NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]

52. Me perdoe!

Nihara Vitti

Tento me levantar, mas logo sinto o fôlego de vida me abandonar, e vejo os homens ao meu redor com rapidez vindo ao meu auxílio, e Tobias ganhando a corrida.

    — Niah! — a voz de Tobias, sai num sussurro preocupado. Encaro-o por uma fração de segundos, tão severamente que ele novamente se afasta.

    — Eu, estou bem. Quero saber é da minha irmã e o Simon onde está?— pergunto, sentando bem devagar.

    — Senhorita Vitte, quando foi a última vez que comeu alguma coisa? — o médico indaga, me examinando com cuidado.

    — Não sei, que horas são agora? 

    — São seis e quinze — responde, Bernstorf.

    — A última vez que comi, foi às 11h.

    — Dá noite? — o doutor, continua me questionando, enquanto me examina.

    — Não, da manhã.

    O profissional de jaleco, para o que está fazendo e me encara, ainda mais preocupado. E não entendo por quê? Será que ele acha que tenho algum tipo de distúrbio? Só não tinha fome, e nem vontade de comer, é normal, isso acontece com as pessoas às vezes.

    — O Simon, está com o senhor Lancaster — finalmente, Harry responde.

    — Sua pressão está baixa e a respiração acelerada, vou pedir alguns exames para…

    — Não, doutor, eu estou bem. Por favor, me diz logo como está a minha irmã. O senhor está mudando o foco, por algum motivo, aconteceu alguma coisa grave? A minha… — começo a ficar agitada novamente, me levanto ignorando o mal-estar que me acomete e tento seguir até a porta. 

    — Niah por favor, escute o médico — meu ex, implora, como se tivesse o direito de exigir alguma coisa de mim.

    — Você não me diz o que fazer, e por que você está aqui mesmo? — olho-o de lado, com os narizes se abrindo com a fúria que vai crescendo em mim. O homem se encolhe e abaixa o olhar. — O quê, agora vai me dar o seu apoio?! — ele não diz nada. — Doutor, eu comerei alguma coisa, mas primeiro por favor diz-me como está a minha irmã?

    — Tudo bem. Se acalme e sente-se. A sua irmã perdeu uma quantidade significativa de sangue, o que torna a situação bastante delicada. A cirurgia, correu bem, mas…

    — Mas o que doutor? — Harry se adianta na pergunta, encarando o senhor com o olhar brilhoso.

    — A situação dela é grave, mas estamos fazendo o nosso melhor. O maior desafio neste momento é garantir que ela recupere a estabilidade. Monitoramos a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e outras funções vitais de perto. Ela está na UTI, onde nossa equipe médica altamente especializada está cuidando dela. 

    — Doutor, ela vai ficar bem, não vai? E o bebê como está? — Mareou pergunta, levantando-se. O nó na garganta não me permite, falar, respirar tornou-se doloroso demais.

     — Estamos fazendo tudo para que ela fique bem. No entanto, lamento informar, mas, não pudemos salvar o bebé.

    — Meu Deus, isso é um pesadelo — murmura Tobias, agarrando a minha mão.

    As palavras do médico caem sobre mim como uma chuva gélida em um dia de inverno implacável. Meus olhos se enchem de lágrimas que teimam em cair, mas eu me esforço para mantê-las contidas, como se o simples ato de chorar pudesse tornar essa realidade ainda mais insuportável.