Saudade

1.4K 212 131
                                    

Olha só quem apareceu de novo :)

Aproveitem que eu ando muito boazinha, heim. Bom, mais um capítulo escrito com muito carinho, espero que vocês gostem... :)



Valentina POV


Play na música "Hallelujah" – Jeff Buckley (pode deixar rolar até o final do capítulo)


Saudade. Uma palavra de significado simples, mas capaz de carregar um turbilhão de sensações consigo. E a sensação de matar todas as outras sensações que a saudade carrega, é impagável. Pode ser a saudade de um lugar que a gente gosta muito, saudade de comer alguma comida específica que não é tão comum ou habitual, saudade até mesmo de sentir algum sentimento que há muito não é sentido. Mas, de todas as saudades, a melhor de se matar, é a de alguém que a gente ama e não vê há muito tempo. O retorno do encontro é intenso. O abraço é mais forte e aconchegante. O carinho parece dobrar. Tudo aumenta significativamente quando matamos esse tipo específico de saudade.

Eu sequer sei onde estou, só entendi que me aparenta ser um mar de águas claras e límpidas. Aqui eu sinto uma paz que eu jamais experimentei em toda a minha vida. É gostoso e acolhedor. Chega a ser curioso, pq eu não tenho absolutamente nada pra fazer, um lugar específico onde eu deva ir, é tudo vazio, mas, ainda assim, eu me sinto completa e satisfeita.

Já ciente de que, curiosamente, estas águas são firmes sob meus pés, eu arrisco me deitar, o céu daqui é tão lindo. Parece dia, eu vejo o sol, mas também vejo estrelas. Tão louco e ao mesmo tempo tão deslumbrante. Me pego olhando admirada e fascinada, até sentir a água se mexer ao meu redor, até parecia que tinha alguém próximo.


– É lindo né? – aquela voz. – É uma das coisas que eu mais gosto daqui. – não pode ser.

– Lucas? – indago perplexa me levantando para constatar se era ele mesmo.

– Oi, B1! – me saudou com aquele sorriso lindo que só ele possuía.

– Meu Deus! – exclamo pulando em seus braços. – É você mesmo? Eu não acredito! – eu não sei nem para onde olhar ou tocar, acabo olhando e tocando ele todo. – Em carne e osso. – sigo cutucando algumas partes de sua pele, ainda sem acreditar que estava mesmo diante dele.

– Bem, nem tão carne e osso assim, mas alguma matéria que levaria tempo demais pra te explicar. – disse sem tirar aquele seu sorriso brincalhão da face.


Lucas continuava tão ou mais lindo do que antes. O cabelo liso e meio rebelde, a barba meio rala e por fazer, de sempre. Estava muito bem vestido de branco, com uma camisa e calça que pareciam ser de linho e de pés descalços.


– Onde exatamente é isso aqui que a gente está? – pergunto após mais alguns minutos tentando checar se ele era mesmo real. – Eu morri também? – me assusto com minha própria constatação. – Porque eu não queria não, eu só tomei uns remédios pra dormir e minha dor de cabeça passar...

– Calma, Valen. – respondeu com um meio sorriso. – Isso aqui não é o céu. – explicou olhando ao nosso redor. – E não, você não está morta.

– Então o que raios está acontecendo?

– Vem comigo, que eu te conto. – responde estendendo a mão para que eu o acompanhe.

Depois de você...Onde histórias criam vida. Descubra agora