CHAPTER 35

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NOAH

Por um momento, eu não estava entendo o que estava acontecendo. Nicholas programou tudo isso, e para mim. Só para mim.

Quando ele começou a falar, eu senti um misto de sentimentos dentro de mim. Não sabia assimilar o que estava acontecendo. Nunca ninguém tinha se declarado assim para mim.

Ricardo nem me pediu em namoro, apenas me levou para morar com ele. Mas dessa vez, eu queria que fosse diferente. Queria poder sentir tudo o que uma mulher sente quando é pedida em namoro, mas não pensava que o Nicholas ia fazer tudo isso.

Quando ele fez a pergunta, eu sinceramente não sabia o que dizer. Eu respirei fundo e olhei para ele.

— Nick.. antes da minha resposta.. —expirei, olhando para o céu, contendo minhas lágrimas— por que eu?

— Noah, eu não quero que pense que eu tenho pena de você por tudo o que passou. E muito menos, que eu queria ficar com você só para transar. Não sou esse tipo de cara. E eu não quero ser. Não estou falando tudo isso agora e depois começar a te tratar de qualquer maneira. Eu realmente quero formar a minha família com voce —afirma— mas eu também não quero te pressionar a dizer sim para mim.

Essas palavras mexeram mais ainda com o que eu estava sentindo. Meus olhos começaram a lacrimejar, e senti lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

Nicholas pegou minha mão, e com seu dedo indicador, ele acariciou.

— eu não sei se você sabe, mas você foi a melhor coisa que me aconteceu, Nick. Eu já te contei boa parte da minha história. Então, com toda a certeza e alegria desse mundo. Eu digo sim. Sim, Nicholas Leister, eu quero passar minha vida toda ao seu lado. —sorri, em meios as lágrimas, que ainda insistiam em escorrer

Nicholas sorriu. Pegou minha mão e colocou a aliança em meu dedo. Eu fiz o mesmo.

— eu não vou prometer que vou te fazer feliz. Eu vou fazer questão de te mostrar dia após dia —ele disse, dando um beijo em minha mão

— eu te amo.

Me aproximei e juntei nossos lábios.

Nicholas me puxou, fazendo com que eu sentasse em seu colo. Arrumei minhas pernas ao redor de seu quadril e envolvi meus braços em seu pescoço. Ele colocou suas mãos na minha cintura e acariciou.

— por que você não pede ajuda a Raquel? —ele perguntou, colocando uma mecha do meu cabelo para trás

— sobre o que? —retruquei, acariciando sua nuca

— você não comentou que um amigo disse para ela levar o livro até uma editora? Ela pode te dar o contato da editora, vocês poderiam fazer um acordo e tentar publicar seu livro

— Nick, eu ainda nem contei para elas sobre isso..

— então conte. Tenho certeza que elas vão te apoiar, Noah. Assim como eu.

— eu vou contar quando voltarmos para a Califórnia. Além do livro, tenho muito o que assimilar. A prisão do Ricardo. A formatura. E também não quero colocar a carroça na frente dos bois -ri

— okay então. —disse, simplesmente

Nós ficamos ali, aproveitando a brisa da noite e conversando sobre várias coisas.

(...)

Hoje estamos voltando para a Califórnia. Ontem foi o último dia em Maldivas, e foi incrível. Contei para as meninas sobre o pedido e elas enlouqueceram, assim como eu.

Assim que chegamos na Califórnia, fomos direto para casa. Já estava de madrugada e eu só queria minha cama.

— vai ficar aqui hoje? —perguntei, colocando minha mala na sala

— eu posso?

— claro que pode. Antes de eu morar aqui, essa casa ainda é sua.

Ele acentiu.

Eu fui trocar de roupa e deitar. Nicholas fez o mesmo.

(...)

Se passaram cinco dias desde a nossa viagem. E hoje é o julgamento do Ricardo. Eu não vou mentir, estou super nervosa. Já tomei uns quatro copos d'água.

— amor, você está pronta? —Nicholas perguntou, entrando no quarto

Eu estava sentada na cama, me olhando através do espelho.

— eu não sei.. —dei de ombros

— ei —se sentou ao meu lado— o que você está sentindo?

— eu não consigo respirar. Tem um nó na minha garganta. E o medo se esplhando pelo meu corpo. —virei meu rosto para ele

Quando nossos olhos se encontraram, senti um pequeno alívio me invadir. Aqueles olhos me acalmaram..

— eu queria poder desmarcar essa audiência e remarcar para quando você estivesse preparada, mas, infelizmente eu não posso —pegou minha mão— eu vou estar lá com você, amor. Você não vai estar sozinha.

— eu sei que ele não vai poder me tocar, mas faz muito tempo que não o vejo. Mas eu preciso encarar isso —me levantei

— vai dar tudo certo..

Eu sorri.

Saímos de casa e fomos em direção ao tribunal.

Jenna e Raquel também iriam, porque elas são minhas testemunhas.

Nicholas estacionou o carro e eu encostei minha cabeça no banco. Suspirei fundo e fechei os olhos.

Nesse momento passou um milhão de memórias pela minha mente. Memórias que eu quero esquecer para sempre. Mas ao mesmo tempo, essas malditas memórias me deram forças para sair desse carro e olhar na cara daquele filho da puta.

— podemos ir? —Nicholas perguntou

— sim —respondi, simplesmente

Saímos do carro e fomos caminhando até a entrada do tribunal.

Eu não estava mais com medo. Estava com raiva. Raiva dele. Raiva de tudo o que ele fez comigo. Raiva dos traumas que ele me causou. So raiva.

Assim que chegamos a sala, já tinha algumas pessoas. A família do Ricardo estava ali, no caso só a irmã dele. Não tenho nada contra ela, mas também não vou ir cumprimenta-la.

Jenna e Raquel também já estavam sentadas. Mas não tinha como eu ir até elas.

Eu e Nicholas fomos para nossos lugares. E ficamos de frente para onde o Ricardo ficaria com seu advogado.

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