Ultimato

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Boa tarde, minhas amadas leitoras! Peço mil perdões pelo atraso, mas houveram alguns pequenos contratempos, maaaas, o importante é que, aqui está mais um capítulo feito com carinho pra vocês... espero que apreciem :)



Valentina POV


Não sei se existe algum departamento com responsáveis por controlar a vida de cada ser na terra. Se existem anjos, ou sei lá quais entidades, que ficam manipulando os fios das nossas vidas. Eu só sei que, seja lá o que for, com fio ou sem fio, a minha vida tá bem bagunçada. Não tem nem um ano que retornei ao Brasil e tudo virou de cabeça pra baixo. E, toda vez que eu acho que eu tô conseguindo arrumar, tudo gira novamente.

Eu voltei achando que tava tudo como eu havia deixado, meu primo tinha arranjado uma noiva que não ia com a minha cara. Eu comecei a me dar bem com a dita cuja e achei que seríamos um trio, meu primo morre tragicamente. Enfrentei, e ainda enfrento, uma dor que jamais imaginei. Luiza e eu nos aproximamos nessa mesma dor. Mais uma vez eu achei que ia ficar tudo ok, ela descobre que eu já havia visto ela antes mesmo de saber quem ela era. Eu me declaro, ela se afasta. Mais uma bagunça. Ela me beija, eu me afasto. Bagunça de novo. Luiza vai atrás de mim, a gente tem o melhor final de semana digno de um casal recém casado, a gente acorda que tudo se ajeitará entre nós e, pasmem, mais uma bagunça. Uma bagunça dupla e bem enorme eu diria.


– Eu posso saber exatamente do que isso se trata? – tia Lúcia pergunta com um semblante nada amigável. – É isso mesmo o que meus olhos estão vendo? – ela aponta para as mãos de Luiza ainda em meu corpo.

– Olá, Dona Lúcia. – Luiza a cumprimenta de forma educada, desfazendo nosso contato, mas sem soltar nossas mãos, num aperto sutil. – Dona Catarina. – cumprimenta minha mãe com um aceno de cabeça.

– Que pouca vergonha é essa? – minha tia insiste incisiva. – Valentina? – me chama e outro aperto de Luiza me tira do meu transe inicial.

– T-tia... – merda! Eu odeio ser colocada nesse tipo de situação, eu não funciono bem sob pressão.

– Não há vergonha nenhuma acontecendo aqui. – a morena ao meu lado diz firme, dando um passo à frente.

– Vocês duas. – tia Lúcia falou com um escárnio escancarado. – Vocês estão manchando a memória do meu filho. – e lá estava meu medo voltando com tudo. – Você, Valentina... – me olha de cenho franzido em pura decepção. – Logo você.

– Que vergonha, Valentina! – minha mãe se pronunciou, era claro que ela não ia ficar calada.

– Eu repito que não tem vergonha nenhuma acontecendo aqui. – Luiza torna a falar ainda com voz altiva e firme. – Vocês duas vão me desculpar, mas, infelizmente o Lucas se foi. – as duas mulheres à nossa frente escancaram suas bocas em choque. – É isso mesmo que vocês ouviram: o Lucas não está mais entre nós, infelizmente. – minha mãe faz menção de falar algo, mas Luiza levantou a mão para sinalizar que ainda tinha mais a falar. – E eu não acho certo parar a vida por causa de alguém que não está mais aqui, nem para mim e muito menos para a Valentina.

– Você sempre foi muito atrevidinha mesmo. – as duas morenas estavam frente à frente, e eu já estava com medo da situação sair de controle. – Muito cheia de razão, não é Luiza?

– Quando não estou errada, e sei que não estou, eu realmente não gosto de baixar a cabeça pra ninguém, senhora. – ela afirma erguendo o queixo, deixando minha tia ainda mais baixa que ela.

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