Capítulo 18 - Pitadas de alegria

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No dia seguinte, Bóris chamou um amigo médico para cuidar dos ferimentos de Fernando. Ele foi examinado, suturado e medicado. Já estava se sentindo bem melhor.
— E aí meu amigo, pronto pra mais uma? - Bóris brincou.
— Não é pra tanto, irmão. Agora me conta, quero saber tudo sobre você, Ísis, Miguel e Mário.
Bóris começou a atualizar Fernando sobre as últimas notícias. Ficaram por horas conversando.
— O que vamos fazer agora, Bóris?
— Bom, primeiro temos que voltar para o Rio de Janeiro. Já arrumei um esconderijo onde podemos ficar. Depois, tenho que conseguir um meio seguro de me encontrar com Ísis e Miguel. Preciso contar a ela tudo o que aconteceu. Mário está por perto, e não estou gostando disso. E por último temos que arrumar um jeito de desmascarar e prender seu irmão, só assim estaríamos seguros.
— Entendi, vamos conseguir irmão. Mas você esqueceu um detalhe muito importante. - disse Fernando com cara de espantado.
— É mesmo? O que?
— Quando você disse em arrumar um jeito seguro de encontrar Ísis e Miguel, você se esqueceu do seu camarada aqui. Ou está achando que vai sozinho? Não mesmo irmão. Eu estou morrendo de saudades da minha loirinha, e quero conhecer meu afilhado. Tenho certeza que ele é lindo igual o padrinho dele aqui.
Bóris caiu na gargalhada.
— Só você mesmo, Fernando. Vamos fazer o seguinte, vou tentar me encontrar com Ísis essa semana, preciso colocá-la a par de tudo que está acontecendo. Ela ainda nem sabe que te encontrei. - Bóris parou por um tempo e ficou pensativo.
— O que foi Bóris?
— Tive uma ideia. Vamos fazer uma surpresa pra ela. Digo que não te encontrei ainda, e depois marcamos em um lugar seguro pra vocês se encontrarem. Já posso até imaginar a alegria do meu amorzinho. Ela vai amar.
— Adorei! Sabe que eu amo surpresas né?! Irmão, lembra aquela surpresa que armamos para você dar a pulseira a ela, que simbolizaria a união de vocês?
— Claro que lembro! Foi tudo muito lindo!
— Eu arrasei demais, pode falar!
E os dois caíram na gargalhada e se abraçaram. Sentiam saudades da companhia um do outro.

***

Na casa de Ísis, o tempo passava devagar. Não aguentava mais as idas e vindas ao hospital. Todos os dias sua dor aumentava por ter que deixar Miguel. Ansiava pelo momento em que sairia de lá com seu filho em seus braços. Ísis terminou de se arrumar e desceu as escadas sozinha. Ela estava se recuperando muito bem.
— Mãe, vamos! Não quero chegar atrasada, já temos tão pouco tempo com Miguel.
— Estou indo filha, vou pegar minha bolsa.
Prontas, elas pegaram um táxi.
Ao chegar no hospital, a médica já esperava por elas. Pediu que elas passassem primeiro em sua sala, antes de ver Miguel.
Ísis e Fátima se olharam, assustadas. Pensaram logo que era uma notícia ruim. Mas para surpresa delas não era.
— É sério, doutora? - perguntou Ísis chorando. — Sério que posso levar meu menino hoje?
— Seríssimo. Miguel é um menino muito forte. Ganhou peso rapidamente e já está fora de perigo. Acredito que você ter saído do coma e ter vindo conversar com eles todos os dias, deu a ele mais força. Em todo meu tempo como médica nunca vi nenhum bebê prematuro ter alta tão rápido.
— Deus seja louvado! - agradeceu Fátima, que estava super emocionada.
— Me acompanhem, por favor. - pediu a médica.
Ao chegarem na UTI Neonatal, Miguel já estava no colo de uma das enfermeiras, enrolado em uma manta verde.
O coração de Ísis parecia que ia saltar pela boca. Estava completamente emocionada. Seria a primeira vez que pegaria seu filho em seus braços.
Ela se aproximou da enfermeira que logo estendeu o menino para que ela pegasse.
Com Miguel no colo, Ísis chorou mais ainda. O cheirinho de neném pairava no ar.
Miguel sentiu estar no colo seguro de sua mamãe e sorriu. Todos ficaram emocionados.
Fátima pegou na pequena mão de seu neto, seu primeiro neto. Parecia um sonho.
A felicidade tomava conta de todos.
Ísis assinou alguns papéis necessários para a alta de Miguel, e foram embora.
A alegria era tanta, que pareciam ter ganhado na loteria.

***
— Muito obrigado, meu camarada.
— Que cara é essa, Bóris? Parece criança quando ganha doce. - Fernando riu.
— Meu irmão, meu Miguel teve alta hoje. Estou tão feliz. Aquele meu amigo do hospital, acabou de me avisar que viu Ísis e Dona Fátima saindo com ele no colo.
— Parabéns papai!
— Precisamos correr com o plano. Preciso ver Ísis e meu filho o quanto antes.
Bóris estava emocionado. Não parava de sorrir. Sua ficha ainda estava caindo que ele era pai. Pai de um filho dele com Ísis. Não conseguia acreditar na sorte que tinha. Era o homem mais feliz do mundo. Mas para que a felicidade estivesse completa, teria que estar junto deles para sempre. E faria o possível para que isso se tornasse realidade.

O Amor que Desafiou o Tempo - Ísis & BórisOnde histórias criam vida. Descubra agora