Boa noite, amadas leitoras! Como estamos nesse finalzinho de domingo? Resolvi aparecer de surpresa, pois, eu mesma estou ansiosa para que as coisas aconteçam logo hahahaha Esse foi escrito à base de uma crise de rinite alérgica, então eu espero mesmo que vocês apreciem... :)
Valentina POV
Dias atuais...
Desperto e a primeira coisa que percebo, antes de tornar totalmente à mim, é que não faço a mínima ideia de onde estou. Sei que não é meu quarto. Parando para avaliar melhor, reparo que sequer estou numa cama e, pior, estou de pé. Sinto meus pés molhados, olho para o chão e me surpreendo ao me deparar com uma imensidão de água sob meus pés...
Que é que tá acontecendo aqui?
Novembro de 2022
Quem possui a métrica que mede a vida? Quem é detentor dos critérios que definem quando nascemos e até quando viveremos? Quem determina nosso tempo na terra? Perguntas demais e nenhuma resposta.
Minha cabeça simplesmente não aceita. Fico esperando que a qualquer momento ele levante daquela caixa tenebrosa de madeira e que seja mais uma de suas brincadeiras idiotas. Eu só queria que tudo isso fosse um pesadelo ruim, que eu acordasse e estivesse tudo normal. As memórias me invadem e me derrubam como ondas violentas de uma ressaca marítima.
Eu nunca pensei muito sobre a morte. Nunca havia tido perdas tão significativas, já perdi alguns parentes mais distantes, conhecidos, mas perder alguém assim tão próximo, é a primeira vez. É um sabor amargo. Não tem nem palavras para descrever o que exatamente estou sentindo. É como se um buraco gigante se abrisse sob meus pés, sem aviso prévio, e eu sigo despencando nesse buraco sem fundo.
Ninguém sabe o que é perder alguém, de fato, até que o perca.
Duas semanas depois...
As infinitas horas dolorosas se tornaram dias, semanas. Já dizia Cazuza, o tempo não para. Nesse meio tempo eu iniciei a terapia, sem muito sucesso, eu não via nenhum avanço nas duas sessões que fiz. E eu não posso nem julgar meu terapeuta, afinal, a travada sou eu. Também não sei dizer se ele é apenas um profissional ruim, visto que, nas poucas vezes em que estive com Luiza, nesses dias que se passaram, eu tive mais facilidade em me soltar com ela, nos dois encontros que tivemos, do que com o velho senhor de cabelos brancos que minha mãe me indicou como terapeuta.
Por falar em Luiza. A companhia dela tem sido interessante, gosto do pouco de tempo que passamos juntas e do fato curioso dela parecer querer me colocar pra cima. Seria cômico, se não fosse trágico, que tenhamos nos aproximado em nossa dor, afinal, há não muito tempo, ela não me suportava. Ela até me propôs aulas da bachata, em troca que eu a ajudasse com fotografia para produzir conteúdo em suas redes sociais. Eu, obviamente, recusei, não a parte de ensiná-la sobre fotografia, mas eu não possuo a menor aptidão para dança.
– Não é difícil como parece, Valentina. – sim, eu acabei cedendo e cá estou, tentando relaxar e me soltar como Luiza instrui.
– Você só tá falando isso porque já deve ter nascido sabendo. – resmungo enquanto ela vai até a caixa de som para colocar a música.
– Ninguém nasce sabendo, Valentina. – protesta apertando o play e preenchendo a sala com aquele ritmo caliente. – Agora vem comigo, você só precisa pegar o jeito.
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Depois de você...
Fiksi PenggemarValentina é uma jovem fotógrafa em ascensão, sonhadora e aventureira, em busca de aprimorar sua carreira. De volta ao Brasil, após um ano fora em mais um curso, não vê a hora de matar a saudade de sua família. Em seu retorno, numa visita à praia, se...