O Amor que Desafiou o Tempo - Ísis & Bóris

Capítulo 19 - O Encontro

Alguns meses se passaram desde a alta de Miguel. Ísis estava radiante, cuidando com todo amor do pequeno que finalmente estava em casa. Fátima e Antônio, os vovós babões, ajudavam em tudo o que podiam.

Ísis achava estranho o fato de Bóris nunca mais ter entrado em contato com ela, e isso a deixava em estado de agonia.

Enquanto isso, Bóris e Fernando estavam planejando a surpresa para Ísis. Bóris queria fazer desse encontro algo especial, estava louco para ter sua amada em seus braços e o seu pequeno também. Eles escolheram um hotel distante, perto de uma praia deserta, onde poderiam se encontrar tranquilamente, de forma discreta.

Numa tarde ensolarada do Rio de Janeiro, Ísis estava na sala dando de mamar para Miguel, que agora já tinha 4 meses de vida, quando a campainha tocou.

— Mãe, atende a porta aqui, fazendo favor. Estou dando de mamar a Miguel.

— Estou indo filha.

Fátima foi atender a porta, colocando o pano de prato nos ombros, pois estava fazendo o almoço. Quando abriu a porta, havia um homem com um envelope amarelo na mão.

— Boa tarde! Dona Ísis se encontra?

— Sim. Quem deseja falar com ela?

— Só vim entregar esse envelope a ela. É de extrema urgência, mas preciso que seja entregue em mãos, pois preciso de sua assinatura.

Ísis estava ouvindo a conversa, e já colocava Miguel no carrinho quando sua mãe se virou para chamá-la.

— Pois não. - disse Ísis.

— Dona Ísis, pode assinar aqui por favor?

— Claro.

Ísis assinou, e pegou o envelope. Fátima estava curiosa.

— O que é isso, filha?

— Não sei mãe.

Então Ísis começou a abrir o envelope, e ao olhar o conteúdo que havia dentro logo percebeu que poderia ser de Bóris. Logo pensou em uma desculpa para sua mãe.

— Ah, é da faculdade mãe. Nada de importante, depois vejo.

Ísis fechou o envelope e subiu dando a desculpa que colocaria Miguel para arrotar e dormir. Fátima voltou a fazer almoço.

Ao chegar no quarto, Ísis abriu o envelope e tinham várias coisas dentro. Primeiro leu o bilhete, que dizia:

"Ísis, minha querida.

Há meses observo de longe a felicidade em seu rosto, o brilho nos olhos ao cuidar de nosso pequeno Miguel. A saudade é uma dor constante, mas a alegria de saber que vocês estão bem me dá forças para seguir.

Hoje, às 16h, vá ao Parque das Flores. Mandarei um carro te buscar. O motorista é um amigo meu, pode ficar tranquila. Ele se chama Martinho.

Preciso que invente uma desculpa para sua mãe, e passe a noite comigo. Tenho muitas coisas para te contar e quero passar bastante tempo com você e com o nosso filho. Dentro do envelope tem um cartão do hotel onde estarei te esperando e a chave do quarto. Quando chegar, Francisco te ajudará a subir.

Um enorme beijo, meu amor! B."

Ísis leu a mensagem várias vezes, sentindo uma mistura de emoções. O coração acelerado indicava ansiedade, mas também uma esperança renovada. Ela começou a pensar em uma desculpa para dar a sua mãe.

A campainha tocou novamente, Ísis ouviu a voz de Mário. Precisava colocá-lo pra fora logo.

Mário continuava sua investida para conquistar Ísis. Ele acreditava que Bóris estava morto e que ele poderia ocupar o lugar de pai na vida de Miguel. No entanto, Ísis mantinha uma barreira de desconfiança em relação a Mário, sem entender completamente o motivo. Mas ela confiava em Bóris.