Capítulo 23

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E é claro que eu não deixei as meninas adiarem suas viagens por minha causa, mesmo eu sabendo que boa parte da desculpa não se aplicasse a mim, e por isso tudo ficou mais divertido.

Estou na casa de Lucy já que praticamente não me deram escolhas, principalmente quando minha nova ideia foi retornar para casa.

Cheguei ontem e já estou me sentindo presa e solitária, já que enquanto as pombinhas saíram cedo para o trabalho, fiquei sozinha durante todo o dia.

Nenhuma notícia de Henry e eu duvido ter. Ele sempre foi muito esperto e sem contar que conhece pessoas do mundo todo, e só Deus sabe onde ele está agora.

- A senhora não tem autorização para sair - encaro o homem a minha frente, sua mão erguida dando um claro sinal para que eu continuasse parada.

- Como é? - estreito os olhos.

- São ordens da senhora Vives - sua postura é séria.

- E desde quando ela manda em mim? - tento afastar a mão dele da minha visão mas ela é firme. - Me dê licença - peço já passando uma mão contra o rosto, tentando ao máximo me controlar todas as vezes que a menção da minha amiga vem em minha mente.

- Eu sinto muito, senhora - encaro seu rosto de imediato. - Mas tenho ordens a seguir - é tudo que diz antes de fechar de vez sua expressão.

Saio pisando duro contra o chão, bufando de raiva ao entrar novamente na casa. Procuro meu celular que, por conta do nervosismo, foi difícil achar.

- Eu vou matar você! - exclamo assim que ela atende a ligação.

- Me desculpe, ok? Mas foram ordens superiores - solto o ar dos meus pulmões, sorrindo sarcástica em seguida.

- Eu quero que você fale pra esse brutamonte me deixar sair! Eu não vou ficar presa aqui! - salto minimamente no mesmo lugar.

- E eu posso saber onde você vai?

- Isso não lhe interessa!

- Está agindo como uma garota mimada.

- Eu juro que se você não...

- Tudo bem, Lauren - me corta sem paciência. - Eu não sou a Camila pra ficar lidando com esse tipo de comportamento, vou desligar para falar com os seguranças, só um momento e poderá sair - desliga.

Guardo novamente meu celular dentro da bolsa e caminho para fora da casa, observando o homem já em uma ligação. Espero sem muita paciência e assim que ele desliga, começo a caminhar, sorrindo de lado quando não vejo nenhum impedimento.

- Que palhaçada, até parece que não sei me cuidar - falo para mim mesma assim que entro no meu carro.

Começo a dirigir até a casa dos meus pais, já tinha alguns dias que não falava com eles e hoje meu pai me ligou, me convidando para tomar um café da tarde.

Cheguei e fui direcionada para o jardim, onde a mesa já estava posta e de longe se via o casal conversando, mas que ao meu ver, os ânimos pareciam exaltados.

Me aproximei com um sorriso nos lábios e cumprimentei cada um com um beijo, me sentando logo em seguida.

O silêncio estava pesado, e por isso me mantive quieta, apenas esperando por eles.

- Não vai dizer nada? - encaro mamãe, sem entender seu tom usado. Ela sorri sem muito humor. - Quando planejava nos contar sobre Henry - travo um pouco.

- Como souberam? - na minha cabeça tudo estava sendo tratado com o máximo de sigilo possível.

- Henry nos ligou - arregalo os olhos.

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