11. Rompendo as barreiras

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Tobias Bernstorf

Estou a caminho da esquadra de polícia, Steve disse que conseguiu uma correspondência a análises da matrícula e não podíamos falar por telefone.

Assim que chego, vejo a entrada da esquadra de polícia agitada de 'paparazzi' despisto-os parando o carro nos fundos e atravessando a porta por trás do lugar.

— Como eles ficaram a saber que viríamos senhor? —, questiona Thomas Meyer descendo do carro e acompanhar-me.

— Não faço ideia, mas acredito que o Steve já esteja a tratar do assunto.

Passamos pela recepção, onde somos anunciados de prontidão, uma agente com cara de durona, acompanha-me até a sala do meu amigo, eu podia ir até lá sozinho, mas quis aceitar a sua gentileza.

— Desculpe toda essa confusão lá fora — se pronuncia assim que entro na sua sala e cumprimenta-me com um aperto de mão —, já estou a investigar como essa informação saiu daqui, então como estás?

Aponta para cadeira pedindo para que me sente.

— Estou bem — tento disfarçar o nervosismo.

— Conheces esse homem? — indaga sem perder tempo.

Ele entrega-me a foto de um homem com o olhar cinzentos bem profundo, os cabelos morenos bagunçados com fios rebeldes caídos sobre a testa. Examino com a máxima atenção, buscando na memória, se o conheço.

— Não, Steve não conheço — devolvo a foto para ele. — Quem é? O que ele tem a ver com o caso?

— Sabes-me dizer se o Simon o conhecia? —, insiste, massageando a barba por fazer.

— Você sabe o quanto éramos próximos, se o Simon o conhecesse, consequentemente eu o conheceria também, nós nunca vimos esse homem.

— Bom, nós analisamos a matrícula parcial e os vídeos de vigilância, e tivemos uma correspondência, esse carro - mostra a foto de um carro desportivo azul-escuro -, tudo indica, este homem seguia vocês naquela noite.

- Espera, você está-me a dizer que naquele dia estávamos a ser seguidos? — contraio os maxilares, e cerro os punhos por cima da mesa.

— Sim, meu amigo. O carro está no nome de Jordan Kross tanto este — aponta para o carro desportivo —, como também o ranger rover correspondente a matrícula.

Sinto o sangue evapora-se do meu corpo, as minhas mãos estão totalmente brancas e o meu coração aperta dentro do peito, a respiração sai entrecortada. Levanto-me desviando do olhar preocupado do meu amigo, e paro de frente a janela observando o lado de fora que continua agitado, ainda mais agitado, flash são disparados em direção algumas pessoas que acabam de chegar.

— Meu amigo, você precisar se acalmar, por favor. Nós fizemos um avanço nas investigações, só não percebo como essas pistas passaram despercebidas antes... —  viro-me a tempo de enxergar uma expressão de desconfiança. — Precisamos tomar o máximo cuidado, a informação de que você viria, foi descoberta não sei como, temos que manter isso entre nós.

— Está bem Steve, farei o que for melhor — apertamos as mãos. —  Não deixe de me informar sobre qualquer coisa.

***

A noite passada, fui atormentado por pesadelos estranhos. Então mal amanheceu vim dar uma corrida, sai antes das seis horas, preciso estar concentrado e bem para volta a empresa depois de duas semanas ausente.

Não posso deixar que essa situação toda me leve de volta para o abismo em que me encontrava quando perdi o meu irmão. Absorvo o ar para dentro e o solto lentamente, recitando mentalmente o meu mantra habitual «problemas conhecidos, problemas resolvidos»

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora