Desespero

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Oieeeee! Olha só quem resolveu aparecer :) 

Primeiro, eu gostaria de desejar um Feliz Ano Novo e prósperos à todo mundo! Segundo, me desculpar pela demora, mas esse final de ano foi bem tenso. Maaas, como eu prometi, voltei com um presente legal, hein? Não vou dizer o que é, vocês saberão.... :)

É isto, espero que apreciem a leitura, eu escrevi com bastante carinho <3



Luiza POV


Dias atuais...


Altruísmo. Segundo o dicionário, significa ausência de egoísmo; comportamento de quem se preocupa com os demais; atitude de quem, contrariando sua própria natureza egoísta, pensa além de si mesmo; abnegação.

Engraçado estar pensando sobre isso agora, aqui olhando para o rosto sereno de Valentina, mesmo com esse tubo saindo de sua boca e todos esses fios ligados à ela, é engraçado porque, cerca de um ano atrás, eu mesma lhe falei sobre sermos egoístas em relação à querer que o Lucas ficasse entre nós. Naquela época, eu falava meio que como um mantra para mim mesma aceitar que eu havia perdido o, até então, amor da minha vida. Hoje, aqui, olhando para a serenidade em seu rosto, eu sinto de fato que, talvez, ela esteja bem aonde quer que esteja. Talvez ela tenha cumprido sua missão? Qual seria? Quem comanda o checklist das nossas vidas?

É muito difícil e doloroso, mas eu tenho a estranha sensação de que, talvez, tenha que ser assim mesmo. Ou, talvez, seja só a minha esperança que também já está cansada. Mas eu sinto. Eu sinto que a Valentina merece a paz e essa serenidade de onde quer que esteja...



Novembro de 2023.


– Vamos mais uma vez? – pergunto para o casal de pequenos bailarinos. – Um, dois, três...


O Natal já se aproximava e, para a festa da escola, este ano, eu iria fazer uma apresentação adaptada do clássico O quebra-nozes. Por se tratar de crianças, quanto mais cedo iniciar os ensaios, melhor. Não que fosse alguma competição, mas eu gostava de colher os louros de ser sempre muito bem elogiada por essas apresentações de final de ano.

Concentração sempre foi crucial para mim, ainda mais na minha profissão. E eu não costumo perder a concentração facilmente, mas hoje, especificamente, essa parecia estar me fugindo. Fazia horas que havia deixado Valentina no hospital, desde então não recebi mais nenhuma notícia, nenhum sinal de vida dela ou da minha, não mais tão adorável, ex sogra. Isso estava começando a dominar meus pensamentos e afetar consideravelmente o meu poder de concentração. O barulho do toque do meu telefone resolve contribuir para que eu não consiga fazer meu ensaio direito. Corri até minha bolsa para alcançá-lo. Na tela piscou algum número não salvo em minha agenda de contatos. Estranho, mas, para quem está à espera de alguma notícia, toda ligação pode ser útil.


– Alô? – atendo curiosa e apreensiva.

Cadê minha filha? – era a voz de Catarina do outro lado da linha. – Eu sei que ela está com você, eu quero falar com ela!

– Oi, pra você também, Catarina. – debocho impaciente.

Eu não estou com cabeça para gracinhas, menina! – esbraveja a mulher.

Depois de você...Onde histórias criam vida. Descubra agora