Capítulo 12 - Desespero à Porta

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Antônio chega em casa procurando por Ísis.

— Filha, tenho uma ótima notícia pra você.

Ísis estava deitada na cama olhando para uma fotografia dela com Bóris. Ela estava triste, pois não conseguia parar de pensar em seu amado, e nem no seu amigo Fernando.

— Oi pai - disse Ísis, triste.

— Princesa, você vai poder visitar o Bóris e o Fernando amanhã. - disse Antônio com um sorriso no rosto.

— Sério, pai? - Ísis perguntou levantando da cama para abraçar seu pai. Ela chorava, mas dessa vez era de alegria. — Como você conseguiu isso?

— Digamos que eu tenha muitas pessoas lá dentro me devendo favores.

Ísis não podia acreditar que aquilo era verdade. Ela veria novamente seus amores.

No dia seguinte, Ísis e seu pai acordaram cedo para estarem lá no horário marcado.

Enquanto Antônio falava com o delegado, Ísis ficava olhando aquele lugar sujo e pensando como Bóris e Fernando deveriam estar, depois de passar algumas semanas ali.

— Vamos filha. - disse Antônio apontando para que Ísis o seguisse.

Ísis e Antônio foram encaminhados para uma sala improvisada para aquela visita, pois ninguém lá recebia visitas, aquela era uma exceção.

Enquanto eles esperavam, Ísis em pensamento agradeceu a Deus ou a qualquer força maior, por seu pai ser um excelente advogado e por ter tanta gente devendo favores a ele. Pois só assim, poderia ver Bóris e Fernando.

— Filha, você tem que estar preparada quando eles entrarem, pois mesmo não sendo explícita a forma como são tratados os prisioneiros, sabemos que eles são torturados para dedurarem seus companheiros. Eles podem estar machucados e abatidos.

Ísis ao ouvir aquilo, sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo. E sentiu medo.

Uns 30 minutos se passaram. Bóris e Fernando entraram na sala, e imediatamente o olhar de Ísis se encontrou com o de Bóris.

Eles estavam magros, sujos e muito machucados, com hematomas em todo o corpo.

Ísis correu para abraçá-los. Os três amigos ficaram por um tempo morando naquele abraço. Lágrimas escorriam de seus olhos.

Antônio pediu licença e se retirou da sala para deixá-los à vontade, mas antes de sair lembrou a eles que só tinham 20 minutos de visita.

— O que eles fizeram com vocês? - perguntou Ísis com preocupação nos olhos.

— É uma longa história, minha amiga. Vem cá. - disse Fernando, puxando Ísis para um abraço. — Como nosso tempo é curto, vou deixar você passar mais tempo com o Bóris. Afinal, não sabemos quando iremos sair daqui. Só vim te dar esse abraço e dizer que te amo muito viu. E se puder, manda uma abraço para meus pais e diz que os amo. - disse Fernando, chorando.

Ísis fez que sim com a cabeça em meio às lágrimas. Fernando beijou sua testa como de costume e pediu que ela se cuidasse. Eles ficaram um tempo abraçados, e em seguida Fernando saiu, sem nem olhar para trás. No fundo, ele sabia que aquela poderia ser a última vez que veria sua amiga.

Ísis e Bóris se beijaram.

— Meu amor, como eu fiquei preocupada com vocês. Pensei que já estivessem mortos. Eu não suportaria viver sem vocês. - Ísis disse chorando.

— Minha querida, se acalme. Estamos bem, e vivos. - disse Bóris querendo acalmá-la. Mas com o coração doendo ao ver Ísis sofrendo.

— Mas o que eles estão fazendo? Vocês estão horríveis.

O Amor que Desafiou o Tempo - Ísis & BórisOnde histórias criam vida. Descubra agora