Capítulo 34

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- Eu não acredito que vocês esconderam isso de nós! - fecho os olhos com força quando a loira invade o quarto. 

- Lauren minha querida, me perdoe mas ela entrou mesmo sem minha autorização - Sinuhe me encara apavorada. - Eu vou chamar a polícia - antes que ela corresse para concretizar sua fala, tento me apressar.

- Está tudo bem, essa é a Dinah, aquela amiga que eu te falei - vejo o alívio tomar conta do rosto da senhora.

Era só o que me faltava, acabar matando a mãe de Camila do coração...

Mas que ideia foi essa de deixar sua mãe como minha babá?!

- Oh - encara minha melhor amiga. - É que Camila me alertou sobre não deixar ninguém desconhecido entrar - os olhos de Dinah se estreitam em minha direção.

- Pois então eu quero ver aquela bunduda me tirar daqui!

- Dinah, por favor - peço completamente envergonhada, afinal a casa nem é minha.

Pois é, desde que saí do hospital, Camila não me deu outra alternativa a não ser ficar em sua casa, pelo menos até me recuperar por completo. Eu ainda sentia muita dor de cabeça, mas o médico falou ser normal depois do tombo que levei, afinal não mostrou nada de anormal nos vários exames que fiz.

- E a outra moça? - encaro Sinuhe sem entender sua fala. - A que ficou do lado de fora - desvio para Dinah.

- É Normani - assinto.

- Ela também pode entrar - sorrio para a senhora, essa que assente antes de sair do quarto, mas não sem antes se desculpar. - Sério, Dinah? - ela revira os olhos antes de se aproximar, sentando ao meu lado.

- O que queria que eu fizesse? Ela disse que eu não podia entrar - fala completamente ofendida.

- Queria que você fizesse tudo, menos invadir a casa dos outros - bufa.

- Eu fiquei preocupada. Por que não me contou? Sabe que eu voltaria no mesmo momento - parecia chateada.

- Foi por isso mesmo que não deixei Lucy contar, não quis atrapalhar sua viagem - nega com a cabeça.

- Você sabe que por muito menos eu voltaria, essa semana foi um pesadelo! - parece desabafar. - Mas isso fica para outro momento - pressiona os lábios. - Como você está? - de repente se mostra carinhosa ao se aproximar e me puxar para um abraço apertado. - Graças a Deus tudo isso acabou.

- Lucy te contou? - questiono para ter certeza.

- Sim - suspira. - E mesmo que ele ainda estivesse vivo, faria questão de mandar matar - se afasta, me permitindo comprovar suas palavras através dos seus olhos.

- Não fale assim, Henry morreu e esse foi o fim que ele mesmo procurou - repito o que tanto ouvi de Camila nesses últimos dias.

- Então porque seus olhos não estão me dando a mesma certeza que suas palavras? - ela parecia me ler tão bem, por isso desvio o olhar. 

- É só que... a forma que tudo aconteceu, desde ainda o fim do meu casamento, de alguma forma me sinto culpada pelo o fim que ele teve...

- Não - rapidamente nega. - É como você mesma disse, foi ele quem procurou por isso - segura meu rosto. - Você não tem culpa de nada, Lauren - sinto meus olhos arder, e as lágrimas caíram assim que ela me puxou para um novo abraço.

- Atrapalho? - a voz juntamente com algumas batidinhas contra a porta aberta, me faz sorrir entre o choro, negando rapidamente para a negra. - Ô, minha amiga - abre os braços antes mesmo de se aproximar e me envolve em um abraço apertado. - Não vou questionar o motivo de não ter nos avisado, pois sei que Dinah já te encheu muito com isso. Mas quero saber como você está - segura meu rosto, como se quisesse analisar minha resposta.

- Me recuperando - seco algumas lágrimas. - Mas confesso que estou tendo uma ajuda e tanto, a família Cabello está se revezando entre si, nunca deixando de se mostrar prestativos, e isso inclui até os pestinhas - assinto dando ênfase em minhas próprias palavras, pois até eu ainda estava me acostumando com a ideia.

- Até aquela filha de satã?

- Dinah! - eu e Normani falamos ao mesmo tempo, mesmo havendo uma pitada de humor na repreensão. - Até ela - acabo concordando. - Por incrível que pareça ela me deu uma folga, sem contar que ontem quase se abriu comigo quando o assunto se tornou sua outra mãe - comento pensativa. - E entrando nesse assunto, preciso conversar com alguém ou vou acabar enlouquecendo. E como Lucy não sabe de nada disso, não quero deixá-la ciente ao ponto de esconder algo de Sofia... - encaro as duas. - Então só posso contar com vocês, mas tem que prometer deixar tudo em completo sigilo - falo séria.

- Sabe que pode confiar em nós - Normani fala mas meu olhar está em Dinah, essa que tinha uma cara de paisagem. - Né, Dinah? - cutuca a mulher.

- Claro que sim - resmunga ao massagear o local atingido.

- Eu... - suspiro tomando coragem. - Eu acabei lendo uma carta do Henry, na verdade era uma carta enviada pra ele - tento concertar. - Nela havia algo muito intrigante e suspeito, me fazendo entender que se tratava de mais uma amante qualquer - dou de ombros, afinal isso não me atingia mais. - Acontece que a carta estava assinada apenas com um K e um I - encaro as duas, que apenas aguardavam mais, pois estava claro que ainda não entendiam nada. - E ontem conversando com Jenna, ela me falou que sua mãe, a falecida, gostava de usar seu nome de solteira, sendo apenas Keana Issartel.

- Está tentando dizer que... - não termina sua frase.

- Acha que estou sendo maluca em pensar nisso? - realmente preciso da resposta.

- Eu não sei - Dinah parecia atordoada. - Realmente não sei.

- Mas o que dizia na carta? - Normani se mostrou curiosa.

- Era algo como "preciso te contar algo importante, que irá mudar nossas vidas", e também "estou disposta a abrir mão de tudo, amo você" - o silêncio predominou o ambiente. - Sem contar que... - faço uma caretinha imaginando estar indo longe demais.

- Que... - Dinah me induz.

- Quando fui dar banho em Noah, notei uma pequena manchinha, justo no mesmo lugar que o crápula também tinha - Normani rapidamente coloca as mãos sobre a boca.

- Está querendo dizer que Noah é filho biológico do Henry? - quando as palavras de Dinah deixaram sua boca, já era tarde demais, pois Camila estava paralisada enquanto nos encarava.

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