18. Momento de proximidade

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Nihara Vitti

A empresa ferve com os resultados estrondosos das duas campanhas lançadas. O perfume desenvolvido para o público pré-adolescente e adolescente já figura entre os produtos mais vendidos, e isso com apenas duas semanas no mercado.

Uma festa de celebração está a ser organizada para mais tarde, e o escritório está repleto de energia hoje. Da minha sala, posso observar o constante fluxo de pessoas, algumas em reuniões, outras desempenhando a suas tarefas habituais.

Enquanto isso, estou imersa na análise minuciosa e revisão de documentos da campanha promocional que será apresentada ao CEO em breve. Os gráficos coloridos e relatórios detalhados estão espalhados pela minha mesa, enquanto os estudo com atenção.

A minha assistente, acaba de entrar, e traz consigo uma tigelinha transparente contendo uvas, ela aproxima-se e deixa a mesma de frente para mim olhando-me pedinte.

— Obrigada, pela atenção querida.

— Nihara, recebemos muitas propostas de parcerias. Além disso, a cervejaria Storne aprovou a logomarca, aguardando a reunião para acertarem sobre o anúncio. O feedback está a ser bastante positivo até o momento.

— Isso é bom, fico feliz com os resultados — digo saboreando a fruta. — Agora preciso que me representes na reunião com o senhor Berandell. Já falei com o Harrison, ele espera-te lá. Preciso estar na outra reunião, mas estarei disponível para qualquer suporte que precisarem.

Enquanto falo, ela mostra um certo desconforto que me deixa confusa.

— Algum problema Hoffmann — inclino o rosto, olhando-a sobre os óculos de grau, esperando por uma resposta.

— Não, senhora.

Ela chamou-me senhora, confirmando a sua inquietação, os dois tem algo mal resolvido, mas não pensei que fosse tão sério. Mas eles que se resolvam isso é trabalho e devem saber separar as coisas.

— O que estás a espera? — indago, vendo-a hesitante parada diante de mim.

— Desculpe, estou a ir.

— Caso não esteja em condições de se fazer presente nela, eu posso achar quem esteja.

— Nada disso, Nihara, estudo bem, posso fazer isso — ela responde categórica se dirigindo a porta e sair por ela sem olhar atrás.

O telefone toca e, instintivamente, a minha mão alcança a bolsa para pegar o aparelho. Abro o zíper com um movimento brusco e seguro o telefone, sentindo um arrepio percorrer a minha espinha ao ver o nome Bernstorff piscando na tela.

Os meus dedos trémulos pressionam o botão para atender e coloco a chamada no alto-falante, ansiosa para ouvir o que ele tem a dizer.

— Estou muito ocupada neste momento. Se não for algo urgente, poderíamos conversar mais tarde? — A minha voz soa impaciente, quase áspera, refletindo a minha exaustão mental.

Ouço um pigarro do outro lado da linha, um instante de hesitação antes de ele responder. A voz de Bernstorff transmite uma calma superficial, mas consigo detectar um traço de urgência ou preocupação oculta. A curiosidade toma conta de mim, misturada com um resquício de desconfiança.

— Poderia vir à minha sala agora? Preciso da sua ajuda com alguns relatórios de contas da empresa. Há algo que simplesmente não está a bater.

— Você poderia recorrer ao departamento financeiro da empresa para obter informações sobre os relatórios de contas, não é mesmo? Afinal, sou a diretora de criação, senhor Bernstorff — retruco, firmeza transbordando na minha voz.

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora