Depois de você...

Desaparecer

Boa noite, minhas amadas leitoras! Primeiro eu adoraria agradecer três pessoinhas especiais que me ajudaram nesse capítulo: Ja e Docinho (esse capítulo não teria saído sem vocês 🫶🏼) e a maravilhosa jslillas (que me ajudou com o banner do capítulo, você é f*daaa). Bem, sem mais delongas, espero que apreciem a leitura... :)

Valentina POV

Dias atuais...

Uma paz inexplicavelmente estranha me invade. Uma sensação boa demais, tão boa que nem sei definir, apenas sentir. Era como sentir um abraço apertado e quentinho de alguém que a gente sente muita saudade...

Novembro de 2023.

Se eu fosse parar para analisar a minha vida, eu poderia dizer que estava tudo bem. Eu gosto de ser grata pelo mínimo, acho que devemos nos contentar com o que realmente importa: ter saúde, comida na mesa, um teto para morar, família, o que vier depois disso, é lucro. Eu trabalho com o que amo e, em breve, se Deus quiser, irei abrir meu próprio studio de fotografia, estou em processo de mudança e estou muito empolgada para morar sozinha. E eu tenho uma namorada que eu amo com todo o meu ser. Luiza é aquela luz que não só ilumina, mas que preenche o meu dia. Ela é meu ponto de paz, mesmo quando as coisas entre nós parecem uma pequena guerra, porque eu amo até isso nela, esse furacão que ela é, o fato dela ser completamente impulsiva e pavio curto e, principalmente, o quanto ela fica gata quando vira uma leoa. Eu a amo.

Esse ano que se passou, foi meio bagunçado e corrido demais, coisas demais acontecendo. Posso dizer que vivi um pouco da música da Ludmilla "eu estive aqui", eu vivi, eu amei, eu sorri, eu chorei, eu estive aqui. Depois de todo o caos que foi perder o Lucas, as coisas pareciam estar, finalmente, voltando pro lugar. Eu relutei, mas mergulhei de cabeça na minha relação com Luiza. Sei que se ele ainda estivesse aqui, o conselho que me daria, independente da situação, seria para que eu lutasse por ela para valer, embora eu fique meio relutante sobre estar me relacionando com a ex dele, eu não posso negar que foi uma das melhores coisas que já me aconteceu.

Hoje fazia um ano da partida de Lucas. Já fazia uns dias que eu vinha introspectiva, acho que Luiza também estava um pouco assim ou, pelo menos, sentiu que eu estava e respeitou o meu espaço. Nada que tenha mudado ou abalado a nossa relação, talvez só estivéssemos sentindo cada uma à sua maneira, afinal, não podemos apagar o fato de que eles estavam juntos quando ele morreu.

Por pura coincidência, acabamos nos encontrando no cemitério. Eu havia feito algumas poucas visitas no decorrer desse ano que se passou, ainda era difícil lidar com a perda, por sorte, a terapia estava me ajudando bastante. Tivemos o nosso momento, Luiza como sempre, muito sábia em suas palavras, conseguiu acalmar o meu momento de choro. Aparentemente, seria mais um dia comum em nossas vidas, apesar da data.

Mas eu pensei nisso cedo demais...

– Eu não acredito nisso! – a voz de tia Lúcia se fez presente atrás de nós. Eu presumia que pudesse encontrá-la aqui, mas não esperava que minha namorada também estivesse aqui e que ela fosse nos ver juntas. – Não é possível que vocês duas tenham mesmo a cara de pau de vir até aqui profanar o túmulo do meu filho!

– Dona Lúcia, a senhora vai me desculpar, mas o Lucas morreu na condição de meu noivo, o fato de eu ter seguido minha vida não anula a minha dor e nem me impede de vir aqui visitá-lo, e eu gostaria que a senhora pudesse respeitar isso. – Luiza fala educadamente, mas eu sinto que ela está travando uma batalha interna para manter a compostura.

– Só pode ser piada. – minha tia ri com escárnio.

– Tia, por favor, não precisa fazer uma cena aqui, a gente já tava indo embora né, amor? – indago olhando da mulher à nossa frente para minha namorada ao meu lado.