51. A Nihara precisará de você.

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Tobias Bernstorff

Com a mente agitada e o sono distante, percorro meu apartamento de um lado para o outro, enquanto as paredes parecem se aproximar, pressionando-me. A notícia trazida por Sienna me deixou completamente desequilibrado, mergulhado em angústia, ansiedade e até um certo receio.

Embora não esteja mais com Nihara, preocupa-me a reação dela ao descobrir o caos que se instaurou em minha vida neste momento.

    Preciso compartilhar essa situação com minha família e tomar decisões, mas antes, é essencial verificar a veracidade dessa história. Não permitirei que essa mulher me manipule novamente com suas histórias e lágrimas.

Estendido no sofá, minhas mãos atrás da cabeça, meu olhar se perde no lustre apagado no teto, em forma de um símbolo do infinito, algo que sempre apreciei.

    Entretanto, o rosto de Nihara invade meus pensamentos, e sua ausência já pesa profundamente em meu coração. Sinto sua falta de uma maneira insana. Desejo ligar para ela e compartilhar o que está acontecendo, ouvir sua voz doce e acolhedora.

Anseio vê-la novamente, sentir seu aroma, provar seus beijos apaixonados. Imagino suas mãos delicadas acariciando meus cabelos, transmitindo tranquilidade, enquanto ela assegura que tudo ficará bem.

    Então, meu pensamento se volta para o diário de Nihara que eu devolveria na noite anterior, lhe entregaria também o desenho realístico que fiz dela. Ignorando qualquer resquício de bom senso e permitindo que a raiva e a mágoa ainda presentes em meu coração tomem contam

Dirijo-me rapidamente ao meu quarto. Com a embalagem em cores degradês, onde rosa, azul e amarelo se misturam, seguro o caderninho e o observo, passando meus dedos, suavemente, sobre a capa.

Estou prestes a invadir novamente sua privacidade, mas desta vez, minha intenção é sentir sua presença, compreendê-la e, de certo modo, encontrar consolo para mim mesmo.

Maldição, Nihara, por que você destruiu o que tínhamos por causa daquele idiota?

No palco da vida, o amor dançou com traição,

Emaranhados no jogo da ilusão.

Mas na sombra da noite, a liberdade se acende,

Um sonho renasce, um novo recomeço se rende.

No coração partido, a cura se encontra,

Nas asas do tempo, a ferida se desmonta.

O amor e o perdão, se misturam no peito,

Em cada recomeço, um novo respeito.”

“Amor falso, coração ferido, lágrimas de desespero,

Cicatrizes profundas, traída, meu mundo severo.

Não amar de novo, a promessa que faço ao meu ser,

No trabalho árduo, só encontro a sombra do meu sofrer.

A frieza me consome, o calor do afeto se foi,

Na solidão gelada, a esperança morreu em mim.

Essas feridas, testemunhas da traição que sofri,

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora