Recordar

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Boa tarde, bom domingo, amadas leitoras minhas! Eu sei que prometi atualizar ontem ainda, mas eu dormi depois de tomar um antialérgico, maaas aqui estou com mais um capítulo, e tá até grandinho pra recompensar vocês... espero que apreciem... :)



Valentina POV


É engraçado como a mente do ser humano funciona. E é mais engraçado ainda, o fato dela ser estudada desde os primórdios da vida humana na terra, mas ninguém conseguir desvendá-la cem por cento. Sempre fica alguma coisinha que nem mesmo os neurologistas mais inteligentes e conceituados do mundo, conseguem compreender. Ou que acaba passando despercebido e acaba nos pegando de surpresa. O mais curioso disso tudo, é quando a mente parece estar diretamente ligada ao coração.

Eu me encontro num quarto de hospital, cercada da minha família que eu tanto amo, acabo de receber uma notícia não muito boa. Aparentemente, meu cérebro resolveu atualizar e reiniciou com alguns arquivos corrompidos e algo me diz que tem tudo a ver com a moça da praia que acabou de sair do quarto de forma apressada e com lágrimas nos olhos. O que quis dizer ali acima, é que, mesmo cercada do amor dos meus entes queridos, eu sigo com um vazio aqui dentro de mim, olhando sempre para a porta por onde a morena com porte de modelo saiu.

Mas quem ela era, afinal? Por que ela estava aqui? E por que reagiu daquela forma? Eu sequer sabia que ela tinha me notado tirando fotos suas. Preciso lembrar de revelar e entregá-las a ela, eram fotos lindas demais, e eu gostaria muito de me redimir por ter invadido a privacidade dela assim, sem permissão. Mas eu não tenho culpa dela ser tão deslumbrante e estar ali na minha frente, naquele cenário tão perfeito. Foi uma ocasião que eu gosto de chamar de "a foto do momento certo, na hora certa, com a pessoa certa". Mal podia esperar para retornar ao meu quartinho escuro, e fazer a mágica da revelação acontecer.


– Alguém pode me dizer quem é aquela moça e por que ela estava aqui? – questiono saindo dos meus devaneios momentâneos de uma mente que, aparentemente, não está funcionando muito bem.


Todos se entreolham e acabam olhando para o médico, como se pedissem permissão para me falar qualquer coisa.


– Qual é, gente?! – resmungo cruzando os braços. – Se eu esqueci das coisas, vocês terão que me contar mais cedo ou mais tarde, né? – olho para todos impaciente e bufo irritada, pois eles parecem mesmo aguardar algum aval do médico.

– Ela tá certa, gente. – ele me sorri terno, fazendo um leve afago em meu ombro. – Falar dos acontecimentos é importante para que a Valentina se habitue e, quem sabe, acabe lembrando de algo.

– Ih, ela vai lembrar que é uma chata. – o comentário idiota tinha que vir do meu irmão, igualmente, idiota.

– Gente. – chamo atenção com um falso olhar espantoso. – Acho que me lembrei de uma coisa. – teatralmente coloco as mãos em minhas têmporas como se eu fosse a Jean Grey dos X-Men, e eles me olham atentos. – Lembrei que o Igor é um mimadinho, filhinho da mamãe insuportável. – completo com uma feição desdenhosa para o meu irmão, que me dá língua em resposta.

– Meninos, parem. – meu pai pede com um olhar de reprovação para meu irmão e eu.

– Igor, sua irmã acabou de acordar de um coma, meu filho, não seja inconveniente. – e essa foi uma fala vinda de alguém que realmente me surpreendeu. Dona Catarina repreendendo o filhinho dela, na frente dos outros e, pior ainda, em minha defesa? Esse quebra cabeça tá muito confuso.

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