Eʀᴀ ᴠᴏᴄᴇ̂. Sᴇᴍᴘʀᴇ ғᴏɪ ᴠᴏᴄᴇ̂

XVII- Pais

Helena Morgan:

Como Dylan havia dito eu comecei a trabalhar apenas três vezes na semana, eu estava adorando isso, agora eu tinha mais tempo para cuidar da minha casa, ficar com minha mãe e dar mais atenção para Hugo.

Hoje eu estou numa consulta médica com meu filho, depois que ele desmaiou eu decidi investigar só para ter certeza. Hugo não gosta de médicos, na verdade ele não gosta mesmo é do ambiente, diz ele que não se sente bem, concordo com o mesmo, afinal ninguém gosta de ficar no hospital por muito tempo, ainda mais uma criança.

No final de tudo, não havia nada de errado com Hugo, o médico aconselhou fazer alguns exames de sangue, para ver se realmente estava tudo certo.

Assim que saímos, passamos na minha mãe , ela tinha uma pequena loja de roupa, era bastante conhecida na região, mas hoje não havia muita gente. Assim que entramos ela ficou feliz com a visita inesperada, já fazia dias que não a vimos.

- Vóvooo! - Hugo gritou correndo até a mesma com os bracinhos abertos.

Ela abraçou o pequeno e logo depois me abraçou também.

- Olá mamãe, como anda as coisas? - perguntei me sentando num pequeno banco.

- Bem, na verdade eu preciso falar com você. - ela disse.

- Sobre o quê? - perguntei franzindo a sobrancelha.

De repente uma pequena invasora entrou na loja, era Gaby, neta da vizinha da minha mãe, vulgo sua amiga.

- Gaby, cuidado! - repreendi a mesma e minha mãe riu.

- O que foi pequena? - minha mãe a perguntou.

- Vim brincar com Hugo. - ela disse indo até o pequeno e sorrindo.

Eles tinham a mesma idade então sempre que eu o trazia, os dois não paravam quietos.

- Está bem, Hugo vai lá eu preciso falar com sua vó. - disse passando a mão nos seus cabelos.

Ele assentiu e correu para dentro com Gaby.

- Então? O que houve? - perguntei curiosa.

A loja estava vazia naquele momento, ela suspirou e pegou na minha mão.

- Seu pai ligou para mim Lena. - assim que ele falou arregalei meus olhos e por um instante sentir meu coração errar uma batida.

Já fazia anos que ele se separou da minha mãe, desde então nunca mais o vimos.

- O-o quê? - foi a única coisa que saiu pela minha boca. - C-como?

- Na verdade eu não sei...- ela pausou. - Poucos dias atrás eu estava varrendo a sala, quando o telefone tocou, assim que eu atendi não acreditei na voz que estava ouvindo... - ela olhava nos meus olhos e continuava a apertar minha mão. - Ele perguntou de você.

Soltei a mão dela e fiquei em choque completo.

- Ele me disse que sente falta de mim e de você... - ela suspirou pesado. - ... e que... - olhei para a mesma de novo. - Gostaria de conhecer o Hugo.

Assim que ela falou me levantei rápida, sentindo uma sensação estranha se formar no meu peito.

- O quê? - ri sarcástica. - Como ele pode querer nos ver se a anos atrás o mesmo só faltou bater em mim e em você quando soube da minha gravidez. Como ele pode querer ver meu filho se anos atrás ele amaldiçoou a criança que estava dentro de mim. - falei alto e vi minha mãe baixar a cabeça.

- Me desculpe mamãe, mas eu não quero vê-lo e nem quero que ele conheça Hugo.

Ela olhou para mim e se levantou.