Capítulo 32

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- Oi meu amor, como está? - mesmo ela tentando manter naturalidade, eu podia sentir sua voz preocupada e curiosa.

- Sabe que não precisa se preocupar, estou bem - ela suspira.

- Gostaria de estar com você nesse momento - fala como se isso fosse algum segredo. Sorrio levemente.

- Eu sei, mas sei também que logo mais estaremos juntas, afinal eu não acho que Henry vá demorar a "atacar" - reviro os olhos.

- O esperado é que amanhã ele caia na armadilha, pois é óbvio que o que ele mais tem naquela empresa são informantes - assinto mesmo que ela não consiga ver.

- Não vou negar que estou com medo, mas também quero que tudo isso passe logo - suspiro me erguendo um pouco até alcançar o controle remoto para baixar o volume da televisão.

- E eu prometo que se depender de mim, quando tudo isso passar eu farei questão de te fazer a mulher mais feliz e amada desse mundo - foi inevitável não deixar transparecer um enorme sorriso. - Se você soubesse as loucuras que sou capaz de fazer por você...

- E isso inclui nosso futuro? Algo como formar uma família? - agora é minha vez de tentar manter a naturalidade, mas só eu sei o quanto anseio por essa resposta, mesmo eu já sabendo a mesma.

- Não está óbvio? - parecia indignada. - Meu amor, você foi a primeira mulher por quem me interessei em anos, foi através do seu olhar que me senti viva novamente. Acha mesmo que vou deixar você escapar de mim? - sorrio. - Se é uma família que você quer, ok, posso oferecer, pois essa vontade também é minha. Com você tenho vontade de realizar qualquer sonho e aventura, sinto que encontrei a pessoa certa para cada momento da minha vida.

- Amo você, Camila - não sei se consegui transmitir o que eu estava sentindo no momento, mas a entonação que me declarei foi a mais sincera possível. - E eu sei que já possui uma família mas quero que saiba que vou amar fazer parte dela, vou amar seus filhos se assim eles me permitirem, os amarei como se fossem meus.

- Não sabe como me alegra saber disso, eles são meus filhos e eu só iria conseguir ser feliz ao encontrar alguém como você, com a disposição de acolher cada um deles, e eu sei que você não é mãe deles e eu nem posso pedir isso, mas espero nos tornarmos uma família onde possamos contar sempre um com o outro - suspiro.

- Não vejo a hoje de tudo isso acabar - volto a desejar, mas logo um barulho chama a minha atenção, e isso me faz ficar em silêncio por alguns segundos.

- Amor? Tudo bem? - escuto a voz preocupada de Camila, me deixando relaxar novamente.

- Tudo bem - sorrio. - Acho que estou ficando paranóica - mal termino minha frase e outro barulho ecoa, era como se alguém estivesse batendo forte contra algo. - Sabe me dizer se Lucy liberou os seguranças para entrar na casa? Acho que escutei algo - me assusto com um novo barulho, mas agora sendo de um vidro quebrando. - Espera, vou ver o que está acontecendo - ignoro os chamados de Camila e me levanto da cama, deixando meu celular na mesma.

Destranco a porta com cuidado, olhando para o corredor escuro, e quando saio totalmente do quarto, sinto alguém me puxar enquanto abafa qualquer som que eu pudesse soltar.

- Sério isso? - a voz faz todo meu corpo se arrepiar. - Acha mesmo que sou tão idiota assim? - aperta mais minha boca. - Lauren, Lauren... eu te falei para não brincar comigo - tento me soltar mas obviamente não consigo.

Ele me leva de volta para o quarto e com uma pequena distração sua acabo mordendo sua mão.

- Socorro! - começo a gritar desesperadamente antes mesmo de correr.

- Sua cadela miserável! - prontamente se coloca atrás de mim, conseguindo me alcançar. - Acho bom você se comportar, ou não vai gostar do que eu posso fazer com você - a arma contra meu maxilar me manteve quieta, mesmo depois dele soltar minha boca. Sorri vitorioso.

- O que você quer? - eu já chorava desesperadamente.

- O que eu quero?! - altera a voz. - Eu quero o que é meu! - praticante cospe em minha cara. - E você podia muito bem ter evitado tudo isso quando meu advogado entrou várias vezes em contato com você, era algo simples, Lauren, podia aceitar tudo numa boa e nada disso estaria acontecendo - a única coisa que eu conseguia fazer era chorar em desespero.

- Eu faço o que você quiser, mas por favor, não cometa algo que vai se arrepender depois - suplicava, mas a única coisa que consegui foi um sorriso sarcástico dele.

- É claro que vai - me direciona para o quarto novamente. - Acho bom se comportar - praticamente me joga sobre a cama, enquanto olha ao redor. Henry não percebeu meu celular entre os cobertores. - Onde é que está? - a pergunta parecia apenas um pensamento alto, já que ao não achar o que tanto procurava, ele foi em direção do closet.

Com uma certa pressa alcancei meu celular, dando graças a Deus por ainda está na ligação com Camila. Mas antes de pensar em ser pega, coloquei o aparelho por baixo do travesseiro. 

Henry voltou com a maleta que abri mais cedo, sentou ao meu lado e começou a procurar algo específico, até sorrir e puxar alguns papéis, me oferecendo uma caneta.

- O que...

- Apenas faça o que estou mandando - empurra os papéis. Mas antes que eu pudesse assinar qualquer coisa, um barulho no andar de baixo chama a nossa atenção. - Desgraçada! - Se levanta ao me encarar. - Assina logo essa merda! - sussurra apontando a arma para mim.

- Deve ser os policiais, Henry - não consigo segurar enquanto faço o que ele mandou. - Estão em volta da casa, você não vai conseguir fugir - comento o óbvio, mesmo eu ainda não sabendo como ele conseguiu entrar.

- Tem certeza? - puxa os papéis assim que termino de assinar tudo. - Levanta - ordena sem paciência após guardar tudo novamente na maleta. - Você será minha garantia que vou sair daqui bem, até porque eu duvido muito que a sua amiguinha Lucy vai colocar você em risco - coloca um braço contra meu pescoço enquanto me mantém na sua frente.

A casa estava com a maioria das luzes apagadas, por isso ele era cuidadoso ao andar sem pressa e atento a cada barulho. Paramos antes de alcançar o topo da escada, eu ainda em sua frente enquanto a arma está na minha direção. Foi então que ele me impurrou minimamente, apenas para que eu se mostrasse sozinha.

- É Lauren! - arregalo os olhos quando escuto a voz da minha latina.

- Camila, não! - falei o mais rápido e alto que consegui, mas ela não me deu ouvidos já que continuava a vir em minha direção.

- Calminha aí - enfim parou, mas só quando constatou a presença de Henry, esse que voltou a me segurar. Ele sorrir próximo ao meu ouvido. - Veja se não é a sua mais nova heroína - aperta mais meu pescoço. - Então é você que está comendo minha mulher - sua fala é nojenta. - Nada mais que justo - parecia humorado.

- Henry, podemos entrar em um acordo - me desespero quando o homem aponta a arma para a mulher no final da escada, notando ela levantar a mãos, e talvez por reflexo, dar alguns passos para trás.

- Agora você está falando minha língua - sorrir e novamente volta a me direcionar a arma. - Primeiro eu quero que todos que estiverem aí, saia - não houve nenhum movimento. - E eu não estou brincando - faço uma careta de dor ao sentir três pancadas na cabeça.

- Tudo bem! - Camila fala apressada. - Como você quiser - mas antes que ela seguisse alguns policiais...

- Você fica - eu não sabia se meu coração iria aguentar mais, pois ele acelerava a cada minuto. - Vai garantir que eu e Lauren vamos sair daqui em... - foi tudo tão rápido, um barulho de tiro juntamente com o grito de dor e movimentação de Henry, me fez desequilibrar no topo da escada, sendo assim rolando pela a mesma.

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