Capítulo 15

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Eu beijava Camila com urgência, e mesmo eu sentindo ser retribuída, também sentia ela me afastar levemente do seu corpo.

Eu estava sobre suas pernas, já que ela sentava encostada na cabeceira da cama. Suas pernas estavam cruzadas com certa força, pois eu podia sentir seus músculos duros.

Camila tem uma boca tão convidativa, pois mesmo eu estando me deliciando nela, sentia a necessidade de mais.

Levei minhas mãos que estavam em sua nuca e tentei puxar sua blusa, foi quando ela segurou minhas mãos.

- Lauren... - tenta me afastar mais uma vez, e com isso eu franzo o cenho. - Espera - pede respirando com dificuldade.

Eu passo uma mão sobre o cabelo e analiso seu rosto, ela estava vermelha, muito mais que o normal.

- Você não quer? - por mais que uma resposta negativa me deixasse envergonhada, eu precisava saber.

- O que?! Não! Quer dizer, sim! - coloca as duas mãos nos cabelos, puxando alguns fios e suspirando em seguida. - Eu quero isso tanto quanto você - suas mãos vão para meus ombros, onde ela aperta levemente enquanto desce com o toque. - É claro que eu quero isso - sorri de lado.

- Então o que há? - continuo confusa, pois mesmo sem uma resposta negativa, a situação em si começava a me envergonhar.

- É que... - desvia o olhar. - Eu... - suspira outra vez.

- Está me deixando preocupada - seguro seu rosto entre minhas mãos. - Pode confiar em mim - sorrio tentando passar a certeza das minhas palavras. Ela me encara por alguns segundos antes de começar a falar.

- Lembra quando me perguntou se já gerei algum dos meus filhos? Ou como foi essa experiência? - assinto, acompanhando suas palavras. - Eu... - para outra vez e com isso lhe faço um carinho, recebendo um sorriso contido seu. - Eu nunca gerei nenhum deles.

- Oh... isso é... normal? - ainda não entendia onde ela queria chegar e isso me deixava mais confusa ainda. - Não vou julga-lá por isso, pois até uns anos atrás eu também pensava desse jeito - dou de ombros.

- Não é sobre isso - franzo o cenho. - Se eu pudesse faria questão de gerar qualquer um deles - nesse momento eu já duvidava de mim mesma, pois o raciocínio estava lento.

- Não pode ter filhos?

- Não só posso como tenho - ela está tentando me enlouquecer?

- Camila... - fecho os olhos brevemente mas abro assim que escuto um risinho seu. - Está fazendo de propósito? Por que está fazendo isso?

Ela nega diversas vezes erguendo suas mãos.

- Desculpe, só estou nervosa - e outra vez consegue me deixar confusa. - Não sei como vai reagir...

- Saberemos assim que você contar o que tem de errado - tento sair do seu colo mas ela me segura rápido, mantendo meu corpo alí.

- Não é bem algo errado - reviro os olhos. - Tudo bem, tudo bem - aperta a carne das minhas coxas. - Sou intersexual - pressiona os lábios, como se temesse minha reação.

- Intersexual? - assente. - E o que seria isso? - franzo o cenho, pois realmente não sei, e tirando por seu nervosismo de contar o fato, imagino ser algo sério.

- De uma maneira fácil de entender, sou uma mulher com pênis - travo, arregalando os olhos enquanto cruzo com os seus.

O que eu faço agora?

Não posso simplesmente fugir outra vez, Camila com certeza não olharia mais na minha cara e com razão. Mas eu preciso processar a informação, uma mulher com pênis? Seria ela trans?

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