Capitulo 33

1.6K 208 14
                                    

Acordei de repente em um susto, o sonho passando por minha mente sendo o principal culpado. Suspirei antes de abrir os olhos, mas assim que os fiz, voltei a fechar rapidamente. Minha cabeça estava pesada.

- Laur? - a voz era muito bem conhecida por mim, e a mesma parecia preocupada. - Hey... - sinto um toque suave de Lucy.

- Minha cabeça está horrível - consigo resmungar antes de tentar abrir os olhos novamente, piscando em seguida.

- Espere, vou chamar a enfermeira - escuto seus passos apressados.

Tento me mexer mas parece que cada parte do meu corpo dói, por isso decido limitar meus movimentos.

Quando o barulho da porta ecoa novamente, decido dar meu máximo em uma nova tentativa de abrir os olhos.

- Ok, tudo bem - mal consigo visualizar a mulher. - Seus olhos estão levemente inchados, por isso o incômodo - explica. - Consegue me dizer o que está sentindo? - forço a garganta.

- Minha cabeça está doendo muito, meus olhos estão incômodos e meu corpo todo dói - mesmo não visualizando muito bem Lucy, pude ver ela comprimir os lábios.

- Vou informar o médico, talvez ele possa aumentar a dose do seu remédio - sorrir gentilmente antes de verificar algumas coisas e sair.

- E eu achando que tudo isso não se passava de um pesadelo - quebro o silêncio que se instalou. - Não consigo me lembrar de nada após cair da escada, pode me contar o que aconteceu?

- Não sei se é o momento, tem que se preocupar em ficar bem primeiro - se aproxima e senta na poltorna ao lado.

- Onde Camila está?! - sinto uma pontada forte na cabeça ao me exceder um pouco, mas a imagem da mulher acabou de passar por minha mente.

- Viu só? - bufa. - Camila está bem, queria passar a noite aqui mas eu não deixei, ela também precisa descansar - sinto um alívio instantâneo.

- E Henry? - questiono, afinal tenho uma vaga lembrança dele ter sido atingido.

- Lauren...

- Eu não sou nenhuma criança, Lucy - falo séria. - Até porque cedo ou tarde vou saber o que de fato aconteceu - ela me encara parecendo pensar.

- Tudo bem, você que manda - levanta, vindo até mim. - Hm... vou começar de quando Camila me ligou desesperada, falando que Henry estava com você. Claro que eu fiquei em alerta mas algo dentro de mim, talvez um pouco de esperança, tentava idealizar que não, ele não estava. Liguei pro incompetente chefe do departamento de polícia e ele simplesmente me disse que em determinado horário tinham que fazer uma ronda pelas redondezas da casa, ficando apenas um policial na frente da casa - ela revira os olhos. - E é claro que foi nesse momento que Henry conseguiu entrar - assinto acompanhando suas palavras. - Quando eu cheguei Camila já estava lá dentro, e eu nem sei como ela conseguiu isso - fala pensativa. - Foi então que consegui ouvir o diálogo entre vocês, cheguei até a tentar entrar em determinados momentos, mas sempre sendo barrada.

- E Henry? - estou ansiosa demais para acompanhar minha amiga. - Lembro do barulho de tiro e também do grito de dor - pressiona os lábios.

- O primeiro tiro foi para desarma-ló, mas como o idiota ainda insistiu em pegar a arma mesmo depois de você cair, recebeu mais um que acabou pegando em seu peito - e antes que eu perguntasse... - Seguindo o protocolo ele foi socorrido e está internado, e o estado é grave - seu olhar se torna duro. - E eu espero é que ele morra!

- Lucy...

- Não, Lauren. Você não viu do que esse monstro é capaz de fazer? - mesmo alterada ela mantia uma voz controlada, ou pelo menos tentava. - Não tenho outra opção a não ser desejar a morte dele, afinal do que adianta ser preso? Ele já foi e veja só no que deu - suspira passando a mão pelo o cabelo, negando com a cabeça enquanto tenta se controlar. - Você caiu e ficou completamente apagada, só acordando horas depois e em meio a um surto, a morte ainda é pouco para aquele desgraçado.

- O que importa é que agora estou bem - me encara de imediato.

- Tem certeza disso? - é sarcástica ao me analisar, me fazendo ficar em silêncio. Eu sei que minha amiga deve estar com raiva nesse momento, afinal me colocando em seu lugar também sentiria o mesmo. Por isso decido lhe dar um desconto, ficando em silêncio até a enfermeira retornar, essa que adentrou com uma pequena bandeja, informando se tratar dos medicamentos. - Camila me pediu para avisar assim que você acordasse, vou aproveitar para pegar um café, minha cabeça está explodindo - se aproxima. - Amo você - deixa um beijo sobre minha testa antes de sair do quarto.

- Não vai demorar muito para o remédio fazer efeito, muito menos o calmante - ela informa com um sorriso gentil. Assinto prendendo minha visão na única janela do quarto, era de vidro e como as cortinas estavam entreabertas, não deixei de notar o céu estrelado, focando no mesmo até que meus olhos voltaram a pesar.

{...}

A movimentação era nítida, pois foi ela que acabou me despertando. Mas não me movi ou tentei abrir os olhos, pois a curiosidade falava mais alto.

- E quando ela vai acordar? - a voz irreconhecível do meu príncipe me fez sorrir. - Veja, mama! Ela está sorrindo! - fui pêga no flagra.

- Lembra o que a mama te disse sobre fazer silêncio? - houve uma pausa. - Ela deve estar sonhando com algo muito bom - fala por fim.

- Ela vai ficar bem? - era Manoel, e eu não acredito que Camila trouxe os dois até aqui.

- É claro que ela vai, cabeção - travo incrédula, nisso sendo impossível continuar com os olhos fechados, pois tive que ter certeza sobre a dona da voz.

- Hey, meu amor... - Camila se aproximou de imediato, não se segurando ao deixar alguns selinhos em meus lábios. Sorrio. - Como está? Sentindo alguma dor? - olha todo meu corpo por reflexo.

- Com uma visita dessas seria impossível não estar bem - encaro minha latina antes de desviar para Noah e Manoel, já ao redor da minha cama. Seguro uma mão de cada um. - Não devia ter trazido eles aqui, devo estar horrível.

- Não está - a voz tímida de Miguel me faz lhe encarar, antes dele desviar envergonhado.

- Para você - Juan me estende uma rosa, amarela. E mesmo ainda sentindo muitas dores, me esforço para pegar.

- É linda, obrigada - sorrio em meio a careta de dor que quis sair.

Nunca imaginei que para ganhar esses pestinhas eu tinha que estar em um hospital...

Mas ainda faltava uma...

Passo meu olhar por ela, Jenna estava em sua postura costumeira quando se dirigida à mim. Vi ela suspirar e descruzar os braços, parecendo sair da defensiva. Ela caminha até nós, já que era a única afastada da cama, se coloca entre os irmãos e me encara.

- Eu... - revira os olhos, não querendo dá o braço à torcer. - Eu sinto muito - suspiro sorrindo para ela.

É, parece que as coisas enfim vão começar a funcionar.

Our World (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora