61. Mãe deixe a Nihara em paz

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Tobias Bernstoff

Descemos radiantes para o café da manhã, mãos entrelaçadas, a felicidade iluminando nossos rostos. Sophie, animada como sempre, está no colo de Nihara, seus risos contagiantes preenchendo o ambiente.

Nihara, com seus cabelos soltos, exala uma beleza natural que me deixa encantado. Por um momento, consigo esquecer as complexidades e desafios que enfrentamos como família.

— Mama, vamos comer catato? — Sophie pergunta, seus olhinhos brilhando com a expectativa.

— Sophie, meu amor, não dê ideias para o seu irmão. Não temos catato em casa. E a sua avó não pode descobrir sobre isso, tá bom?

— Está bem, mama.

Antes que eu possa intervir, Nihara esclarece a situação:

— Menino, né? — Solto uma risada leve.

— É só uma intuição que eu tenho. — Vamos lá.

— Então o nosso garotão vai gostar de saber que até amanha, ele vai ter a sua comida estranha favorita. — afago sua barriga, que cresce mais a cada dia.

As duas explodem em alegria, enchendo-me de beijos e abraços. A ansiedade por este dia especial só aumenta.

Ao chegarmos à sala, somos surpreendidos por Nancy, a empregada.

— Senhor Tobias, o café está sendo servido no jardim de inverno. Não foi informado?

— Não, Nana. Mas obrigado.

— Nancy, querida, o meu menu especial está pronto?

Nancy, com um sorriso caloroso, confirma:

— Sim, dona Nihara. Vão lá para fora que trago já... E, fico feliz que tenham feito as pazes.

Agradecemos, e Nihara deixa um beijo exagerado no rosto de Nancy, dirigindo-se para a saída com Sophie em seu encalço.

— Então, Sophie, meu anjinho, qual é a notícia? — minha mãe pergunta, controlando cada gesto e olhando para Nihara com uma expressão que denota a expectativa de uma resposta adequada.

Sophie põe a mãozinha no queixo, como se estivesse profundamente pensativa. Isso me faz rir.

— Vamos, Sophie, não faça suspense. — Hermann incentiva a pequena, sorrindo.

— Vou ter um catato! — Ela exclama, soltando uma risadinha.

Desvio o meu olhar para Niah, que tem os olhos arregalados. Nos viramos para a pequena, fazendo-lhe sinais.

— Catato? — Astrid, ri. — Acho que ela quis dizer "gato", não é?

Sophie balança a cabeça afirmativamente.

— Sim, sim, um gato! O papai mandou vir. — Ela diz animada, enquanto a senhora Heide mantém um olhar desconfiado. E eu e a Nihara suspiramos aliviados, apesar de que talvez ela não tenha se convencido.

— Oh, meu Deus, Tobias, você está mimando demais essa criança.

Sophie faz uma expressão chorosa.

— Heide, pare está deixando a nossa neta, triste — meu pai, intervém.

— Mãe, acho que a Sophie está apenas animada com a chegada do "gato". Deixe-a aproveitar a empolgação.

— Sim, mãe, ela é uma criança. E eu só quero vê-la feliz. — Respondo, defendendo a minha filha.

— Mas temos que impor regras, Tobias. — ela declara ao olhar para Nihara. — Concorda, não é, Nihara?

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora