Entrega

2.6K 252 129
                                        




Boa tarde, amadas leitoras! Surpresaaaa! Tô atualizando, excepcionalmente hoje, só porque é aniver de uma outra autora aí, conhecida de vocês, então eu resolvi adiantar :) Bom, é isto, eu espero que vocês gostem :)


Valentina POV


Meu pequeno retiro não pareceu dar muito certo. A intenção era não pensar tanto sobre a situação delicada na qual me encontrava em relação à Luiza. Mas tudo o que eu não conseguia era não pensar nela. Eu respirava e minha mente me trazia o momento do beijo, a minha declaração semanas antes e, por fim, minha mente lembrando dele.

É meio doido, porque eu queria, eu sabia que eu queria e eu queria muito. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia que era tão errado. Será que foi assim que Eva se sentiu quando foi tentada a provar do fruto proibido. Porque era meio assim que eu sentia que a Luiza era mim: proibida. Pode parecer só besteira e loucura da minha cabeça, mas eu sei que, lá no fundo, a nossa situação era complicada.

O domingo passava se arrastando e minha mente me traía com meus pensamentos conturbados. Eu acabei inventando uma receita bem difícil para ver se eu conseguia me distrair. Acabei perdendo um bom tempo procurando o supermercado mais próximo para conseguir comprar os ingredientes necessários. Resolvi fazer massa caseira de fettuccine, com molho bolonhesa também do zero. Isso me tomaria bastante tempo.

Meu almoço acabou virando janta. Eu não era lá a pessoa mais habilidosa e ágil na cozinha, o que não ajudou muito no processo. Mas foi bom, afinal, eu consegui me desligar um pouco dos meus pensamentos. Estava terminando de escorrer a massa que havia acabado de tirar do fogo e estava acertando o ponto do molho, quando ouvi a campainha tocando.


– Mas eu não estou esperando ninguém. – falei comigo mesma, lavando as mãos e pegando o pano de prato para ir em direção à porta. – Será que a Duda resolveu vir me perturbar com o Igor? Tomara que não, porque não sei se tem comida suficiente para nós três.


Fui caminhando e divagando sobre quem poderia ser. Todos os meus devaneios não me prepararam pra quem realmente era. Acho que eu esperava qualquer pessoa, acho que até o próprio Papa em pessoa, menos quem eu encontrei ao abrir a porta.


– Luiza? – perguntei totalmente atônita pela surpresa da visita.

– Quem você pensa que é para me beijar e fugir desse jeito, Valentina? – questionou com um semblante não tão amigável. Engulo seco, talvez aquela Luiza arisca tenha voltado, afinal.

– Er... eu... – suspiro e noto os pingos caindo no lado de fora. – Acho melhor você entrar, ou vai acabar pegando um resfriado. – desconverso, embora estivesse preocupada com sua saúde. Ela não esboça muita reação, apenas entra quando me afasto e indico o interior da casa. – Eu vou buscar uma toalha pra você se enxugar. – digo já me posicionando para ir atrás da toalha.

– Não precisa, Valentina. – protesta segurando em mel pulso.


Apenas olho para o contato de nossas peles. Seu toque era como uma corrente elétrica percorrendo minha pele e me arrepiando. Talvez fosse o frio da serra, talvez fosse só ela. Desvio o olhar de sua mão em meu pulso e encaro seus olhos castanhos tão intimidantes. Seu semblante era de obstinação em conseguir o que quer que ela tenha vindo fazer aqui.


– Desculpa. – pede desfazendo nosso contato e me olhando sem jeito.

– Tudo bem. – desfaço o contato visual. – Então, é... eu vou pegar a toalha. – ela pensa em protestar, mas eu não permito. – Eu realmente não quero que você fique resfriada, Luiza. – afirmo e saio sem dar-lhe tempo de tentar me impedir novamente.


Depois de você...Onde histórias criam vida. Descubra agora