68. Regresso ao passado.

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Nihara Vitti

Estou tentando manter a calma enquanto a casa está um caos. A mala da Sophie parece ter sumido misteriosamente, enquanto as duplas estão chorando em coro. Natalie, me observa sorrindo, no meu desespero por ter tudo pronto a tempo, enquanto acalma o seu bebê no colo, parecendo tão exausta quanto eu. 

    Essa viagem será a mais longa que alguma vez fiz, suspiro. Olho ao redor frenética, o cabelo ainda por fazer e gêmeos por alimentar. Maldição porque não organizei tudo com antecedência? 

    Retiro algumas roupas, do armário da mais velha e pouso-as na cama, pensando onde poderei ter deixado a sua mala. Me movimento num ritmo agitado. 

    — Tobias, viste a mala da Sophie em algum lugar? — pergunto assim que o vejo adentrar ao quarto, vindo buscar por sua gravada favorita.

    — Não, meu amor. Já viu no quarto dos gêmeos? 

    — Não — digo confusa —, por que estaria lá?

    — Não sei, talvez, tenhas levado para lá, sem perceber, quando foste organizar as coisas deles?! — ele diz com um ligeiro sorriso.

    — O que foi? — se aproxima lentamente, com o olhar esverdeados presos em mim. Ele toca o meu rosto delicadamente, me arrancando outro suspiro, desta vez me acalmando. Fecho os olhos sentindo o seu toque, e seguidamente um beijo suave, mas demorado em minha boca.

    — Agora, pode continuar o que estava fazendo. Vou ver os meninos.

    Ele vira-se e sai do quarto, fico parada por alguns segundos, absorvendo o sabor desse momento, pensando na sorte que tenho por tê-lo na minha vida, por ser sua mulher, amiga e amante. 

    Antes que eu possa sair do quarto, para ir até ao dos gêmeos, a pequena Sophie aparece me chamando com grande entusiasmo, olho para ela expectante, ansiando que me diga que achou a sua mala.

    — O que foi filha, encontrou a sua mala?

    — Não, mamãe. Eu quero comer, omeleta colorida.

    — Mas meu amor, a mamãe não tem como fazer isso agora! — ela faz um biquinho choroso. — Filha — com a voz num tom baixo e sereno, me agacho diante dela encurtando a diferença de altura —, nós vamos sair daqui a pouco, e a mamãe ainda precisa arrumar a sua bagagem, amamentar seus irmãos e olha só como estou?

    — Está parecendo a gata-borralheira — ela diz sorrindo.

    — Estou, não estou? Por isso a mamãe precisa da sua ajuda, está bem?! Coma o seu cereal e depois ajude o papai a organizar os seus brinquedos.

    — Está bem, mamãe. Mas promete que quando chegamos na casa da vovó, você vai fazer a omeleta só para mim?

    — Prometo. Vem cá, me deixa beijar essas bochechinhas lindas — encho-a de beijos, abraço-a e por fim arrumo seu cabelo, caramelizado. — Agora vai, comer.

    Termino então de organizar as coisas que faltavam e saio pelo corredor as pressas quando ouço as vozes do resto da família que acaba de chegar. Paro bem no comecinho do espaço, observando-os sorrindo felizes se cumprimentando, ninguém me viu ainda, por isso penso em me aproximar lentamente, e assustá-los, mas meu movimento é refreado por um toque quente em meu ombro.

    Viro-me imediatamente num susto — pois todos estão diante de mim, então não faço ideia de quem seja — mas logo a surpresa toma conta de mim, ao mirar o olhar cinza profundo de Lewis Harrison. Antes que eu possa questioná-lo, ele abre a boca para dizer:

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora