidamente o olhar da estrada para Duda que estava com os olhos marejados. – O que foi, Eduarda? Quem morreu? – foi a primeira coisa que passou na minha cabeça.

– O Lucas...

– Que? – piso no freio bruscamente fazendo Duda dar um sobressalto em direção ao porta luvas e eu desperto do meu lapso momentâneo, após ouvir alguns sons de pneus arrastando na pista e buzinas atrás do meu carro.

– Luiza, pelo amor de Deus! – exclama se ajeitando em seu lugar. – Encosta vai. – meu coração estava saindo pela boca. – Luiza, encosta o carro! – grita me tirando do meu transe repentino.

– Me conta isso direito, Eduarda! – peço manobrando o carro para o acostamento, enquanto lágrimas já molhavam minhas bochechas.

– O Lucas, amiga. – começa também com lágrimas nos olhos, o que só aumenta meu desespero. Paro o carro e ela me olha atentamente. – Ele passou mal enquanto corria, levaram ele pra emergência às pressas.

– Eu sabia! – grito socando o volante. – Eu sabia, eu sabia, eu sabia! – mais socos. – Eu sabia que ele não tinha nada que ir nessa corrida, eu sabia! – paro de maltratar o pobre volante e olho fixamente para minha amiga. – Desde que ele chegou com essa ideia, do nada, eu disse... – seguro Duda pelos ombros a encarando. – Eu disse, Eduarda, eu pedi pra ele não ir. Eu senti aqui dentro. – aponto para o lado esquerdo meu peito. – Eu senti que não era pra ele ir. – desabo em meu próprio desespero e sou amparada pela mulher à minha frente.

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